Mercados

Brasil ainda não está pronto para o rating A, diz Fitch

País precisa progredir em relação à inflação e fatores macroeconômicos


	Os cortes nos impostos feitos pelo governo são positivos para o crescimento da economia
 (Agência Brasil)

Os cortes nos impostos feitos pelo governo são positivos para o crescimento da economia (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 13h42.

São Paulo - A diretora sênior para a América Latina da Fitch, Shelly Shetty, afirmou nessa manhã em evento em São Paulo que o Brasil ainda não está pronto para ter seu rating soberano elevado para A.

“Claramente o Brasil teve um desempenho acima da média nos últimos anos, mas ainda está abaixo quando comparado em fatores macroeconômicos com países que já têm a classificação A”, disse Shelly.

Segundo ela, quando comparado a países como Chile (o país latino-americano melhor colocado na escala Fitch), China e Polônia, o Brasil ainda precisa fazer progressos em relação à estabilização da inflação e de indicadores macroeconômicos.

Ela destacou que a desaceleração da economia vivenciada nos últimos dois anos não afeta negativamente o rating do país. Segundo ela, as perspectivas de crescimento no médio prazo, as melhorias das políticas ficais do governo e a dinâmica da dívida são mais importantes.


Atualmente o Brasil é classificado como BBB, com perspectiva estável. Na mesma categoria estão países como México e Peru. A diretora da Fitch afirmou que, para ter seu rating elevado para A, quatro fatores são importantes: progressos na balança fiscal e na balança externa, maiores melhorias na dinâmica de crescimento da economia, progressos nas reformas econômicas, e melhorias no mix de políticas ficais e monetárias. 

Dois fatores podem trabalhar contra a elevação do rating: um grande aumento da dívida pública, e a cristalização de contingente liabilities from the financial sector. Segundo Shelly, em relação aos outros países classificados com o triplo B, o Brasil se destaca negativamente no quesito de finanças públicas. 

PIB

Shelly mostrou confiança na economia brasileira voltando a crescer 4% ao ano. Ela destacou que a força estrutural, o crescimento da classe média e do consumo, a expansão de empresas como a Petrobras, e os investimentos do governo vão levar o país de volta ao crescimento em torno de 4%.

A demanda doméstica, inclusive, é um dos fatores principais na desaceleração da economia brasileira nos últimos anos. Para 2013, a expectativa é de que o país comece a se recuperar. Shelly destacou que problemas de estruturais podem impedir que o PIB continue crescendo. No lado positivo, ela ressaltou os cortes nos impostos feitos pelo governo federal – “mas o reflexo dessas políticas leva tempo”, ressaltou.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingCrescimento econômicoCrise econômicaDesenvolvimento econômicoEmpresasFitchMercado financeiroRating

Mais de Mercados

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa fecha perto da estabilidade após corte de gastos e apagão global

Mais na Exame