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Bolsa recua com reviravolta em negociações entre EUA e China

Às 11:16, o Ibovespa caía 1,08 por cento, a 94.968,37 pontos; na China, bolsas têm maior queda em 3 anos

B3: Ibovespa recuava mais de 1 por cento nesta segunda-feira (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)
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Reuters

Publicado em 6 de maio de 2019 às 10h19.

Última atualização em 6 de maio de 2019 às 11h36.

São Paulo — O Ibovespa recuava mais de 1 por cento nesta segunda-feira, pressionado pelo cenário externo negativo em meio à deterioração das relações comerciais entre China e Estados Unidos, enquanto investidores aguardam a retomada das discussões da reforma da Previdência.

Às 11:16, o Ibovespa caía 1,08 por cento, a 94.968,37 pontos. O volume financeiro somava 2,16 bilhões de reais.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo que vai elevar as tarifas de importação sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses, lançando dúvidas sobre apostas anteriores de que ambos os países estariam se aproximando de um acordo.

Nesta segunda-feira, Trump pareceu defender sua declaração da véspera, citando o déficit comercial entre EUA e China. "Desculpe, não vamos mais fazer isso!", disse o presidente norte-americano em uma publicação no Twitter.

"Se as negociações de fato forem canceladas, a probabilidade de um aumento nas tarifas aumenta, e devemos ver mais tensão no mercado, a medida que as tarifas levariam a uma desaceleração no crescimento mundial", destacou a equipe da XP Investimentos.

Há expectativa de que as negociações comerciais entre os gigantes econômicos continuem nesta semana.

Em Wall Street, o S&P 500 recuava cerca de 1 por cento.

Além da temporada de balanços trimestrais ainda em andamento no Brasil, a semana na bolsa paulista também começa com expectativa para a primeira sessão da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará a proposta de reforma da Previdência na terça-feira.

Muitos estrategistas já esperam uma tramitação árdua e estão atentos à potencial desidratação do texto original.

Bolsas chinesas têm maior queda em 3 anos

Os investidores chineses foram pegos de surpresa pelas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levando-os a vender ações e a vender o iuan nesta segunda-feira, 6, quando a deteriorização das relações comerciais entre Pequim e Washington agitaram os mercados financeiros asiáticos.

Os principais índices acionários do país mostraram sua maior queda em mais de três anos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen e o índice Xangai caíram mais de 5% cada, registrando sua maior queda em um único dia desde fevereiro de 2016. Cerca de mil empresas despencaram o limite máximo permitido de 10% no dia.

O sentimento do mercado recebeu um pequeno impulso um pouco depois, com a China dizendo que sua delegação comercial está se preparando para ir aos Estados Unidos.

Destaques

- VALE recuava 1,9 por cento, contaminada pela aversão a risco no exterior em meio à guinada nas negociações comerciais entre Washington e Pequim, tendo também de pano de fundo o declínio de ações de mineradoras também no exterior. A mineradorasubstituiu o presidente de seu conselho de administração na última semana, com o cargo sendo assumido por José Maurício Pereira Coelho, presidente da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

- BR MALLS caía 2,3 por cento, em sessão negativa para empresas de shopping centers, com MULTIPLAN em baixa de 1,7 por cento e IGUATEMI recuando 1,2 por cento.

- PETROBRAS PN perdia 1,2 por cento, em sessão sem tendência clara dos preços do petróleo

- BRADESCO PN caía 1,45 por cento, em sessão negativa para bancos como um todo. No radar está acordo de aquisição do norte-americano BAC Florida Bank por cerca de 500 milhões dólares, no primeiro movimento do Bradesco de aquisição fora do Brasil. Analistas do Itaú BBA consideraram a aquisição pequena para o Bradesco e que ela tende a ajudar o banco a reduzir a lacuna de sua divisão de private banking. BRADESCO ON cedia 2,3 por cento. O rival ITAÚ UNIBANCO PN mostrava queda 1,6 por cento.

- MAGAZINE LUIZA valorizava-se 1,6 por cento, antes da divulgação do balanço prevista para após o fechamento do mercado. Para a equipe do Brasil Plural, o resultado do primeiro trimestre do Magazine Luiza não deve impressionar, com o forte crescimento das receitas sendo compensado pela continuação de sua agenda de investimentos.

- SABESP tinha variação positiva de 0,4 por cento. No domingo, a companhia informou que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) definiu cronograma e diretrizes para a revisão tarifária da companhia. Analistas do Itaú BBA consideraram a notícia positiva para a empresa, "pois indica que o regulador está buscando soluções de problemas antigos que a empresa vem passando"

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