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Brasil trará retornos atraentes a investidores, diz diretor da Schroders

De acordo com Gavin Marriott, Brasil passa por um "ponto de inflexão" e está "no caminho certo"

Schroders: empresa tem 16 bilhões de reais em ativos sob gestão no Brasil, com uma equipe de cerca de 20 pessoas (Philip Toscano - PA Images/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 11h43.

Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 11h47.

São Paulo — O cenário macro brasileiro atualmente é interessante a investidores globais porque existe um processo de mudança da economia que será benéfica para as empresas que operam e negociam nos mercados, na visão do diretor de investimentos para ações globais da Schroders, Gavin Marriott.

"O Brasil é atraente porque a economia está em ponto de inflexão... está indo na direção certa. A liberalização de algumas regulações que haviam atrasado as empresas por algum tempo está mudando e melhorando. E isso proporciona retornos atraentes", afirmou.

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Marriott ressaltou que a gestora tende a adotar uma abordagem 'bottom up' para aplicações em ações, bastante específica a determinadas companhias, mas uma vez tomada essa decisão o que é interessante para a equipe é realmente onde a empresa obtém suas vendas, suas receitas e seus lucros.

"Nesse contexto, o Brasil é tão atraente quanto muitos outros mercados desenvolvidos que olhamos e certamente ficaria no topo de várias economias emergentes", disse.

Atualmente, a Schroders tem 16 bilhões de reais em ativos sob gestão no Brasil, com uma equipe de cerca de 20 pessoas. Globalmente, são 565,5 bilhões de dólares sob gestão, conforme dados até 30 de junho, distribuídos em ações, renda fixa, investimentos alternativos, imobiliários, entre outros.

Números sobre a movimentação de estrangeiros no mercado acionário brasileiro têm mostrado investidores seletivos, preferindo operações de mercado primário, a fim de aproveitar oportunidades principalmente de empresas com prognóstico de crescimento forte e ganho de eficiência.

Apesar de o mercado secundário mostrar saída líquida de mais de 20 bilhões de reais no acumulado do ano até o 4 de setembro, quando contabilizados os dados de ofertas iniciais de ações efollow ons, tal saldo fica positivo em 1,7 bilhão de reais, conforme números da B3 na última sexta-feira.

A própria B3 passou a divulgar os dados consolidados apenas neste mês argumentando que o volume de recursos estrangeiros que entra no mercado brasileiro por meio de ofertas primárias é muito relevante e mostra o apetite desses investidores pelos papéis locais.

Em relação ao saldo negativo no segmento Bovespa, Marriott, da Schroders, explicou que parte do problema é que, no agregado, investidores veem todos os mercados emergentes como a mesma coisa, o que tende a afetar também as ações brasileiras, mesmo que o Brasil esteja provavelmente em um posição muito melhor.

"Os direcionadores do retorno virão de ações conduzidas internamente no Brasil, e não de fatores externos nos quais temos pouco ou nenhum controle", reforçou.

Tal percepção é endossada pelo comportamento do índice MSCI de referência para ações de mercados emergentes, que contabiliza uma alta ao redor de 4% no ano, enquanto o índice MSCI para ações do Brasil sobe cerca de 9%. O Ibovespa, negociado na bolsa paulista, avança 12% em dólar.

Marriott observou que o ambiente de juros menores no Brasil parece ser o começo do desmonte de desequilíbrios de anos de taxas elevadas no país, o que significa que, na verdade, os investidores precisam pensar em outras fontes de retorno, o que tende a favorecer o apetite a outros investimentos.

Mas ele frisou que o compromisso da Schroders com o país como mercado não é necessariamente conduzido puramente pelas taxas de juros ou pela direção das mesmas.

"Estamos comprometidos como um negócio com o Brasil porque é um fator estrutural de crescimento de longo prazo para os traders e, portanto, estamos adotando uma visão de longo prazo.. A queda dos juros certamente abre mercados internacionais, onde temos uma força. Mas o país também está se expandindo."

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