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Bovespa tem maior queda desde junho por realização de lucro

O Ibovespa caiu 2,23 por cento, a 57.781 pontos, maior queda em quase dois meses. Apenas duas ações encerraram no azul


	Bovespa: o volume financeiro somou 5,84 por cento, contra uma média diária em 2016 de 7 bilhões de reais
 (BLOOMBERG NEWS)

Bovespa: o volume financeiro somou 5,84 por cento, contra uma média diária em 2016 de 7 bilhões de reais (BLOOMBERG NEWS)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2016 às 17h59.

São Paulo - A Bovespa fechou a segunda-feira com o seu principal índice em queda de mais de 2 por cento e giro fraco, com a cautela gerada pela possibilidade de nova alta dos juros nos EUA este ano sustentando um movimento de realização de lucros no pregão brasileiro.

O Ibovespa caiu 2,23 por cento, a 57.781 pontos, maior queda em quase dois meses. Apenas duas ações encerraram no azul. O volume financeiro somou 5,84 por cento, contra uma média diária em 2016 de 7 bilhões de reais.

O índice de referência do mercado acionário brasileiro ainda contabiliza um ganho de 33 por cento em 2016.

Durante o fim de semana, mais um membro do Federal Reserve, o banco central norte-americano, sinalizou que existem condições para que o processo de alta de juros nos EUA seja retomado.

Stanley Fisher, vice-chair no banco central norte-americano, afirmou que o Fed está perto de atingir suas metas de pleno emprego e de 2 por cento de inflação e fez uma avaliação geral otimista da força atual da economia.

Para o gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constância NP, a fala de Fischer vai no rumo contrário da expectativa de manutenção de juros extremamente baixos por mais tempo nos EUA, que amparou a alta da Bovespa este ano.

"Essa fala do Fischer vai no sentido de dizer ao mercado para não descartar aumento de juros ainda em 2016", disse.

As declarações de Fischer aumentaram as expectativas em relação ao discurso da chair do Fed, Janet Yellen, aguardado para sexta-feira, durante a conferência de Jackson Hole.

O operador Humberto Guidi, da corretora Spinelli, também destacou que o volume local foi fraco, com investidores no esperando novidades na cena local, com o fim do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Destaques

- PETROBRAS fechou com as ações ordinárias em baixa de 3,92 por cento e as preferenciais em queda de 3,44 por cento, conforme os preços do petróleo no mercado externo perderam mais de 3 por cento.

- VALE encerrou com as preferenciais em queda de 3,71 por cento e as ordinárias com recuo de 3,67 por cento, acompanhando a fraqueza de commodities, embora o minério de ferro na China tenha se valorizado.

- CSN perdeu 8,33 por cento, em sessão negativa para as siderúrgicas na Bovespa, tendo no radar notícia de que o Japão elevou produção de aço. O setor lidera os ganhos do Ibovespa no acumulado do ano.

- BRADESCO e ITAÚ UNIBANCO caíram 2,69 e 1,93 por cento, respectivamente, em meio ao amplo movimento de realização de lucros no pregão, pressionando o Ibovespa em razão do peso relevante que ambos detêm na composição do índice.

- LOJAS AMERICANAS caiu 3,68 por cento, na quarta queda em cinco pregões após ter alcançado cotação máxima histórica.

- EDP ENERGIAS DO BRASIL subiu 1,25 por cento. A elétrica, controlada pelo grupo português EDP, avalia expandir sua atuação no país, onde já investe em geração e distribuição, para transmissão.

Texto atualizado às 17h59
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