Mercados

Bovespa abre em alta após alívio com dados da China

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta, após a divulgação de números robustos sobre a economia da China aliviar parte da tensão internacional com a Europa. Ao longo do dia, o noticiário corporativo deve ser agitado com novas informações sobre o Pão de Açúcar e a Brasil Foods. […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 10h31.

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta, após a divulgação de números robustos sobre a economia da China aliviar parte da tensão internacional com a Europa. Ao longo do dia, o noticiário corporativo deve ser agitado com novas informações sobre o Pão de Açúcar e a Brasil Foods. Às 10h12, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 0,99%, aos 60.294 pontos.

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 9,5% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2010. O resultado indica desaceleração ante a expansão de 9,7% observada nos três primeiros meses de 2011, mas supera a previsão dos economistas de alta de 9,4% entre abril e junho. A produção industrial também superou as previsões e subiu 15,1% em junho, enquanto as vendas no varejo aumentaram 17,7% no mês passado.

Em relatório divulgado nesta manhã, a equipe de analistas da MCM Consultores Associados avalia que os três indicadores de atividade na China afastam o risco de um possível pouso brusco da economia do gigante emergente e alimenta a expectativa de que o país cresça em ritmo mais próximo ao seu potencial - algo em torno de 9% ao ano. "Existe ainda a expectativa de que a inflação já esteja próxima ao seu pico e, portanto, que comece a se desacelerar ao longo deste semestre", acrescenta, projetando que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês feche 2011 com alta em torno de 5,0%.

Já a equipe de análise do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, capitaneada por Octavio de Barros, acredita que as surpresas positivas com os dados de atividade na China reforçam a expectativa de que não haverá alívio das políticas restritivas tão cedo. "As preocupações com o crescimento continuarão menores do que com a inflação, que ainda pressionada, deverá seguir ditando a condução da política monetária, a despeito dos sinais de desaceleração moderada da demanda doméstica", afirma, acrescentando que, "mesmo assim, acreditamos que o ciclo de aperto monetário está próximo do fim".

Pelo sim, pelo não, os investidores resolverem se apoiar nos dados da China em busca de uma trégua nos negócios, após uma sequência turbulenta com a periferia europeia nos últimos dias. Ontem, a Moody's golpeou a Bolsa, ao colocar a Irlanda na mesma categoria especulativa ("junk") em que já estavam Portugal e Grécia, e caiu abaixo dos 60 mil pontos pela primeira vez neste ano. Mas, na opinião de um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, ordens de "stop loss" não devem ser acionadas hoje após a perda dessa importante marca psicológica, diante de um ambiente mais favorável no exterior.

No âmbito corporativo, despertam atenção o noticiário envolvendo duas grandes corporações brasileiras. Nesta manhã, a Bolsa informou que estão suspensos os negócios com as ações da Brasil Foods (BRF), aguardando a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre o processo de fusão entre Sadia e Perdigão, prevista para hoje.

Já as ações do Pão de Açúcar devem repercutir a decisão do Gama/BTG Actual de suspender temporariamente a proposta de fusão da varejista com as operações brasileiras do Carrefour, após as negativas dadas pelo sócio francês Casino e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Reportagem produzida pela Agência Estado no início do mês mostrava que analistas preveem que as ações do Pão de Açúcar podem cair até 20% se ficar claro que a operação seria barrada.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Mercado de trabalho aquecido é um desafio para inflação, diz Campos Neto

Calotes, recuperação judicial, despejos e saída do fundador: entenda a crise da WeWork

Chanel compra fatia da MB&F e aumenta aposta em relógios

“Chegou a hora de ajustar a política monetária”, afirma Powell em Jackson Hole

Mais na Exame