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Bovespa sobe na abertura motivada pelo exterior

Depois de ter defendido o nível dos 56 mil pontos na sessão de quinta-feira (21), a Bovespa pode iniciar uma recuperação dos negócios locais nesta sexta-feira


	Bovespa: por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 0,39%, aos 56.374,99 pontos, na máxima após abertura
 (REUTERS/Nacho Doce)

Bovespa: por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 0,39%, aos 56.374,99 pontos, na máxima após abertura (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 11h03.

São Paulo - Depois de ter defendido o nível dos 56 mil pontos na sessão de quinta-feira (21), a Bovespa pode iniciar uma recuperação dos negócios locais nesta sexta-feira, embalada pelo sinal positivo vindo dos mercados internacionais em dia de agenda econômica fraca no exterior.

Ainda assim, qualquer interrupção da sequência de sete quedas seguidas - iniciada na Quarta-feira de Cinzas - precisa ser acompanhada de um volume financeiro robusto e de ganhos consistentes.

Mas a expectativa com os eventos previstos a partir do fim de semana tende a elevar a cautela entre os investidores globais. Por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 0,39%, aos 56.374,99 pontos, na máxima após abertura.

Na avaliação dos analistas gráficos da Lopes Filho, o Ibovespa praticamente atingiu o objetivo representado pelo fundo formado em 55.125 pontos e, diante dos níveis completamente sobrevendidos do Índice de Força Relativa (IFR), os atuais patamares de preços das ações brasileiras não parecem adequados para novas operações de venda. "Torna-se pouco provável que este suporte seja perdido sem prévia reação, até mais ou menos os 57,5 mil pontos."

Esse repique, ainda que abra espaço para futuras precipitações, deve ser conduzido pelo ambiente externo, onde os índices futuros das Bolsas de Nova York e os mercados acionários europeus exibem ganhos na manhã desta quinta-feira.

No horário acima, o futuro do S&P 500 crescia 0,49%, em meio à agenda econômica esvaziada nos Estados Unidos.

Já a Bolsa de Frankfurt subia 0,98%, no mesmo horário, impulsionada pelo quarto mês consecutivo de alta do índice IFO de confiança das empresas alemãs, a 107,4, no maior avanço desde julho de 2010. A Bolsa de Paris, por sua vez, tinha alta de 1,87%.


Ainda na Europa, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), afirmou que a zona do euro deve registrar em 2013 o segundo ano seguido de contração, representando o terceiro encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) anual da região nos últimos cinco anos.

As atenções por lá também estão voltadas para as eleições gerais na Itália, que começam no domingo (24) e encerram na segunda-feira (25). Ainda às 10 horas, a Bolsa de Milão crescia 1,57%.

Nos Estados Unidos, os investidores também podem ficar mais apreensivos diante da proximidade da vigência automática de cortes de gastos nas contas do governo dos Estados Unidos, a partir de 1º de março.

"A opinião do mercado financeiro mudou de expectativa de que os cortes automáticos não acontecerão para crença de que essa questão não importa", diz a chefe de investimento do Interactive Investor, Rebecca O'Keeffe. Ela ressalta, porém, que a redução de gastos governamentais pode reduzir em até dois pontos porcentuais o desempenho do PIB norte-americano neste ano. "Esse impacto não parece estar precificado nos ativos", completa.

Já no Brasil, a prévia da inflação oficial desacelerou para 0,68% em fevereiro, após subir 0,88% em janeiro. O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), porém, superou a mediana das estimativas após coleta feita pelo AE Projeções, de +0,61%. Com o resultado anunciado nesta sexta-feira, a taxa acumulada pelo IPCA-15 é de 1,57% no ano até este mês e de 6,18% nos últimos 12 meses.

Para a equipe de analistas da Um Investimentos, os investidores domésticos seguem receosos com a possibilidade de as pressões inflacionárias levarem o Banco Central a elevar a taxa básica de juros (Selic).

No mercado futuro, as taxas de curto prazo dos contratos de depósitos interfinanceiros (DIs) ampliaram o avanço após a divulgação do dado e reforçaram as apostas de retomada do ciclo de alta dos juros a partir de abril.

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