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Bolsa: todos os olhos em Temer

A quinta-feira 12 deve marcar uma nova fase não apenas em Brasília como também na bolsa brasileira. Após quase três meses de negociações pautadas principalmente pelo impeachment da presidente Dilma, e uma alta de 22% no Ibovespa no ano, agora a atenção dos investidores se volta para o novo presidente do país. Na teoria, é […]

BOVESPA: após subir 1,28%, Ibovespa fechou no maior patamar de 2017, 69.967 pontos / Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2016 às 22h35.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h12.

A quinta-feira 12 deve marcar uma nova fase não apenas em Brasília como também na bolsa brasileira. Após quase três meses de negociações pautadas principalmente pelo impeachment da presidente Dilma, e uma alta de 22% no Ibovespa no ano, agora a atenção dos investidores se volta para o novo presidente do país. Na teoria, é hora de os boatos darem lugar aos fatos.

“O mercado está de olho nos ministros de Temer, em quem vai tocar a economia no dia a dia e se vai ser anunciada alguma grande medida”, diz Lucas Marins, analista da corretora Ativa Investimentos.

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O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, principal candidato a ocupar o cargo de ministro da Fazenda, é um nome que agrada aos investidores por ser visto como alguém com preparo técnico e habilidade política para comandar a pasta. Analistas ressaltam que, em parte, a especulação sobre o novo ministro já fez a bolsa subir nos últimos dias.

Meirelles deve trazer Ilan Goldfajn, atual economista-chefe do Itaú, para a presidência do Banco Central. A notícia do nome de Goldfjan contribuiu para que os juros futuros fechassem em queda na quarta-feira, segundo analistas. A expectativa é que, com ele, a taxa de juro Selic seja reduzida no segundo semestre. Economistas ouvidos pelo boletim Focus, do Banco Central, projetam a Selic em 13% no fim do ano, ante os 14,25% atuais.

“O Goldfajn vem dando discursos de que há espaço para a queda dos juros. Se seu nome for confirmado pelo Temer, os juros futuros deverão cair ainda mais”, diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da corretora Nova Futura.

Entre as ações negociadas na Bovespa, a expectativa é que subam os papéis de estatais como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil, porque um novo governo deve anunciar novos nomes para os principais cargos nessas companhias. Por enquanto, Temer não definiu nem a presidência da Petrobras, o que deve demorar pelo menos um mês. “Por um lado, essa demora mostra uma cautela na escolha dos nomes. Por outro, pode preocupar investidores e levar a uma queda das ações”, diz Silveira.

Para analistas ouvidos por EXAME Hoje, o que pode mesmo causar uma euforia no mercado são anúncios de reformas importantes na economia. Meirelles tem defendido que a reforma da Previdência é uma de suas prioridades.

“Se o Temer sinalizar mudanças econômicas, essa alta que vimos até agora será apenas o começo”, diz o gestor de um fundo de investimentos. A expectativa é que a bolsa passe dos atuais 53.000 pontos para algo próximo dos 60.000 que tinha em setembro de 2014, às vésperas da eleição presidencial. O dólar pode cair até 3,20 reais. Se as mudanças não vierem no prazo esperado — ou não forem implantadas — é quase certo que a bolsa volte para a casa dos 40.000 pontos e o dólar suba novamente.

Nesta quarta-feira, um dos principais gestores do país, Luis Stuhlberger, em relatório a clientes do Fundo Verde, afirmou que a alta da bolsa “é um exagero de otimismo em relação ao novo governo”. Analistas ressaltam ainda que o preço das commodities tende a cair e isso poderá impactar as ações. “Vai ser uma briga boa entre política e commodities”, diz Marins. A partir desta quinta-feira, a bolsa vai responder a cada anúncio do novo governo. (LETÍCIA TOLEDO)

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