Mercados

Bovespa lança nova audiência para mudanças do Novo Mercado

A Bovespa vai realizar uma segunda fase de audiência pública para o processo de modernização do Novo Mercado

Bovespa: para que as regras sejam alteradas, dois terços das empresas do Novo Mercado e Nível 1 precisam concordar com as mudanças (Germano Lüders/Exame)

Bovespa: para que as regras sejam alteradas, dois terços das empresas do Novo Mercado e Nível 1 precisam concordar com as mudanças (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 11h06.

São Paulo - A BM&FBovespa decidiu realizar uma segunda fase de audiência pública para o processo de modernização do Novo Mercado e do Nível 1, segmentos especiais de governança corporativa na Bolsa brasileira.

"As regras precisam evoluir sempre para o Novo Mercado continuar sendo eficaz e para valorizar as companhias", disse o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto.

O cronograma previa que o processo final da atualização do Novo Mercado tivesse começo nesta segunda-feira, 7, mas a companhia decidiu iniciar uma nova fase com o texto das regras mais próximo do que deve ir para audiência restrita e poder, assim, ampliar as discussões com os players de mercado, explicou a diretora de Regulação de Emissores da BM&FBovespa, Flavia Mouta. Essa segunda fase começa nesta segunda e irá até o dia 6 de janeiro do ano que vem.

Finalizado esse prazo, o próximo passo será a audiência restrita, o principal momento do processo de mudanças. Para que as regras sejam alteradas, dois terços das empresas listadas em tais segmentos precisam dar o aval.

"Achamos que tem uma mudança bastante substancial nessa nova versão e achamos melhor passar novamente por audiência pública para avaliação", disse Mouta. Há ainda, níveis novos no documento, o que ainda abre a necessidade de um novo momento de audiência pública. Uma das alterações foi permitir um free float mínimo de 15% no Novo Mercado, desde que a média de negociação diária seja de R$ 25 milhões. Se não tiver essa liquidez, a regra segue em 25%.

Crise

Para Edemir, o Brasil vive uma crise sem precedentes e que, ao final, foi de governança, tendo em vista o setor público e o setor privado. "Temos que fazer a nossa parte nesse contexto", disse o executivo.

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Pereira, disse que o Brasil não pode perder a oportunidade de seguir com essa discussão, a despeito de crise. Lembrou ainda que esse debate em torno da modernização do Novo Mercado se iniciou antes da crise vivida pelo País. Pereira frisou também que o regulador vê com grande importância o tema e que está acompanhando de perto esse fórum de discussão.

O Novo Mercado, que completa 16 anos, foi estruturado sobre as premissas de aumentar a transparência da companhia e ampliar a rede de proteção ao investidor minoritário. A ideia de boas práticas de governança foi comprada pelos investidores estrangeiros, que entraram em peso nas ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) no período de 2004 a 2007, intervalo em que quase cem companhias abriram capital no Novo Mercado e nenhum IPO ocorreu no segmento tradicional.

Agora, especialistas apontam que é hora de o Novo Mercado voltar às origens, em mais um momento em que as empresas precisam reforçar a credibilidade junto aos investidores.

Acompanhe tudo sobre:B3

Mais de Mercados

Corte de juros em setembro? Os pontos do discurso de Powell para entender os próximos passos do Fed

Fed mantém taxa de juros entre 5,25% e 5,50% e cita cautela com inflação em comunicado

WEG surpreende com margens fortes e ação sobe 10%

Boeing nomeia novo CEO para liderar recuperação da empresa

Mais na Exame