Bovespa deve ter 2013 melhor, diz De Callis
Para o diretor de Investimentos da Schroders no Brasil, juro real de 4% ao ano segue atrativo
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2013 às 11h06.
São Paulo - Marcos De Callis, diretor de Investimentos da Schroders no Brasil, diz estar otimista com a bolsa brasileira ao longo do ano. Apesar do abismo fiscal nos EUA preocupar no curto prazo, há sinais melhores para a China e a Europa parece ter deixado para trás o risco de uma ruptura. “Mas os mercados emergentes têm valor, os múltiplos das empresas são atrativos, as perspectiva de crescimento estão bem e à medida que a China encontrar o fundo do poço e começar a se recuperar, as bolsas podem se descolar”, diz.
Pode ser, porém, que o Índice Bovespa não reflita essa melhora das ações brasileiras, alerta De Callis, por ter ações com muito peso, como Vale e Petrobras, que podem segurar o indicador. “Mas sempre vamos ter opções como tivemos nos últimos três anos, como as ações de pequenas empresas (small caps), ou fundos de dividendos e outros papéis menos relacionados com o índice”, diz.
Ele observa, porém, que o mercado desvalorizou tanto as ações ligadas a commodities ou à economia mundial, como Vale e Siderurgia, que a estabilização da China pode provocar uma recuperação rápida desses papéis. “A grande incerteza era a China, e se essa incerteza ficar para trás, podemos ter seis meses de melhora para esses papéis que sofreram mais”, diz.
Nos juros, De Callis observa que o grande ajuste da taxa básica brasileira às condições internacionais já ocorreu este ano, com a Selic caindo para 7,25% ao ano. “Daqui para frente, é difícil dizer se vamos entrar em um processo de recuperação sustentável da economia ou se o investimento vai continuar baixo como neste ano, ou se a situação lá fora vai continuar tão ruim que vai permitir ao governo cortar mais os juros aqui”, avalia.
Ele considera que o juro de curto prazo no Brasil ainda está relativamente alto em relação aos países desenvolvidos, em torno de 2% reais ao ano, o que daria espaço para mais uma rodada para baixo das taxas. Mas para quem tem condições de aplicar em prazos mais longos, De Callis considera as taxas pagas pelas NTN-Bs mais longas, de 4% ao ano mais inflação, um bom negócio. “Para ter essa taxa fora do Brasil seria preciso correr um risco de uma Itália ou de uma Espanha, e temos isso aqui com proteção contra a inflação”, diz.
O gestor admite, porém, que não será fácil ganhar dinheiro com renda fixa como era até 2008. “O investidor vai ter de buscar um pouco mais de risco para ter o retorno que tinha no CDI, vai ter de buscar fundos multimercados, imobiliários, de ações, recebíveis, ou seja, acabou a moleza”.
Mesmo no longo prazo, De Callis não vê espaço para uma alta muito forte dos juros no Brasil e até no exterior. “Não acreditamos que as taxas subam muito nos países desenvolvidos”, diz ele. “O crescimento pelos próximos anos e a perder de vista nos desenvolvidos deve ficar em torno de 2% ao ano na média, baixo”, explica. “Crescendo nesse ritmo, os governos não podem pagar juros altos, as taxas vão ser negativas, ou seja, abaixo da inflação nos próximos 10 anos, talvez”, diz. Ele dá como exemplo os papéis de 10 anos dos Estados Unidos, que pagam cerca de 1,6% ao ano, para uma inflação anual de 2,5% projetada.
E juro baixo é bom para ativos de risco, observa De Callis. É uma chance, por exemplo, de valorizar o dividendo pago pelas empresas em suas ações ou o retorno de algum setor de crescimento na bolsa.
São Paulo - Marcos De Callis, diretor de Investimentos da Schroders no Brasil, diz estar otimista com a bolsa brasileira ao longo do ano. Apesar do abismo fiscal nos EUA preocupar no curto prazo, há sinais melhores para a China e a Europa parece ter deixado para trás o risco de uma ruptura. “Mas os mercados emergentes têm valor, os múltiplos das empresas são atrativos, as perspectiva de crescimento estão bem e à medida que a China encontrar o fundo do poço e começar a se recuperar, as bolsas podem se descolar”, diz.
Pode ser, porém, que o Índice Bovespa não reflita essa melhora das ações brasileiras, alerta De Callis, por ter ações com muito peso, como Vale e Petrobras, que podem segurar o indicador. “Mas sempre vamos ter opções como tivemos nos últimos três anos, como as ações de pequenas empresas (small caps), ou fundos de dividendos e outros papéis menos relacionados com o índice”, diz.
Ele observa, porém, que o mercado desvalorizou tanto as ações ligadas a commodities ou à economia mundial, como Vale e Siderurgia, que a estabilização da China pode provocar uma recuperação rápida desses papéis. “A grande incerteza era a China, e se essa incerteza ficar para trás, podemos ter seis meses de melhora para esses papéis que sofreram mais”, diz.
Nos juros, De Callis observa que o grande ajuste da taxa básica brasileira às condições internacionais já ocorreu este ano, com a Selic caindo para 7,25% ao ano. “Daqui para frente, é difícil dizer se vamos entrar em um processo de recuperação sustentável da economia ou se o investimento vai continuar baixo como neste ano, ou se a situação lá fora vai continuar tão ruim que vai permitir ao governo cortar mais os juros aqui”, avalia.
Ele considera que o juro de curto prazo no Brasil ainda está relativamente alto em relação aos países desenvolvidos, em torno de 2% reais ao ano, o que daria espaço para mais uma rodada para baixo das taxas. Mas para quem tem condições de aplicar em prazos mais longos, De Callis considera as taxas pagas pelas NTN-Bs mais longas, de 4% ao ano mais inflação, um bom negócio. “Para ter essa taxa fora do Brasil seria preciso correr um risco de uma Itália ou de uma Espanha, e temos isso aqui com proteção contra a inflação”, diz.
O gestor admite, porém, que não será fácil ganhar dinheiro com renda fixa como era até 2008. “O investidor vai ter de buscar um pouco mais de risco para ter o retorno que tinha no CDI, vai ter de buscar fundos multimercados, imobiliários, de ações, recebíveis, ou seja, acabou a moleza”.
Mesmo no longo prazo, De Callis não vê espaço para uma alta muito forte dos juros no Brasil e até no exterior. “Não acreditamos que as taxas subam muito nos países desenvolvidos”, diz ele. “O crescimento pelos próximos anos e a perder de vista nos desenvolvidos deve ficar em torno de 2% ao ano na média, baixo”, explica. “Crescendo nesse ritmo, os governos não podem pagar juros altos, as taxas vão ser negativas, ou seja, abaixo da inflação nos próximos 10 anos, talvez”, diz. Ele dá como exemplo os papéis de 10 anos dos Estados Unidos, que pagam cerca de 1,6% ao ano, para uma inflação anual de 2,5% projetada.
E juro baixo é bom para ativos de risco, observa De Callis. É uma chance, por exemplo, de valorizar o dividendo pago pelas empresas em suas ações ou o retorno de algum setor de crescimento na bolsa.