BlackRock: setor financeiro deve liderar ganhos na Bovespa em 2012
Ações do Itáu Unibanco e do Bradesco são destaques do setor; atrasos em projetos da Petrobras ainda preocupam
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2011 às 14h57.
São Paulo - Os bancos serão destaque na bolsa brasileira no próximo ano, na visão da gestora de fundos BlackRock , com o Itaú Unibanco respondendo pela maior posição relativa do segmento no portfólio, mas Bradesco também em destaque.
"Acredito que o setor financeiro vai liderar a bolsa em 2012. A correlação das ações dos bancos brasileiros com bancos europeus ou bancos americanos nunca esteve tão alta, o que para mim não faz sentido algum", disse o gestor de portfólio para América Latina do BlackRock, Will Landers, durante entrevista no chatroom Trading Brazil da Thomson Reuters nesta segunda-feira.
O fundo que o especialista administra na América Latina soma cerca de 7,3 bilhões de dólares. As ações brasileiras, de um modo geral, entram no próximo ano bastante atrativas, avaliou Landers, citando prelação preço/lucro (P/E) próximo de 9 vezes.
Porém, segundo ele, a volta de investidores estrangeiros aos mercados emergentes, especialmente ao Brasil, dependerá do sentimento em relação à Europa, quando se sentirem confortáveis de que não haverá uma ruptura no continente.
"Minha premissa é a de que vamos chegar a algum tipo de solução aceitável para a Europa, eliminando o risco de grandes quebras no sistema bancário, mas deixando a Europa numa leve recessão. Neste caso, acredito que o dinheiro volte para as bolsas emergentes em massa, e que o Brasil vai se beneficiar deste movimento."
O gestor acrescentou que o setor imobiliário é outro que gosta bastante para 2012, citando PDG Realty com a maior posição. Segundo ele, as ações do segmento estão negociando com um desconto elevado contra a bolsa. Com os juros caindo, as construtoras devem se beneficiar de um momento melhor.
Ainda falando sobre as ações que compõem o portfólio da BlackRock para América Latina, Landers ratificou a permanência de Vale, afirmando que a mineradora segue com geração de caixa elevada, mesmo depois do aumento do investimento programado para 2012.
"Não vejo o preço do minério abaixando muito dos níveis atuais, e com isso, vejo a companhia como uma aposta que combina tendências em valor, crescimento e lucro. Valor e lucro agora, com crescimento vindo a partir de 2013. Retorno de dividendos de quase 5 por cento e preço/lucro abaixo de 6 vezes, continuo a gostar do papel", disse.
Em relação à Petrobras, que tem uma posição "underweight" na carteira da BlackRock, Landers afirmou que continua preocupado com os atrasos nos seus projetos, as baixas taxas de retorno sobre investimento e um investimento elevado que requer da companhia acessar o mercado de renda fixa constantemente.
"Isso não assusta agora, pois a companhia tem crédito no mercado, mas não deixa de ser uma das poucas companhias brasileiras com essa necessidade."
Ele também citou que a AmBev esta entre as dez maiores posições no portfólio, assim como OGX -esta para diminuir o "underweight" do portfólio em petróleo e diversificar o risco. E afirmou que não tem posições nos setores de aço e de papel e celulose.
São Paulo - Os bancos serão destaque na bolsa brasileira no próximo ano, na visão da gestora de fundos BlackRock , com o Itaú Unibanco respondendo pela maior posição relativa do segmento no portfólio, mas Bradesco também em destaque.
"Acredito que o setor financeiro vai liderar a bolsa em 2012. A correlação das ações dos bancos brasileiros com bancos europeus ou bancos americanos nunca esteve tão alta, o que para mim não faz sentido algum", disse o gestor de portfólio para América Latina do BlackRock, Will Landers, durante entrevista no chatroom Trading Brazil da Thomson Reuters nesta segunda-feira.
O fundo que o especialista administra na América Latina soma cerca de 7,3 bilhões de dólares. As ações brasileiras, de um modo geral, entram no próximo ano bastante atrativas, avaliou Landers, citando prelação preço/lucro (P/E) próximo de 9 vezes.
Porém, segundo ele, a volta de investidores estrangeiros aos mercados emergentes, especialmente ao Brasil, dependerá do sentimento em relação à Europa, quando se sentirem confortáveis de que não haverá uma ruptura no continente.
"Minha premissa é a de que vamos chegar a algum tipo de solução aceitável para a Europa, eliminando o risco de grandes quebras no sistema bancário, mas deixando a Europa numa leve recessão. Neste caso, acredito que o dinheiro volte para as bolsas emergentes em massa, e que o Brasil vai se beneficiar deste movimento."
O gestor acrescentou que o setor imobiliário é outro que gosta bastante para 2012, citando PDG Realty com a maior posição. Segundo ele, as ações do segmento estão negociando com um desconto elevado contra a bolsa. Com os juros caindo, as construtoras devem se beneficiar de um momento melhor.
Ainda falando sobre as ações que compõem o portfólio da BlackRock para América Latina, Landers ratificou a permanência de Vale, afirmando que a mineradora segue com geração de caixa elevada, mesmo depois do aumento do investimento programado para 2012.
"Não vejo o preço do minério abaixando muito dos níveis atuais, e com isso, vejo a companhia como uma aposta que combina tendências em valor, crescimento e lucro. Valor e lucro agora, com crescimento vindo a partir de 2013. Retorno de dividendos de quase 5 por cento e preço/lucro abaixo de 6 vezes, continuo a gostar do papel", disse.
Em relação à Petrobras, que tem uma posição "underweight" na carteira da BlackRock, Landers afirmou que continua preocupado com os atrasos nos seus projetos, as baixas taxas de retorno sobre investimento e um investimento elevado que requer da companhia acessar o mercado de renda fixa constantemente.
"Isso não assusta agora, pois a companhia tem crédito no mercado, mas não deixa de ser uma das poucas companhias brasileiras com essa necessidade."
Ele também citou que a AmBev esta entre as dez maiores posições no portfólio, assim como OGX -esta para diminuir o "underweight" do portfólio em petróleo e diversificar o risco. E afirmou que não tem posições nos setores de aço e de papel e celulose.