BC Europeu estuda limitar dividendos de bancos em 20% do lucro
Abordagem estudada é mais conservadora do que a adotada pelo Banco da Inglaterra
Beatriz Quesada
Publicado em 13 de dezembro de 2020 às 08h00.
(Bloomberg)Reguladores europeus avaliam uma abordagem mais conservadora do que a do Banco da Inglaterra quanto ao montante de lucro que instituições financeiras podem devolver aos acionistas por meio de dividendos, disseram fontes com conhecimento do assunto.
Os reguladores estudam se devem limitar o pagamento de dividendos apenas para bancos mais fortes nos primeiros nove meses em cerca de 20% do lucro, com o objetivo de reter capital dentro sistema financeiro. As informações foram repassadas à Bloomberg sob condição de anonimato.
O limite está abaixo dos 25% do lucro que bancos britânicos poderiam começar a pagar a partir do próximo ano, segundo anúncio da agência reguladora do Reino Unido na quinta-feira, 10.
Os termos ainda não foram acordados e ainda podem mudar quando o conselho fiscal do Banco Central Europeu (BCE) decidir se e como suspender a proibição em reunião na próxima semana. Esse órgão é composto por autoridades nomeadas pelo BCE e principais reguladores bancários nacionais.
Bancos europeus, cujas ações mostram desempenho mais fraco do que o mercado em geral neste ano, alertaram repetidamente que restringir a capacidade de pagar dividendos pode afastar investidores. Apesar do otimismo de que o fim da pandemia está próximo após ensaios de vacinas bem-sucedidos, alguns reguladores estão preocupados que, se permitirem um retorno total dos pagamentos, os bancos não tenham reservas financeiras para absorver as perdas sem o resgate dos contribuintes.
Os bancos teriam que mostrar que têm capital suficiente para administrar as perdas e continuar emprestando, mesmo que façam um pagamento de dividendos reduzido, disseram as pessoas.
O Banco da Inglaterra disse que permitirá que os bancos façam pagamentos que não excedam 0,2 ponto percentual de seus ativos ponderados pelo risco, ou 25% dos lucros trimestrais acumulados em 2019 e 2020 após a dedução das distribuições aos acionistas.
Autoridades europeias estão em contato com suas contrapartes e cientes das pressões competitivas que os bancos enfrentam em todas as jurisdições, disseram as pessoas. O BCE também pedirá aos bancos que sejam moderados ao conceder bônus aos funcionários pelo desempenho em 2020, segundo as fontes. O BCE não quis comentar.