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Brexit não foi "aposta" tão ruim na maioria dos mercados

A julgar pela reação dos mercados mundiais de ações, títulos e outros até agora, optar pelo Brexit não foi a pior aposta do último mês

Mercados após o Brexit: optar pelo Brexit não foi a pior aposta do último mês, segundo a reação do mercado (Reuters/Toru Hanai)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2016 às 16h25.

A decisão do Reino Unido de sair da União Europeia seria “a aposta do século”, nas palavras de David Cameron , o primeiro-ministro britânico na época.

Pode até ser verdade, mas a julgar pela reação dos mercados mundiais de ações, títulos e outros até agora, optar pelo Brexit não foi a pior aposta do último mês.

A tentativa fracassada de golpe militar na Turquia ostenta claramente essa distinção.

Esta é uma análise do que aconteceu desde o referendo do dia 23 de junho, o dia que os oponentes do Brexit disseram que seria o fim do mundo como conhecíamos.

Ações

O índice MSCI All-Country World avançou 1,2 por cento e opera perto da avaliação mais alta em um ano.

O S&P 500 subiu 2,9 por cento e bateu recordes em meio à especulação de que o Federal Reserve (Fed) será paciente no aumento das taxas de juros.

Mais perto do marco zero, o Stoxx Europe 600 recuou 1,7 por cento, apenas um pouco pior do que a mediana de retornos de quatro semanas no último ano.

O FTSE 100 do Reino Unido foi impulsionado pela queda da libra esterlina e recuperou as perdas sofridas com o Brexit em apenas quatro dias. Agora está em bull market e subiu 6,2 por cento desde o referendo, o melhor desempenho do mundo desenvolvido no período.

É claro, isso é só para investimentos em libras. Em dólares, o FTSE 100 caiu 6 por cento.

É uma má notícia para os estrangeiros que, segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais, são donos de mais de metade do mercado acionário britânico.

Títulos

O Brexit estimulou os investidores a optarem pela segurança relativa da dívida soberana, fator que empurrou os yields no Japão, nos EUA e até mesmo no Reino Unido para recordes negativos.

Ativos de renda fixa também receberam um impulso das apostas em que as políticas de dinheiro fácil dos bancos centrais se flexibilizariam ainda mais, a fim de proteger as economias dos efeitos do Brexit.

Moedas

Naturalmente, a libra foi a moeda mais prejudicada pelo Brexit.

Desde o referendo, a libra é a moeda com o pior desempenho do mundo frente ao dólar americano entre as moedas mais importantes, com uma queda de 12 por cento, muito além do recuo de 7 por cento da segunda pior, a lira turca, afetada pelo golpe.

A libra chegou a US$ 1,2798, a cotação mais baixa em 31 anos, no dia 6 de julho, depois se recuperou, mas voltou a ser bombardeada pelos dados econômicos fracos publicados na sexta-feira.

Mercados emergentes

O Brexit deixou de cabeça para baixo as percepções sobre o risco político global, porque a fratura da Europa fez com que países como a Rússia e o Brasil parecessem relativamente estáveis e seguros.

Como resultado, os papéis e ações de mercados emergentes se beneficiaram porque os investidores fugiram das taxas de juros quase zeradas e negativas na Europa em busca de maiores retornos.

“A combinação entre yields altos e um maior impulso de crescimento vem funcionando muito bem para a dívida e as ações de mercados emergentes”, disse Maarten-Jan Bakkum, estrategista sênior da NN Investment Partners em Haia.

Ele prefere dívida em moeda forte em países em desenvolvimento e ações na Índia, México, Colômbia e Tailândia.

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A decisão do Reino Unido de sair da União Europeia seria “a aposta do século”, nas palavras de David Cameron , o primeiro-ministro britânico na época.

Pode até ser verdade, mas a julgar pela reação dos mercados mundiais de ações, títulos e outros até agora, optar pelo Brexit não foi a pior aposta do último mês.

A tentativa fracassada de golpe militar na Turquia ostenta claramente essa distinção.

Esta é uma análise do que aconteceu desde o referendo do dia 23 de junho, o dia que os oponentes do Brexit disseram que seria o fim do mundo como conhecíamos.

Ações

O índice MSCI All-Country World avançou 1,2 por cento e opera perto da avaliação mais alta em um ano.

O S&P 500 subiu 2,9 por cento e bateu recordes em meio à especulação de que o Federal Reserve (Fed) será paciente no aumento das taxas de juros.

Mais perto do marco zero, o Stoxx Europe 600 recuou 1,7 por cento, apenas um pouco pior do que a mediana de retornos de quatro semanas no último ano.

O FTSE 100 do Reino Unido foi impulsionado pela queda da libra esterlina e recuperou as perdas sofridas com o Brexit em apenas quatro dias. Agora está em bull market e subiu 6,2 por cento desde o referendo, o melhor desempenho do mundo desenvolvido no período.

É claro, isso é só para investimentos em libras. Em dólares, o FTSE 100 caiu 6 por cento.

É uma má notícia para os estrangeiros que, segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais, são donos de mais de metade do mercado acionário britânico.

Títulos

O Brexit estimulou os investidores a optarem pela segurança relativa da dívida soberana, fator que empurrou os yields no Japão, nos EUA e até mesmo no Reino Unido para recordes negativos.

Ativos de renda fixa também receberam um impulso das apostas em que as políticas de dinheiro fácil dos bancos centrais se flexibilizariam ainda mais, a fim de proteger as economias dos efeitos do Brexit.

Moedas

Naturalmente, a libra foi a moeda mais prejudicada pelo Brexit.

Desde o referendo, a libra é a moeda com o pior desempenho do mundo frente ao dólar americano entre as moedas mais importantes, com uma queda de 12 por cento, muito além do recuo de 7 por cento da segunda pior, a lira turca, afetada pelo golpe.

A libra chegou a US$ 1,2798, a cotação mais baixa em 31 anos, no dia 6 de julho, depois se recuperou, mas voltou a ser bombardeada pelos dados econômicos fracos publicados na sexta-feira.

Mercados emergentes

O Brexit deixou de cabeça para baixo as percepções sobre o risco político global, porque a fratura da Europa fez com que países como a Rússia e o Brasil parecessem relativamente estáveis e seguros.

Como resultado, os papéis e ações de mercados emergentes se beneficiaram porque os investidores fugiram das taxas de juros quase zeradas e negativas na Europa em busca de maiores retornos.

“A combinação entre yields altos e um maior impulso de crescimento vem funcionando muito bem para a dívida e as ações de mercados emergentes”, disse Maarten-Jan Bakkum, estrategista sênior da NN Investment Partners em Haia.

Ele prefere dívida em moeda forte em países em desenvolvimento e ações na Índia, México, Colômbia e Tailândia.

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