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Boom de ações de tecnologia em emergentes preocupa gestores

O crescente valor de mercado dessas empresas preocupa por estar aumentando de modo estável o peso desses papéis no índice de ações emergentes MSCI

Ações: investidores em fundos que acompanham os índices estão ficando cada vez mais expostos a um único setor (anyaberkut/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 14h12.

Última atualização em 9 de outubro de 2017 às 14h27.

Londres - O boom das ações de tecnologia de mercados emergentes está se tornando um problema para gestores de fundos .

O crescente valor de mercado de um punhado de empresas, como as chinesas Alibaba e Tencent, está aumentando de modo estável o peso desses papéis no índice de ações emergentes MSCI.

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Isto significa que investidores em fundos que acompanham os índices (fundos negociados em bolsa ou ETF, na sigla em inglês), que buscam ficar expostos a várias empresas e pagar uma taxa de administração menor, estão ficando cada vez mais expostos a um único setor.

Enquanto isso, administradores de fundos ativos, que justificam a cobrança de taxas mais altas por sua experiência em escolher ações individualmente, estão sobre pressão para comprar esses papéis, para garantir que seus fundos acompanhem os ganhos do índice.

E com ambos os grupos de investidores buscando o mesmo ativo, o risco de saídas de recursos aumenta se o setor apresentar algum problema.

"Isso é o oposto do que você quer fazer com um ETF - você quer exposição diversificada barata, mas acaba se concentrando em basicamente 10 ações", disse o chefe de estratégia de investimentos Psigma, Rory McPherson, que detém fundos ativos de mercados emergentes.

As cinco maiores empresas dos mercados emergentes no índice são de tecnologia - Alibaba, Tencent, Samsung, Naspers e Taiwan Semiconductor - e correspondem a quase 19 por cento do valor de mercado do índice. Essa é uma fatia maior do que no índice S&P 500, onde as cinco principais empresas - Alphabet, Apple, Facebook, Microsoft e Amazon - respondem por 13 por cento.

Desconforto

A mudança em direção a investimentos passivos, evidente na maioria das classes de ativos, entrou no foco das ações emergentes, que registraram alta de 60 por cento desde o início de 2016. Mas o setor também pode ilustrar os riscos que os fundos negociados em bolsa podem trazer para os portfólios.

Os investidores estão interessados em empresas de tecnologia que estão lucrando ao desestabilizar o status quo em setores que vão desde mídia a varejo e matérias-primas.

Mas a dependência da tecnologia para retornos está causando certo desconforto entre os investidores, que preferem ações no mercado emergente do setor automobilístico ou fabricantes de bebidas, por exemplo, para se expor à demanda em países em desenvolvimento.

O chefe de estratégias de portfólio da Columbia Threadneedle, Ed Kerschner, disse que o desempenho das empresas de tecnologia reflete principalmente o de seus pares norte-americanos, em vez de fornecer exposição a países em desenvolvimento.

"A questão é: você está comprando mercados emergentes ou tecnologia? O risco de comprar referências do mercado emergenteé que você não está se diversificando em relação ao S&P".

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