Bolsa de NY cai puxada por Japão, mas Fed limita perda
Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em baixa, refletindo a preocupação dos investidores com a possibilidade de uma crise nuclear no Japão e as potenciais implicações desse evento. A divulgação de avaliações relativamente positivas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a economia norte-americana, no entanto, […]
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 18h34.
Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em baixa, refletindo a preocupação dos investidores com a possibilidade de uma crise nuclear no Japão e as potenciais implicações desse evento. A divulgação de avaliações relativamente positivas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a economia norte-americana, no entanto, impediu que a queda das bolsas fosse mais acentuada.
O Dow Jones caiu 137,74 pontos, ou 1,15%, para 11.855,42 pontos, mas encerrou o dia bastante acima da mínima no dia, de 11.696,25 pontos. O Nasdaq recuou 33,64 pontos, ou 1,25%, para 2.667,33 pontos, enquanto o S&P 500 fechou em baixa de 14,52 pontos, ou 1,12%, aos 1.281,87 pontos.
Em um comunicado divulgado hoje à tarde, o Federal Reserve afirmou que decidiu manter a taxa dos Fed Funds na faixa de zero a 0,25% e prosseguir com o programa de compras de bônus, anúncios que já eram esperados pelo mercado. O banco central, no entanto, disse que os gastos dos consumidores e os investimentos das empresas continuaram crescendo desde a última reunião de política monetária, em janeiro, e também sugeriu que houve melhora no mercado de mão de obra.
As autoridades disseram ainda que o aumento nos preços internacionais das commodities - em particular no valor do petróleo - estão contribuindo para aumentar a pressão inflacionária, mas que esses efeitos devem ser transitórios.
O comunicado do Fed não mencionou diretamente o terremoto e o tsunami que atingiram o Japão como riscos ao crescimento dos EUA e, ao contrário de ocasiões anteriores, não apresentou o trecho que classificava a caminhada da economia para um ambiente com baixa inflação e baixo desemprego como "decepcionantemente lenta".
Os comentários do Fed ofereceram suporte às bolsas, apesar de alguns operadores afirmarem que já esperavam que o comunicado tivesse um viés otimista. "Nós esperávamos um comunicado levemente mais positivo, porém cauteloso, e acho que essa é uma avaliação justa do tom" do texto divulgado hoje, disse Dan McMahon, diretor de negociações com ações da Raymond James.
Segundo ele, os índices acionários devolveram parte das perdas depois do anúncio do Fed porque o mercado ficou relativamente aliviado com a escassez de notícias ruins no comunicado do banco central.
Mais cedo, no entanto, os investidores estavam preocupados com a situação da usina nuclear de Daiichi, em Fukushima. Houve explosões em três dos seis reatores da usina desde sábado e um quarto reator foi atingido hoje por um incêndio, trazendo à tona receios com o vazamento de material radioativo. Diante desse quadro, o índice Dow Jones chegou a cair 297 pontos nos primeiros cinco minutos do pregão.
"É compreensível que o mercado tenha passado por uma onda de vendas tão acentuada nesta amanhã. A terceira maior economia do mundo está sofrendo a ameaça de uma nuvem radioativa", disse David Carter, executivo-chefe de investimentos da Lenox Advisors. "À tarde, as pessoas descobriram que esse risco pode estar sendo superestimado e que, no longo prazo, a economia japonesa deve se recuperar decentemente", acrescentou.
Entre os indicadores divulgados mais cedo, o índice Empire State sobre a atividade industrial da região de Nova York subiu mais que o previsto, assim como o índice de preços das importações. O índice de confiança das construtoras também avançou, mas ficou em linha com as previsões de analistas. As informações são da Dow Jones.