(Texto atualizado com fechamento oficial)

Por Silvio Cascione

SÃO PAULO, 8 de fevereiro (Reuters) - O principal índice
das ações brasileiras fechou em alta nesta terça-feira, puxado
pela recuperação de ações que foram castigadas recentemente
pela saída de investidores estrangeiros do país.

Setores como construção, bancos e varejo, que vinham
mostrando fragilidade em meio às medidas do governo contra a
inflação, se destacaram entre as altas. A OGX , que
acumulava queda de quase 20 por cento no ano, também mostrou
força, com alta de 5,26 por cento, a 17 reais.

O Ibovespa fechou em alta de 0,63 por cento, a
65.771 pontos. O giro do pregão foi de 7,4 bilhões de reais.

"Caiu tanto nossa bolsa desde o final de janeiro que o
pessoal saiu correndo atrás de pechincha", disse Pedro Galdi,
analista da corretora SLW. "A agenda da semana é vazia, não tem
muitos dados. Se não acontecer nada de ruim no Egito, as ações
têm espaço para se recuperar."

Entre os destaques do dia, Lojas Americanas
subiu 3,92 por cento, a 13,25 reais. No setor financeiro, Itaú
Unibanco avançou 2,99 por cento, a 35,80 reais.

No caso da OGX Petróleo, a alta foi favorecida por rumores
sobre uma conferência do presidente da empresa, Eike Baptista,
com o mercado. A conferência foi confirmada após o fechamento
do pregão para a quarta-feira, mas o assunto será sobre todo o
grupo EBX. A cobertura de posições vendidas contribuiu para a
intensidade da alta.

A alta do Ibovespa, porém, foi limitada pela queda dos dois
papéis com mais movimento, Vale e Petrobras. A ação PN da
mineradora recuou 0,81 por cento, a 49,91 reais, e o
papel preferencial da estatal teve baixa de 0,96 por
cento, a 26,96 reais.

Segundo Christian Laubenheimer, operador da Leblon
Investimentos, a baixa das ações da Vale esteve relacionada ao
aumento do juro na China. Além disso, como o papel ainda está
em níveis relativamente altos, é uma das principais opções de
venda para os estrangeiros que desejam sair do país, "por mais
que por fundamento o papel seja 'top pick'".

De acordo com dados da BM&FBovespa, os investidores
estrangeiros retiraram 585,5 milhões de reais da bolsa nos
quatro primeiros pregões de fevereiro. Com isso, o saldo das
aplicações de investidores não-residentes em 2011 já está
negativo, após superávit de 401,4 milhões de reais em janeiro.

(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Aluísio Alves)