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Bovespa cai 0,3% sob pressão de bancos

O giro financeiro somou 8,15 bilhões de reais, acima da média diária de 6,5 bilhões de reais em 2017 apurada até a véspera

Bovespa: no ano, o Ibovespa ainda acumula ganho de 6,5 por cento (Thinkstock/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 19h25.

Última atualização em 18 de janeiro de 2017 às 19h26.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em leve baixa nesta quarta-feira, depois de operar no azul durante boa parte da sessão, pressionado pelas perdas de bancos, que sucumbiram a realizações de lucros e ofuscaram a influência positiva da mineradora Vale.

O Ibovespa encerrou com recuo de 0,32 por cento, a 64.149 pontos, depois de fechar na véspera no nível mais alto em 11 semanas.

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O giro financeiro somou 8,15 bilhões de reais, acima da média diária de 6,5 bilhões de reais em 2017 apurada até a véspera. O giro teve acréscimo do exercício de opções sobre o Ibovespa, que movimentou nesta quarta-feira 308 milhões de reais.

No ano, o Ibovespa ainda acumula ganho de 6,5 por cento.

"Há duas ou três semanas vemos um certo otimismo entre os agentes de mercado e isso está reverberando em algumas ações", comentou Alvaro Bandeira, economista-chefe da Home Broker Modalmais, destacando o fluxo de entrada de capital.

De acordo com dados da BM&FBovespa, o saldo de investidores estrangeiros na bolsa em 2017 estava positivo em 2,628 bilhões de reais até 16 de janeiro.

A decisão surpreendente do Banco Central brasileiro na semana passada de cortar os juros em 0,75 ponto percentual intensificou o otimismo.

Alguns operadores já consideram que as apostas de novos cortes na Selic podem ajudar a bolsa paulista a atrair ainda mais capital especulativo, conduzindo o Ibovespa para novas máximas.

Mas, na opinião de Bandeira, o mercado acionário pode ficar suscetível a embolso de lucros nos próximos dias. Além disso, muitas variáveis ainda inspiram cautela. Investidores aguardam a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira, o início na próxima semana da temporada de balanços das empresas brasileiras e novos desdobramentos no cenário político..

DESTAQUES

- VALE PNA e VALE ON subiram, respectivamente, de 3,33 e 5,04 por cento. O avanço dos papéis foi motivado pela possibilidade de unificação das classes de ações da mineradora, cujo acordo de acionistas expira em abril, segundo reportagem do jornal Valor Econômico. "Essa medida é bem vista do ponto de vista de governança corporativa e pode aproximar a empresa dos múltiplos de suas rivais lá fora", afirmou o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora. BRADESPAR PN, uma das principais acionistas da Vale, saltou 6,65 por cento, no melhor desempenho do Ibovespa.

- SUZANO PNA encerrou em alta de 0,45 por cento, após a fabricante de papel e celulose anunciar aumento de 30 dólares no preço da tonelada de celulose vendida em todos os mercados, acompanhando reajustes similares feitos recentemente pelas rivais Fibria e Eldorado Celulose. FIBRIA ON subiu 0,48 por cento e KLABIN UNIT ganhou 0,49 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,78 por cento, exercendo a principal influência negativa sobre o Ibovespa, dado o seu peso na composição do índice. Outros bancos também foram alvo de realizações de lucros nesta quarta-feira, com BRADESCO PN caindo 1 por cento, BANCO DO BRASIL ON recuando 0,83 por cento e SANTANDER UNIT em baixa de 3,66 por cento.

- PETROBRAS PN caiu 0,19 por cento e PETROBRAS ON recuou 0,77 por cento, em pregão marcado pelo declínio dos preços internacionais do petróleo em meio à expectativa de aumento na produção norte-americana. A estatal teve que paralisar as operações na unidade de destilação da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) por conta de um incêndio. Entre outras notícias relevantes, a petroleira ofereceu aos sindicatos reajuste salarial de 8,57 por cento em troca de redução facultativa da jornada de trabalho.

- CYRELA ON anulou os ganhos da abertura e fechou em baixa de 5,39 por cento, com investidores aproveitando para embolsar parte dos ganhos obtidos nos últimos dias com a valorização do papel. Na prévia dos dados operacionais do quarto trimestre, a construtora divulgou aumento de 29,3 por cento nas vendas líquidas contratadas, para 1,09 bilhão de reais. Os números foram considerados "fortes" pela equipe de análise do Itaú BBA. MULTIPLAN ON fechou em queda de 0,64 por cento, apesar da gestora de shopping centers ter divulgado alta de 3 por cento nas vendas em lojas de seus empreendimentos no quarto trimestre de 2016, o que segundo analistas do BTG Pactual mostra a resiliência de seus negócios no atual cenário macroeconômico desafiador.

- MINERVA ON recuou 0,92 por cento, depois de anunciar o cancelamento do acordo para compra do Frigorífico Rio Doce (Frisa). O negócio havia sido aprovado pelo conselho de administração em 7 de novembro e considerado "uma excelente oportunidade estratégica". Mas, de acordo com a companhia, os vendedores não cumpriram condições precedentes para conclusão do acordo.

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