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Bovespa recua ante tensão no mercado internacional

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, influenciada pela tensão no mercado internacional. Ontem, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating (nota) de Portugal, enquanto hoje, a China confirmou as expectativas e apertou novamente o juro básico. As medidas elevam o nervosismo entre […]

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2011 às 10h31.

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em baixa, influenciada pela tensão no mercado internacional. Ontem, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating (nota) de Portugal, enquanto hoje, a China confirmou as expectativas e apertou novamente o juro básico. As medidas elevam o nervosismo entre os investidores e embutem o sinal negativo nas bolsas e nos mercados de commodities (matérias-primas) pelo mundo. Às 10h06, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 0,56%, aos 62.686 pontos.

Ao longo do dia, porém, a Bovespa pode ter uma performance mais apaziguadora, uma vez que a realização de lucros foi mais intensa na véspera. "A gente nunca sabe onde é o fundo do poço, mas estamos em um momento de queda tão grande, que o cenário está mais para parar de cair e refazer as compras", avalia o economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante.

Apesar de não descartar uma tentativa de recuperação da Bolsa, Amarante reconhece que a conjuntura global não está favorável. "Está mais fácil perder os 63 mil pontos hoje do que retomar os 65 mil em breve", diz. Segundo ele, os investidores estão pessimistas quanto à crise das dívidas na Europa e os riscos grandes de contágio por toda a periferia europeia.

A tentativa de desaceleração na China, tida como o motor do mundo no pós-crise, embaralha as perspectivas sobre a retomada econômica global. Hoje, o gigante emergente anunciou um aumento da taxa básica de juros, para depósitos e empréstimos, de 0,25 ponto porcentual, com efeito a partir de amanhã. Foi a terceira elevação desse tipo em 2011 e a quinta da recente rodada de aperto monetário. Para Amarante, esse pode ter sido o último aperto no ciclo monetário chinês, "contanto que o Federal Reserve (Fed) não volte a oferecer uma liquidez artificial aos mercados", disse, citando o banco central dos Estados Unidos

A decisão de hoje do Banco Central chinês (PBOC, na sigla em inglês) empurrou as commodities para o campo negativo e intensificou as perdas já verificadas em Wall Street e nas principais bolsas europeias, ainda refletindo a piora da nota de Portugal. Os investidores aguardam, agora, a divulgação do índice ISM do setor de serviços em junho nos EUA, às 11 horas (horário de Brasília).

No campo corporativo, os desdobramentos sobre uma eventual fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour continuam em foco. Em entrevista ao Grupo Estado, o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, classificou a manobra do empresário Abílio Diniz, seu sócio brasileiro, como uma "expropriação" de sua empresa. Palavras fortes como "traição", "medíocre" e "insultante" fluem naturalmente no discurso em que lembra que pagou caro pelo direito de assumir o controle do Pão de Açúcar em 2012.

Para analistas, as ações do Pão de Açúcar podem cair até 20% se ficar claro que o grupo varejista francês irá barrar a operação.

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