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Bovespa cai por medo sobre efeito político em ações fiscais

O Ibovespa fechou em queda em meio à deterioração do ambiente político, com investidores temerosos sobre dificuldades de implementação de ajustes fiscais

Bovespa: sessão também foi influenciada pela valorização do dólar (Paulo Fridman/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de março de 2015 às 17h40.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou a quarta-feira no vermelho, em meio à deterioração do ambiente político, com investidores temerosos sobre potenciais dificuldades para o amplamente almejado ajuste nas contas públicas do país.

A queda nos pregões em Wall Street reforçou a pressão vendedora na bolsa paulista, em sessão também influenciada pela valorização do dólar para ao redor de 3 reais.

O Ibovespa encerrou em baixa de 1,63 por cento, a 50.468 pontos. O volume financeiro totalizou 6,5 bilhões de reais.

Em Wall Street, o índice S&P 500 recuava 0,47 por cento, com ações do setor de saúde entre os poucos ativos no azul, conforme investidores seguiam ajustando posições após rali recente que colocou as bolsas em máximas recordes. No Brasil, o governo federal precisou enviar projeto de lei que pode gerar receita ao governo de cerca de 14,6 bilhões de reais com urgência constitucional ao Congresso após o presidente do Senado rejeitar a respectiva medida provisória.

Renan Calheiros (PMDB-AL) considerou inconstitucional a MP 669, que elevou as alíquotas de Contribuição Previdenciária das empresas sobre receita bruta, reduzindo, na prática, a desoneração da folha de pagamentos.

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta quarta-feira com os líderes de partidos aliados da Câmara e do Senado e fez um apelo pela aprovação do projeto de lei.

"A dificuldade em aprovar as medidas fiscais dificulta a recuperação da credibilidade brasileira", afirmou o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

Ele lembrou que há um custo político para medidas como esses ajustes fiscais e o governo não parece gozar de apoio para isso, o que ficou nítido nos últimos acontecimentos. O noticiário corporativo também esteve no radar, como a chance de a Petrobras buscar financiamento de até 19 bilhões de dólares.

As preferenciais da estatal caíram 4,06 por cento, também afetadas pela valorização do dólar, que pressiona o nível de endividamento da empresa, enquanto o petróleo não mostrou direção comum no exterior.

A alta da moeda norte-americana, por sua vez, ajudou as siderúrgicas, com Gerdau à frente, em alta de 4,51 por cento, também em meio à recepção positiva do seu balanço do quarto trimestre.

O comportamento do câmbio favoreceu ainda as empresas de papel e celulose Fibria e Suzano, com a última ainda beneficiada por informações sobre aumento de preço e expectativa do balanço após fechamento do pregão.

Bancos pesaram negativamente no Ibovespa nesta sessão, com Bradesco caindo 2,07 por cento e Itaú Unibanco recuando 0,87 por cento, diante de preocupação sobre a exposição de tais instituições ao escândalo envolvendo a Petrobras.

Banco do Brasil perdeu ainda mais, fechando em baixa de 5,04 por cento, Na véspera, a Moody's afirmou que os riscos à operação Lava Jato são maiores para bancos públicos. O Goldman Sachs também reduziu o preço-alvo da instituição de 25,80 para 25,40 reais.

Vale foi mais um componente negativo, com as preferenciais recuando 2,32 por cento, após os preços do minério de ferro recuarem nesta quarta-feira para perto do menor nível desde 2009.

Agentes financeiros ainda aguardam nesta quarta-feira decisão de juros do Banco Central, com 43 de 48 economistas consultados pela Reuters prevendo alta da taxa Selic para 12,75 por cento.

*Atualizada às 17h40 do dia 04/03/2015

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A queda nos pregões em Wall Street reforçou a pressão vendedora na bolsa paulista, em sessão também influenciada pela valorização do dólar para ao redor de 3 reais.

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Em Wall Street, o índice S&P 500 recuava 0,47 por cento, com ações do setor de saúde entre os poucos ativos no azul, conforme investidores seguiam ajustando posições após rali recente que colocou as bolsas em máximas recordes. No Brasil, o governo federal precisou enviar projeto de lei que pode gerar receita ao governo de cerca de 14,6 bilhões de reais com urgência constitucional ao Congresso após o presidente do Senado rejeitar a respectiva medida provisória.

Renan Calheiros (PMDB-AL) considerou inconstitucional a MP 669, que elevou as alíquotas de Contribuição Previdenciária das empresas sobre receita bruta, reduzindo, na prática, a desoneração da folha de pagamentos.

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta quarta-feira com os líderes de partidos aliados da Câmara e do Senado e fez um apelo pela aprovação do projeto de lei.

"A dificuldade em aprovar as medidas fiscais dificulta a recuperação da credibilidade brasileira", afirmou o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

Ele lembrou que há um custo político para medidas como esses ajustes fiscais e o governo não parece gozar de apoio para isso, o que ficou nítido nos últimos acontecimentos. O noticiário corporativo também esteve no radar, como a chance de a Petrobras buscar financiamento de até 19 bilhões de dólares.

As preferenciais da estatal caíram 4,06 por cento, também afetadas pela valorização do dólar, que pressiona o nível de endividamento da empresa, enquanto o petróleo não mostrou direção comum no exterior.

A alta da moeda norte-americana, por sua vez, ajudou as siderúrgicas, com Gerdau à frente, em alta de 4,51 por cento, também em meio à recepção positiva do seu balanço do quarto trimestre.

O comportamento do câmbio favoreceu ainda as empresas de papel e celulose Fibria e Suzano, com a última ainda beneficiada por informações sobre aumento de preço e expectativa do balanço após fechamento do pregão.

Bancos pesaram negativamente no Ibovespa nesta sessão, com Bradesco caindo 2,07 por cento e Itaú Unibanco recuando 0,87 por cento, diante de preocupação sobre a exposição de tais instituições ao escândalo envolvendo a Petrobras.

Banco do Brasil perdeu ainda mais, fechando em baixa de 5,04 por cento, Na véspera, a Moody's afirmou que os riscos à operação Lava Jato são maiores para bancos públicos. O Goldman Sachs também reduziu o preço-alvo da instituição de 25,80 para 25,40 reais.

Vale foi mais um componente negativo, com as preferenciais recuando 2,32 por cento, após os preços do minério de ferro recuarem nesta quarta-feira para perto do menor nível desde 2009.

Agentes financeiros ainda aguardam nesta quarta-feira decisão de juros do Banco Central, com 43 de 48 economistas consultados pela Reuters prevendo alta da taxa Selic para 12,75 por cento.

*Atualizada às 17h40 do dia 04/03/2015
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