BM&FBovespa ganha com o retorno do volume das ações da Petrobras
Temores com as definições do processo de capitalização reduziram a demanda pelos papéis e os tiraram do topo da mais importante do mercado brasileiro
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2010 às 18h36.
São Paulo - A definição do preço do barril a ser cedido pela União na capitalização da Petrobras (PETR3); (PETR4) deve ajudar a devolver parte do volume financeiro girado em bolsa que tinha saído por conta das incertezas com o processo e beneficiar a BM&FBovespa (BVMF3). De acordo com o Barclays, o volume médio de negócios da Petrobras caiu cerca de 220 milhões de reais na comparação da média dos últimos 60 dias contra o primeiro semestre do ano passado.
Com isso, o volume financeiro da bolsa brasileira tem ficado abaixo da estimativa dos analistas. O giro médio diário está em torno de 5,5 bilhões de reais neste trimestre, número inferior à expectativa de 6 bilhões de reais do Barclays para o segundo semestre. O retorno das negociações com as ações da estatal é um ponto a favor para as ações da BM&FBovespa, explicam os analistas Henrique Caldeira e Roberto Attuch.
"Com a definição do preço na noite passada, achamos que os volumes podem dar um salta a partir de agora", mostra relatório publicado hoje. Segundo o banco, a normalização dos negócios deve trazer o volume de volta para o nível diário de 695 milhões de reais, contra os 480 milhões de reais atuais. "Uma possível apreciação das ações, em torno de 10% com a remoção das incertezas, podem elevar o volume para até 800 milhões de reais", dizem.
O Barclays tem uma recomendação neutra para os papéis da BM&FBovespa, com um preço-alvo de 14,50 reais. "Apesar de não acreditarmos que o mercado de capitais sozinho vai direcionar uma revisão considerável no preço por lucro, acreditamos que essa transação excepcional deve manter as ações relativamente fortes", afirmam.Em agosto, a bolsa teve uma saída líquida de 604 milhões de reais.
A última revisão da carteira do Ibovespa revelou que, pela primeira vez desde 2006, a liderança do índice deixou de pertencer aos papéis preferenciais da Petrobras (PETR4). O lugar foi ocupado pelos papéis preferenciais classe A da Vale (VALE5). Na prática, isso significa que passa a ser da Vale, e não da petrolífera, o posto de ação mais importante para o mercado nacional.
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