Mercados

Bolsa avança na abertura com novas pesquisas e exterior favorável

Às 10:47, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subia 1,26 por cento, a 84.905,95 pontos

Bolsa: novas pesquisas reforçaram favoritismo de Jair Bolsonaro (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: novas pesquisas reforçaram favoritismo de Jair Bolsonaro (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 10h23.

Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 11h08.

SÃO PAULO, 19 Out (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta sexta-feira, caminhando para a terceira semana seguida de alta, ajudado nesta sessão pelo viés mais favorável no exterior, além de novas pesquisas reforçando o favoritismo de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa do segundo turno da eleição presidencial contra Fernando Haddad (PT).

Às 10:47, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subia 1,26 por cento, a 84.905,95 pontos. O volume financeiro somava 1,45 bilhão de reais. Nesse cenário, o Ibovespa caminha para fechar a semana com ganho acumulado de mais de 2 por cento.

A alta neste pregão vem após forte queda na véspera, guiada pelo mau humor externo, que foi acentuada nos minutos finais por notícia de que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, se prepara para deixar o Banco Central no final do ano.

Análise gráfica da equipe do Itaú BBA mostrou em relatório a clientes que o Ibovespa perdeu o suporte inicial em 84.900 pontos com a forte queda de quinta-feira, de mais de 2 por cento, e pode estender o movimento em direção aos suportes em 82.600 e 81.800 pontos.

"Do lado da alta, a tendência de valorização permanece no curto prazo e o Ibovespa encontra resistências em 87.400 e a máxima histórica em 88.400 pontos", de acordo com Fábio Perina e Larissa Nappo, que assinam o relatório.

No exterior, o último pregão da semana tinha os preços do petróleo em alta e Wall Street no azul, com resultados corporativos fortes como o da Procter & Gamble ajudando a aliviar preocupações sobre riscos políticos e econômicos envolvendo a Europa e a Arábia Saudita. O S&P 500 subia 0,65 por cento.

Dados chineses mostraram desempenho econômico abaixo das expectativas no terceiro trimestre, mas autoridades prometeram medidas para estimular a atividade.

Na pauta doméstica, pesquisas eleitorais Datafolha, DataPoder360 e XP/Ipespe ocupavam a atenção, mas sem adicionar novidades relevantes ao cenário do segundo turno da eleição presidencial no país previsto para o próximo dia 28, com Bolsonaro liderando com folga.

Agentes financeiros também se prepararam para o começo da temporada de balanços do terceiro trimestre de companhias prevista para começar na próxima semana, com Fibria e Localiza, Vale, Via Varejo e WEG devendo abrir o calendário das empresas listadas no Ibovespa no dia 24.

DESTAQUES

- VALE avançava 1,7 por cento, após recuar quase 4 por cento na quinta-feira, acompanhando a recuperação no pregão doméstico como um todo. Após dados considerados fortes de produção e vendas, a equipe do Itaú BBA espera que o Ebitda da mineradora alcance 4,55 bilhões de dólares no terceiro trimestre. Para o lucro líquido, estima 1,885 bilhão de dólares.

- PETROBRAS PN subia 2 por cento, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior, em meio a sinais de aumento da demanda na China, o segundo maior consumidor da commodity no mundo.

- ITAÚ UNIBANCO PN valorizava-se 1,1 por cento, com o setor de bancos de modo geral ensaiando uma sessão de recuperação, após quedas expressivas no fechamento da véspera. O índice do setor financeiro subia 1 por cento.

- SMILES mostrava acréscimo de 2,9 por cento, em nova sessão de recuperação, após perdas expressivas no começo da semana, quando foi pressionada por anúncio de sua controladora, a companhia aérea Gol, de que não vai renovar o contrato com a empresa de programa de fidelidade e que pretente incorporá-la, dentro de um plano de reorganização societária.

- GOL PN subia 3,7 por cento, ainda apoiada nas expectativas positivas acerca do plano envolvendo a incorporação da Smiles. A companhia aérea também divulgou que começa em novembro voos diretos para os Estados Unidos e que fez pedido de 135 aeronaves Boeing 737 MAX, com previsão de entrega até 2028.

- MRV perdia 1,8 por cento. O Bradesco BBI cortou a recomendação das ações para 'neutra' e reduziu o preço-alvo a 15 reais, enxergando um ambiente mais difícil para o plano de crescimento da companhia dado cenário do programa Minha Casa Minha Vida. A construtora já está investindo em novas frentes de negócios para ampliar sua atuação.

- EMBRAER caía 0,8 por cento, após divulgar queda de 40 por cento nas entregas de aeronaves a companhias aéreas no terceiro trimestre, além de um recuo de 27,7 por cento na carteira de pedidos firmes a entregar.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresEleições 2018IbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

"Melhor oportunidade em dez anos": as apostas de André Lion, da Ibiúna, diante de uma bolsa em queda

‘Descolado’ e bom demais para ignorar: BB começa a cobrir Nubank com recomendação de compra

Investimentos em energia terão que dobrar até o fim da próxima década, projeta BlackRock

“Nova revolução”: como os maiores bancos do Brasil estão se preparando para lidar com a IA

Mais na Exame