BlueLine prevê 'consequências globais' por alta de juros nos EUA
Economista-chefe da BlueLine vê riscos de recessão na economia americana e consequências globais
Fernanda Bastos
Publicado em 19 de abril de 2022 às 12h11.
Última atualização em 25 de abril de 2022 às 11h52.
As falas de James Bullard, presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, soaram como um alerta para o mercado financeiro. Conhecido por sua abordagem contracionista, Bullard, que é membro do comitê de política monetária do Fed, o FOMC, disse que o ritmo da alta de juros pode acelerar para 0,75% e chegar ao fim do ano em 3,5%.
"O peso da fala do Bullard é muito grande, porque ele foi um dos primeiros diretores do Fed a perceber que a inflação não era só temporária", disseFábio Akira,economista-chefe da BlueLine Asset Management, no programa Abertura de Mercado desta terça-feira, 19 de abril.
Bullard, por sinal, foi o único a votar na última reunião para uma alta de juro de 50 pontos base, enquanto a maioria optou por uma primeira elevação de 25 pontos base. O consenso do mercado para a próxima reunião do Fomc, em maio, é de que exista maior apoio à alta de 50 pontos base. "Agora, ele está liderando o processo falando em 75 pontos base."
"Os juros futuros americanos subiram de maneira muito acelerada, o que aumenta os riscos de uma recessão na economia americana, tendo consequências globais em todos os mercados (ações, câmbio, ou títulos)", disse Akira.
Segundo o economista, a BlueLine tem adotado uma abordagem mais conservadora diante desse cenário. "Estamos neutro no mercado de ações, comprados em dólar (apostando na alta) contra moedas de baixa taxa de juros, como o euro e o iene. Mas estamos vendidos (apostando na queda) em moedas ligadas às commodities, como o real. Grande parte das nossas posições também estão ligadas à alta dos juros americanos."
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