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BNP revisa IPCA por guerra na Ucrânia e prevê Selic acima de 14%

Inflação deve ser ainda mais forte sobre o setor de alimentos, projeta banco francês

Logo do BNP Paribas (ANGELA WEISS/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de maio de 2022 às 10h14.

Última atualização em 3 de maio de 2022 às 16h00.

O BNP Paribas revisou sua projeção para o IPCA deste ano de 8,5% para 10%, sendo que o consenso do mercado para a inflação deste ano está em 7,89%, segundo o último boletim Focus. O IPCA para 2023 também foi revisado, de 4,5% para 5% -- acima da banda superior de inflação para o ano que vem, de 4,75%, e da mediana de mercado, de 4,10%.

A revisão teve peso da inflação de alimentos, para a qual o banco francês espera que fique em 17,1%. A projeção anterior era de alta de 13,8%.

"Conforme a guerra entre Rússia e Ucrânia continua, o mundo terá que lidar com a menor produção de trigo e preços mais altos de fertilizantes", afirmou o relatório assinado por Gustavo Arruda, head de research para a América Latina do BNP, e pela economista Laiz Carvalho.

A equipe do banco também ressaltou que as condições climáticas dos Estados Unidos devem afetar a safra de milho. "Dados os custos mais altos de fertilizantes e os estoques globais mais baixos, esperamos que os preços dos alimentos voltem a atingir o pico, afetando os preços dos cereais e proteínas."

Outros três fatores, de acordo com o BNP, devem impulsionar a inflação deste ano no Brasil: as restrições na cadeia de suprimentos, a inflação de serviços e a alta de preços de combustíveis.

Para controlar a situação, o BNP acredita que o Banco Central terá que elevar a Selic para 14,25% -- 100 pontos base acima do atual consenso de economistas, que esperam 13,25% para Selic do final do ano.

A projeção do banco para a Selic de 2023, de 10,25%, também é acima da taxa de 9,25% estimada pela maior parte dos economistas. Mas esses números poderão mudar, disse o relatório, dependendo da comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 4.

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