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BB Investimentos reduz preço-alvo para Petrobras em 23%

Para analista, riscos no processo exploratório e alto preço da cessão onerosa justificam a revisão

Analista lembra, contudo, do potencial exploratório situado no pós-sal (.)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2010 às 06h31.

São Paulo - O BB Investimentos reduziu em 23% o preço-alvo para as ações da Petrobras. A projeção para os papéis preferenciais (PETR4) foi estabelecida em 40,50 reais e, para os ordinários (PETR3), em 45,80 reais. Ambas estimativas são para junho de 2011 e representam um potencial de 57,5% e 60,1%, respectivamente. A recomendação de compra foi mantida.

"De todos os fatores que estamos incluindo na revisão do nosso Valuation, certamente a capitalização teve o maior impacto no valor potencial para as ações da empresa, tendo em vista que os papéis foram emitidos 49% abaixo do nosso preço projetado anterior", explica o analista Nelson Rodrigues de Matos, que assina o relatório.

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Segundo ele, o fato de a União ter ampliado a participação na empresa de 39,8% para 48,3%, pouco altera a relação anterior dos minoritários com o controlador da companhia. "O controle estatal na Petrobras permanece inalterado, com o acionista majoritário tendo influência direta na estratégia da Companhia", mostra a análise.

Além disso, o BB lembra que, apesar da expressiva contribuição da área do pré-sal, a produção do pós-sal tem forte contribuição no curto e médio prazos. "Ainda que essas taxas não sejam atingidas na sua integridade, a exemplo do ocorrido nos últimos anos, verificamos que se trata de uma das maiores taxas de crescimento entres as principais petrolíferas de capital aberto", afirma.

Cessão onerosa

Sobre o contrato que garantiu à Petrobras o direito de exploração de 5 bilhões de barris na camada do pré-sal, Matos também está entre os analistas que acham o valor de 8,51 dólares por cada barril elevado. Além disso, o analista chama a atenção para as regras do contrato no caso de alterações de alguns pontos.

"Além desse ponto, foi utilizada uma taxa de desconto semelhante ao custo de capital da Companhia. Assim, a rentabilidade da empresa está na capacidade de redução de custos, ganhos de produtividade e de escala, que somente serão apropriados na fase de produção, uma vez que todos os ganhos no período de exploração serão repassados para a União", destaca Matos, que esperava um valor de 5,32 dólares.

Contrato

A revisão do contrato, permitida após a declaração de comercialização de cada campo, levará em conta três fatores: preço do petróleo; a qualidade do óleo; preço do gás não térmico no mercado do Rio de Janeiro e São Paulo, reduzido do valor do transporte; processamento e transferência; o custo; e o investimento projetado.

"Ressaltamos, no entanto, que a revisão embute um risco para Petrobras no que se refere ao preço do Petróleo", explica. O preço do petróleo a ser utilizado na revisão é a cotação do barril negociado em Nova York (WTI) no contrato futuro de 18 meses. "Caso a revisão ocorra num pico de preço, a exemplo do ano de 2008, poderá comprometer a rentabilidade futura dos projetos caso haja queda de preço do petróleo ao longo do prazo de 40 anos", diz.

Outro ponto lembrado por Matos é o prazo estabelecido para o desenvolvimento das áreas. O analista não vê dificuldades para a Petrobras no financiamento ao longo do prazo de 4 anos (prorrogável por mais 2) definido como o período necessário para a determinação da comercialização. "No entanto, a cadeia de suprimentos e os recursos humanos podem representar um forte gargalo, inclusive em razão do conteúdo mínimo local exigido", aponta.

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