BofA recomenda compra de Petrobras em meio a otimismo com petróleo
O banco também elevou o preço-alvo das ações da estatal para R$ 37,50, vendo potencial de valorização de quase 30%
Paula Barra
Publicado em 21 de junho de 2021 às 18h21.
Última atualização em 21 de junho de 2021 às 19h16.
O Bank of America elevou nesta segunda-feira, 21, a recomendação das ações da Petrobras (PETR4) de neutra para compra, em meio a perspectivas de preços mais fortes do petróleo nos próximos anos. O preço-alvo também foi revisado para cima, de 34,25 reais para 37,50 reais, o que representa um potencial de valorização de 29% frente ao fechamento de hoje.
"Estamos nos tornando mais construtivos no desafiador setor de óleo e gás da América Latina com base em uma projeção materialmente mais forte para o petróleo entre 2021 e 2023", comentou o analista do banco Frank McGann, em relatório.
O analista aponta que a tese de investimento em Petrobras continua "altamente complicada", diante de preocupações sobre ingerência política na empresa, especialmente relacionada ao preço do produto e ao efeito potencial da eleição presidencial de 2022.
McGann destaca que, com tal perspectiva, a estatal deve reportar lucro e fluxo de caixa mais altos, o que deve ajudar na redução de sua dívida bruta para menos de 60 bilhões de dólares até o ano que vem. Isso abriria caminho para a companhia pagar dividendos "muito maiores" já em 2022, ante estimativa anterior de 2023.
A política de dividendos da Petrobras prevê o acionamento de uma nova sistemática de distribuição assim que seu endividamento bruto cair para um patamar abaixo de 60 bilhões de reais. Atingindo essa meta, a companhia poderá propor o pagamento de proventos equivalente a 60% do fluxo de seu caixa operacional descontados os investimentos.
A petroleira encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma dívida bruta de 71 bilhões de dólares, uma redução de 20,5% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.
Onda otimista
O relatório do BofA se une ao de outros bancos que também alertaram na semana anterior para dividendos mais robustos pela frente.
Na segunda-feira passada, o Credit Suisse comentou que acredita que, provavelmente, a Petrobras vai conseguir reduzir sua dívida para menos de 60 bilhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, o que ativaria sua nova política de dividendos ainda em 2021.
A leitura do banco veio após a companhia anunciar o recebimento de 2,94 bilhões de dólares de suas sócias chinesas no campo de Búzios como compensação dos investimentos feitos pela brasileira no ativo.
Na mesma linha, os analistas do BTG Pactual apontaram, em relatório do dia 14, que esse anúncio, juntamente com a forte geração de caixa da empresa, devem colocar a companhia mais perto de sua meta de dívida bruta. Para eles, esse cenário pode abrir espaço para dividendos mais fortes já nos próximos seis a 12 meses.