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Bolsas de Londres e de Toronto se preparam para unir operações

Operação que pode criar a maior base de negociação de ações do setor de mineração

A bolsa de valores de Londres pode se fundir com a de Toronto (Scott Barbour/Getty Images)

A bolsa de valores de Londres pode se fundir com a de Toronto (Scott Barbour/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 07h52.

Toronto - A bolsa de valores de Londres está em negociações avançadas para adquirir o grupo detentor da bolsa de Toronto, em uma operação que pode criar uma importante plataforma de negociação de ações do setor de mineração, caso vença a provável oposição política canadense.

A London Stock Exchange (LSE) e o TMX Group anunciaram na noite de terça-feira que estão discutindo a formação de uma operadora transatlântica, com valor de mercado de mais de 6,8 bilhões de dólares.

A combinação poderá formar a principal plataforma do mundo para negociação de ações de mineração e energia, cujos valores dispararam com o avanço dos preços das commodities.

As conversas ocorrem enquanto a bolsa de Cingapura se empenha para levar adiante a oferta de compra da bolsa da Austrália por 7,8 bilhões de dólares, uma operação que enfrenta forte oposição na Austrália.

Da mesma forma, a união entre LSE e TMX pode enfrentar barreiras no Canadá, onde aquisições estrangeiras de companhias de grande porte se tornaram um assunto político delicado.

"A consolidação entre bolsas deve continuar por causa da globalização", disse Subodh Kumar, estrategista-chefe de investimentos da Kumar & Associates, em Toronto. "A questão para as bolsas europeias é como podem concorrer com aquelas sediadas em Nova York por essas enormes quantias de capital."

A recente atividade de negociações sinaliza uma retomada de grandes aquisições no segmento de bolsas de valores, após um período de relativa calmaria depois que a bolsa de Nova York comprou a Euronext, em 2007, e que a Nasdaq incorporou a europeia OMX, em 2008.

"A consolidação entre bolsas está absolutamente no centro e em destaque novamente", disse Edward Ditmire, analista da Macquarie, indicando as sinergias como a maior motivação para tais negociações.

"Os dois grupos fizeram investimentos substanciais em suas plataformas de tecnologia, e espero que discutam sobre um conjunto unificado de sistemas", acrescentou.

Algumas das maiores mineradoras do mundo têm suas ações listadas na bolsa de Londres, enquanto a TSX conta com um vasto número de grandes empresas de ouro, além de um elevado volume de mineradoras menores.

O negócio, contudo, pode ter menos de 50 por cento de chance de ser aprovado pelo governo do Canadá, na visão do gerente de portfólio da McLean & Partners Wealth Management, Paul Ma.

"Os canadenses podem olhar (para a oferta de Cingapura pela bolsa da Austrália) e dizer, 'por que fazer isso?'. A bolsa de Toronto é um símbolo do orgulho canadense assim como a Potash era", disse Ma.

Em novembro, o partido conservador bloqueou a oferta de 39 bilhões de dólares feita pela australiana BHP Billiton para comprar a Potash Corp , após a operação causar acirrada oposição na província canadense de Saskatchewan, produtora de fertilizantes.

Já o presidente da consultoria CBM Group, Andre Cappon, afirmou que o negócio garantiria à LSE um necessário parceiro norte-americano, permitindo que a TMX se una a um representante global sem se sentir sugada por uma operadora dos Estados Unidos.

"É lógico para o Canadá tentar preservar seu mercado financeiro enquanto tenta ser uma bolsa global. Eles não gostariam de se unir a uma bolsa norte-americana que limitaria seu poder", disse ele.

A TMX informou que a operação envolverá uma estreita relação de troca do atual valor de mercado de ambas companhias. Dessa forma, os acionistas da LSE possuiriam cerca de 56 por cento da empresa combinada e a TMX ficaria com os restantes 44 por cento, segundo dados da Thomson Reuters.

A nova companhia contaria com escritórios em Londres e em Toronto, sendo regulada por órgãos responsáveis nos dois países.

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