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Bolsas voltam a cair apesar das medidas do BC da China

Os mercados europeus se mostraram muito voláteis ao longo da sessão, oscilando entre os terrenos positivo e negativo

Mercado financeiro: o Banco Central chinês reduziu pela quinta ocasião as taxas de juros, em 0,25%, e diminuiu os encaixes compulsórios dos bancos, o que na prática equivale a uma grande injeção de liquidez (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2015 às 17h40.

A maioria das bolsas europeias operou no vermelho nesta quarta-feira apesar das medidas adotadas pelo Banco Central da China (PBOC), que não foram suficientes para acalmar os investidores.

Os mercados europeus se mostraram muito voláteis ao longo da sessão, oscilando entre os terrenos positivo e negativo. Londres fechou com queda de 1,68%, Paris recuou 1,40%, Frankfurt e Madri caíram 1,29% e Milão, 0,81%.

"Enquanto o mercado não tiver maior visibilidade sobre o impacto da China na economia, existe o risco de que haja mais sessões voláteis", advertiu Mikaël Jacoby, da Oddo Securities.

As bolsas de Xangai e Shenzhen voltaram a fechar no vermelho, caindo, respectivamente, 1,27% e 3,05%.

"Apesar da intervenção do Banco Popular da China, persiste a preocupação pela saúde da segunda economia mundial já que as medidas adotadas poderiam ser muito tímidas para relançar a economia", estimam, em nota, os analistas de Saxo Banque.

O PBOC reduziu pela quinta ocasião as taxas de juros, em 0,25%, e diminuiu os encaixes compulsórios dos bancos, o que na prática equivale a uma grande injeção de liquidez.

Isso não foi o suficiente para tranquilizar os investidores da Bolsa de Xangai, cuja queda de hoje se soma às perdas de 8,5% de segunda-feira e de 7,63% de terça-feira. Desde meados de junho, Xangai caiu mais de 40%, quase um terço dos 150% de valorização em um ano.

O resto das praças asiáticas terminaram díspares: Tóquio subiu 3,20% depois de seis sessões de queda. Hong Kong recuou 1,52%.

Para os analistas, as bolsas chinesas não refletem em absoluto o estado da economia real. Além da instabilidade das bolsas, as dúvidas se concentram na capacidade da China de continuar atuando como a locomotiva do crescimento mundial.

A economia chinesa demonstra sinais de esgotamento desde meados de junho, apesar da valorização das ações da Bolsa nos últimos 12 meses.

Os últimos indicadores não fizeram mais do que confirmar a desaceleração da atividade no país, uma evolução preocupante já que a China representa mais de 13% da atividade mundial.

Riscos de crash

Muitos analistas se perguntam se as intervenções do PBOC bastam para reativar a máquina.

"Se as dificuldades dos mercados financeiros chineses e da economia real se agravam, sem que o governo consiga melhorar a situação, não se descarta um crash financeiro e econômico de longo alcance", comentou Christophe Donay, da Pictet Wealth Management.

"Atualmente é o maior risco para a economia e os mercados mundiais", considerou.

Embora sejam bem-vindas, as medidas expansivas do PBOC não vão conseguir reativar a economia, os investimentos nem o consumo, a menos que o governo adote medidas mais contundentes, em particular orçamentárias e de gasto público, opinam os analistas.

"É preciso dissipar o excesso de pessimismo e restaurar a confiança (dos investidores). Serão necessárias medidas de apoio adicionais nas próximas semanas e os próximos meses", insistiu Frederic Neumann, economista do HSBC em Hong Kong, citado por Bloomberg News.

Após décadas de crescimento de dois dígitos, as autoridades chinesas devem convencer que no futuro o incremento da atividade será muito mais moderado e duradouro, sustentado pelo consumo interno, em vez das exportações e dos investimentos, como tem sido até agora.

O caminho, contudo, exige sacrifícios. A China desvalorizou a sua moeda em 2% no dia 11 de agosto, garantindo que se trata de aproximar o iuane de seu valor "real".

Este gesto foi interpretado como um esforço para incentivar as exportações e suscitou dúvidas sobre o estado de suas finanças.

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A maioria das bolsas europeias operou no vermelho nesta quarta-feira apesar das medidas adotadas pelo Banco Central da China (PBOC), que não foram suficientes para acalmar os investidores.

Os mercados europeus se mostraram muito voláteis ao longo da sessão, oscilando entre os terrenos positivo e negativo. Londres fechou com queda de 1,68%, Paris recuou 1,40%, Frankfurt e Madri caíram 1,29% e Milão, 0,81%.

"Enquanto o mercado não tiver maior visibilidade sobre o impacto da China na economia, existe o risco de que haja mais sessões voláteis", advertiu Mikaël Jacoby, da Oddo Securities.

As bolsas de Xangai e Shenzhen voltaram a fechar no vermelho, caindo, respectivamente, 1,27% e 3,05%.

"Apesar da intervenção do Banco Popular da China, persiste a preocupação pela saúde da segunda economia mundial já que as medidas adotadas poderiam ser muito tímidas para relançar a economia", estimam, em nota, os analistas de Saxo Banque.

O PBOC reduziu pela quinta ocasião as taxas de juros, em 0,25%, e diminuiu os encaixes compulsórios dos bancos, o que na prática equivale a uma grande injeção de liquidez.

Isso não foi o suficiente para tranquilizar os investidores da Bolsa de Xangai, cuja queda de hoje se soma às perdas de 8,5% de segunda-feira e de 7,63% de terça-feira. Desde meados de junho, Xangai caiu mais de 40%, quase um terço dos 150% de valorização em um ano.

O resto das praças asiáticas terminaram díspares: Tóquio subiu 3,20% depois de seis sessões de queda. Hong Kong recuou 1,52%.

Para os analistas, as bolsas chinesas não refletem em absoluto o estado da economia real. Além da instabilidade das bolsas, as dúvidas se concentram na capacidade da China de continuar atuando como a locomotiva do crescimento mundial.

A economia chinesa demonstra sinais de esgotamento desde meados de junho, apesar da valorização das ações da Bolsa nos últimos 12 meses.

Os últimos indicadores não fizeram mais do que confirmar a desaceleração da atividade no país, uma evolução preocupante já que a China representa mais de 13% da atividade mundial.

Riscos de crash

Muitos analistas se perguntam se as intervenções do PBOC bastam para reativar a máquina.

"Se as dificuldades dos mercados financeiros chineses e da economia real se agravam, sem que o governo consiga melhorar a situação, não se descarta um crash financeiro e econômico de longo alcance", comentou Christophe Donay, da Pictet Wealth Management.

"Atualmente é o maior risco para a economia e os mercados mundiais", considerou.

Embora sejam bem-vindas, as medidas expansivas do PBOC não vão conseguir reativar a economia, os investimentos nem o consumo, a menos que o governo adote medidas mais contundentes, em particular orçamentárias e de gasto público, opinam os analistas.

"É preciso dissipar o excesso de pessimismo e restaurar a confiança (dos investidores). Serão necessárias medidas de apoio adicionais nas próximas semanas e os próximos meses", insistiu Frederic Neumann, economista do HSBC em Hong Kong, citado por Bloomberg News.

Após décadas de crescimento de dois dígitos, as autoridades chinesas devem convencer que no futuro o incremento da atividade será muito mais moderado e duradouro, sustentado pelo consumo interno, em vez das exportações e dos investimentos, como tem sido até agora.

O caminho, contudo, exige sacrifícios. A China desvalorizou a sua moeda em 2% no dia 11 de agosto, garantindo que se trata de aproximar o iuane de seu valor "real".

Este gesto foi interpretado como um esforço para incentivar as exportações e suscitou dúvidas sobre o estado de suas finanças.

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