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Braskem dispara 8% na Bolsa após fechar acordo bilionário 

A companhia assinou um acordo para realocar 17 mil moradores em Maceió

Braskem: o valor de mercado da petroquímica era estimado em 27,7 bilhões de reais (Germano Luders/Exame)

Karla Mamona

Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 13h58.

Última atualização em 3 de janeiro de 2020 às 14h02.

São Paulo - As ações da Braskem eram destaque de alta do Ibovespa na tarde desta sexta-feira. Por volta das 13h40, os papéis subiam 8,03% na B3, sendo negociados na casa dos 32 reais cada um. Com a alta, o valor de mercado da petroquímica era estimado em 27,7 bilhões de reais.

Em fato relevante divulgado pela manhã, a companhia anunciou que  acertou com autoridades federais e estaduais de Alagoas acordo para reparação de prejuízos a milhares de vítimas de fenômeno de afundamento e rachaduras de solo que atinge a capital do Estado há meses.

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O acordo, envolvendo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Alagoas (MPE Alagoas) e a Defensoria Pública da União (DPU) e de Alagoas (DPE Alagoas), prevê criação de programa de apoio à desocupação de áreas em quatro bairros da capital alagoana que envolverá cerca de 17 mil moradores, segundo estimativas preliminares da Braskem.

A companhia afirmou que a provisão para o programa de compensação financeira e realocação das vítimas é estimado em cerca de 1,7 bilhão de reais e que outro 1 bilhão de reais será necessário para as ações de fechamento de poços de sal gema da empresa em Maceió.

O fenômeno que atinge os bairros de Mutange, Bom Parto, Pinheiro e Bebedouro foi atribuído no ano passado pelo Serviço Geológico do Brasil a atividades de extração de sal da Braskem. A Braskem faz a extração de sal-gema, matéria-prima usada na produção de plástico, desde 1975 em Maceió. O polígono de concessão da companhia ocupa uma área de quase 2 mil hectares a 5 quilômetros do centro da cidade. Antes da paralisação das atividades, a empresa lavrava uma área de 83 hectares.

Em julho do ano passado, EXAME esteve em Maceió e conversou com os moradores dos bairros afetados. Na época, haviam três bairros (Pinheiro, Mutange e Bebedouro ) sendo acompanhados diariamente. A estimativa eram que 40 mil pessoas moravam nas regiões atingida.Muitos imóveis já tinham sido desocupados devido as rachaduras nas estruturas. Os moradores que permaneceram relataram dificuldade em conseguir um imóvel com o valor pago do auxílio-aluguel e até mesmo medo de terem suas casas invadidas.

 

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