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Bovespa fecha trimestre com R$ 4,8 bi em capital externo

Em janeiro, a Bovespa contabilizou entrada de R$ 7 bilhões em divisa externa, o melhor desempenho desde a implantação do Plano Real, em 1994

Os estrangeiros compraram R$ 169,5 bilhões e venderam R$ 164,7 bilhões no primeiro trimestre (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)
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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 19h07.

São Paulo - Após um começo de ano com forte aporte de capital estrangeiro na Bovespa , os investidores não residentes no Brasil decidiram diminuir o ritmo de compras. De janeiro até o dia 29 de março, penúltimo pregão do trimestre, a bolsa paulista acumula saldo de R$ 4,79 bilhões em capital externo, redução de 33% ante o montante acumulado no primeiro mês do ano. Em janeiro, a Bovespa contabilizou entrada de R$ 7 bilhões em divisa externa, o melhor desempenho desde a implantação do Plano Real, em 1994.

A cautela foi a principal responsável pela saída de recursos nos dois meses seguintes ao recorde de janeiro. Segundo analistas, no primeiro mês do ano a aparente melhora do cenário macroeconômico, aliada aos preços defasados das ações, após queda de 18% do Ibovespa em 2011, trouxeram de volta o estrangeiro para o mercado acionário brasileiro. No entanto, pouco tempo depois os investidores notaram que os problemas de importantes economias da zona do euro permaneceram, apesar da disposição para encontrar uma solução, e as preocupações com a desaceleração da potência chinesa aumentaram.

Os estrangeiros compraram R$ 169,5 bilhões e venderam R$ 164,7 bilhões no primeiro trimestre (até 29/03). Apesar do recorde de janeiro, quando a Bovespa teve o melhor saldo positivo para o mês em cinco anos, foi em fevereiro que o fluxo de capital externo foi maior. No segundo mês do ano, o déficit de R$ 1 bilhão foi resultado de compras de R$ 62 bilhões e vendas de R$ 63 bilhões.

Em março, o saldo de capital externo na Bovespa estava negativo em R$ 1,279 bilhão até a última quinta-feira (dia 29), resultado de compras de R$ 54,665 bilhões e vendas de R$ 55,944 bilhões no mês. O déficit reflete três quedas consecutivas do Ibovespa, amparadas por ajustes de final de trimestre, de acordo com analistas.


No geral, entretanto, os profissionais de mercado apostam na manutenção do fluxo de capital externo positivo ao longo de 2012, mas não acreditam em outro recorde como o de janeiro. "Isso só vai depender da manutenção do cenário macroeconômico atual", disse o estrategista de uma corretora paulista. Ele lembra que a previsão de que a taxa básica de juros continue caindo ajuda a atrair capital externo para a Bolsa. "Para os grandes fundos é mais rentável investir em ações do que na renda fixa diante da expectativa de juros menores", disse o especialista.

O Brasil pode continuar sendo o destino preferido na América Latina, mas declarações do governo sobre controle de capital externo para conter a alta da moeda podem diminuir o apetite dos estrangeiros, segundo especialistas. Os fundos externos dedicados a ações brasileiras, por exemplo, registraram a maior saída desde abril de 2010, com US$ 328 milhões em resgates.

A incerteza sobre futuras medidas do governo está deixando os investidores mais cautelosos, disse o diretor de pesquisa da consultoria EPFR Global, Cameron Brandt, à Dow Jones. "O governo do Brasil já indicou que está disposto a aumentar o controle de capital, se necessário, para reduzir a valorização da moeda", destaca Brandt.

Na semana encerrada em 28 de março os fundos de capital de mercados emergentes registraram saídas pela primeira vez este ano, com resgates modestos, totalizando US$ 130 milhões, de acordo com a EPFR. "Os últimos números para os EUA também foram um pouco menos animadores do que antes, a economia da China reduziu as metas de crescimento e a zona do euro continua em recessão muito profunda", pondera o diretor da EPFR.

Agora, a expectativa é de que a próxima temporada de divulgação de balanços do primeiro trimestre de 2012, juntamente com números atualizados sobre o comportamento da economia brasileira nestes primeiros três meses, ajudem os estrangeiros a traçar metas.

O fluxo de capital externo se manterá forte, acredita Marcio Veronese, diretor da área de Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais do Citibank, embora seja difícil estimar um volume. "Quanto maior o mercado mais (capital externo) atrai. Ou seja, se o Brasil e suas companhias continuarem crescendo, vão atrair estrangeiros. Além disso, eles vão ficar atentos aos processos por trás da bolsa e ao sistema de pagamentos", conclui Veronese.

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São Paulo - Após um começo de ano com forte aporte de capital estrangeiro na Bovespa , os investidores não residentes no Brasil decidiram diminuir o ritmo de compras. De janeiro até o dia 29 de março, penúltimo pregão do trimestre, a bolsa paulista acumula saldo de R$ 4,79 bilhões em capital externo, redução de 33% ante o montante acumulado no primeiro mês do ano. Em janeiro, a Bovespa contabilizou entrada de R$ 7 bilhões em divisa externa, o melhor desempenho desde a implantação do Plano Real, em 1994.

A cautela foi a principal responsável pela saída de recursos nos dois meses seguintes ao recorde de janeiro. Segundo analistas, no primeiro mês do ano a aparente melhora do cenário macroeconômico, aliada aos preços defasados das ações, após queda de 18% do Ibovespa em 2011, trouxeram de volta o estrangeiro para o mercado acionário brasileiro. No entanto, pouco tempo depois os investidores notaram que os problemas de importantes economias da zona do euro permaneceram, apesar da disposição para encontrar uma solução, e as preocupações com a desaceleração da potência chinesa aumentaram.

Os estrangeiros compraram R$ 169,5 bilhões e venderam R$ 164,7 bilhões no primeiro trimestre (até 29/03). Apesar do recorde de janeiro, quando a Bovespa teve o melhor saldo positivo para o mês em cinco anos, foi em fevereiro que o fluxo de capital externo foi maior. No segundo mês do ano, o déficit de R$ 1 bilhão foi resultado de compras de R$ 62 bilhões e vendas de R$ 63 bilhões.

Em março, o saldo de capital externo na Bovespa estava negativo em R$ 1,279 bilhão até a última quinta-feira (dia 29), resultado de compras de R$ 54,665 bilhões e vendas de R$ 55,944 bilhões no mês. O déficit reflete três quedas consecutivas do Ibovespa, amparadas por ajustes de final de trimestre, de acordo com analistas.


No geral, entretanto, os profissionais de mercado apostam na manutenção do fluxo de capital externo positivo ao longo de 2012, mas não acreditam em outro recorde como o de janeiro. "Isso só vai depender da manutenção do cenário macroeconômico atual", disse o estrategista de uma corretora paulista. Ele lembra que a previsão de que a taxa básica de juros continue caindo ajuda a atrair capital externo para a Bolsa. "Para os grandes fundos é mais rentável investir em ações do que na renda fixa diante da expectativa de juros menores", disse o especialista.

O Brasil pode continuar sendo o destino preferido na América Latina, mas declarações do governo sobre controle de capital externo para conter a alta da moeda podem diminuir o apetite dos estrangeiros, segundo especialistas. Os fundos externos dedicados a ações brasileiras, por exemplo, registraram a maior saída desde abril de 2010, com US$ 328 milhões em resgates.

A incerteza sobre futuras medidas do governo está deixando os investidores mais cautelosos, disse o diretor de pesquisa da consultoria EPFR Global, Cameron Brandt, à Dow Jones. "O governo do Brasil já indicou que está disposto a aumentar o controle de capital, se necessário, para reduzir a valorização da moeda", destaca Brandt.

Na semana encerrada em 28 de março os fundos de capital de mercados emergentes registraram saídas pela primeira vez este ano, com resgates modestos, totalizando US$ 130 milhões, de acordo com a EPFR. "Os últimos números para os EUA também foram um pouco menos animadores do que antes, a economia da China reduziu as metas de crescimento e a zona do euro continua em recessão muito profunda", pondera o diretor da EPFR.

Agora, a expectativa é de que a próxima temporada de divulgação de balanços do primeiro trimestre de 2012, juntamente com números atualizados sobre o comportamento da economia brasileira nestes primeiros três meses, ajudem os estrangeiros a traçar metas.

O fluxo de capital externo se manterá forte, acredita Marcio Veronese, diretor da área de Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais do Citibank, embora seja difícil estimar um volume. "Quanto maior o mercado mais (capital externo) atrai. Ou seja, se o Brasil e suas companhias continuarem crescendo, vão atrair estrangeiros. Além disso, eles vão ficar atentos aos processos por trás da bolsa e ao sistema de pagamentos", conclui Veronese.

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