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Bovespa fecha estável após medidas para recuperação econômica

O Ibovespa zerou os ganhos durante o ajuste e fechou com variação negativa de 0,01%, a 58.389 pontos

Bovespa: na semana, o índice acumulou queda de 3,19% (Germano Lüders / EXAME)

Bovespa: na semana, o índice acumulou queda de 3,19% (Germano Lüders / EXAME)

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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 19h02.

São Paulo - A Bovespa fechou o último pregão da semana com seu principal índice estável, após o anúncio do governo federal na véspera de medidas para estimular a economia, mas com as persistentes preocupações com o cenário político do país limitando os efeitos positivos.

O Ibovespa zerou os ganhos durante o ajuste e fechou com variação negativa de 0,01 por cento, a 58.389 pontos. Na semana, o índice acumulou queda de 3,19 por cento.

O volume financeiro somou 8,12 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até a véspera, de 10,06 bilhões de reais, mas ainda acima da media diária para o ano, de 7,49 bilhões de reais.

Na véspera, perto do fim do pregão, o governo anunciou as medidas visando a retomada da economia, incluindo o aumento da remuneração do FGTS para os trabalhadores, um programa de regularização tributária e medidas para fomentar a redução do custo do crédito.

A expectativa entre operadores é que as medidas trarão benefícios à economia no médio e longo prazo, embora os efeitos no curto prazo sejam limitados e as perspectivas sejam de manutenção da economia enfraquecida.

A proximidade do fim do ano e as preocupações com o cenário político também entraram na conta de investidores, que preferem evitar grandes movimentos em meio a receios de novas delações que poderiam atingir o governo do presidente Michel Temer eafetar os mercados.

"O mercado agora começa a entrar em um ritmo mais lento, salvo alguma surpresa com a operação Lava Jato, por exemplo", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.

Destaques

- CIELO subiu 8,17 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa e recuperando-se das perdas de quase 6 por cento na véspera, após o governo anunciar medidas para estimular a economia que incluem a redução do prazo de pagamento das empresas de cartões para os lojistas. Para analistas do Santander, as medidas não devem ser implementadas em breve e parte do impacto já está precificado.

- PÃO DE AÇÚCAR avançou 3,08 por cento e LOJAS AMERICANAS ganhou 2,01 por cento, com a percepção de que as lojistas serão beneficiadas tanto pela redução do prazo para receber os pagamentos das empresas de crédito, como pela permissão para adotarem preços diferentes para meios de pagamento diferenciados. O índice de consumo da bolsa teve alta de 0,28 por cento.

- RUMO LOGÍSTICA teve alta de 3,85 por cento. No radar estava a notícia do jornal Valor Econômico de que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vai abrir audiência pública para discutir a prorrogação por 30 anos da concessão da Malha Paulista, operada pela Rumo, e que vence em 2028.

- GERDAU caiu 4,63 por cento, entre as maiores perdas do Ibovespa e USIMINAS PNA teve baixa de 1,98 por cento, devolvendo os ganhos vistos mais cedo. As perdas aconteceram apesar de o Bradesco BBI manter a recomendação "outperform" para os papéis das duas empresas. Os papéis das siderúrgicas e mineradoras têm enfrentado forte volatilidade nas últimas semanas, em meio a ganhos em commodities e dúvidas sobre manutenção dos preços nesses patamares.

- ELETROBRAS ON, que não está no Ibovespa, recuou 0,61 por cento, após avançar 1,3 por cento mais cedo. As ações da empresa entraram na segunda prévia do Ibovespa que vai vigorar de janeiro a abril de 2017, no primeiro aumento da carteira do índice após encolher 9 vezes seguidas.

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