ATUALIZA2-Ações da Petrobras registram fortes perdas pelo 2o dia
Papéis passam por ajuste; alguns fundos liquidam Movimento segue publicação de relatórios desfavoráveis Ação ordinária chegou a cair mais de 5 por cento (Texto atualizado com variação das ações, declarações de analistas e membros do governo) Por Denise Luna e Silvio Cascione SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 7 de outubro (Reuters) - As ações da Petrobras […]
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2010 às 10h17.
- Papéis passam por ajuste; alguns fundos liquidam
Movimento segue publicação de relatórios desfavoráveis
Ação ordinária chegou a cair mais de 5 por cento
(Texto atualizado com variação das ações, declarações de
analistas e membros do governo)
Por Denise Luna e Silvio Cascione
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 7 de outubro (Reuters) - As ações
da Petrobras registravam fortes perdas pelo segundo dia seguido
nesta quinta-feira, em meio a alguns fatores negativos,
principalmente a publicação de vários relatórios por bancos e
corretoras reduzindo o potencial de alta dos papéis.
Operadores comentaram que estão ocorrendo ajustes por parte
de alguns fundos em suas posições em ações da estatal, com a
execução de ordens de venda para evitar perdas maiores,
movimento conhecido no mercado pelo termo "stop loss".
Analistas também falaram sobre comentários que circulam no
mercado nesta quinta-feira a respeito de eventuais reportagens
que poderiam surgir nos próximos dias ligando membros do PT a
irregularidades na Petrobras, assunto sem qualquer confirmação
até o momento.
A ação preferencial da Petrobras chegou a perder
mais de 4 por cento, atingindo a mínima de 24,64 reais na
sessão. A ação ordinária chegou a cair 5 por cento,
com mínima a 27,58 reais.
Posteriormente os papéis recuperaram um pouco seus valores,
perdendo, por volta das 13h (horário de Brasília), 2,6 por
cento, no caso das preferenciais, e 3,7 por cento, nas
ordinárias.
O papel da empresa já havia perdido um terço do seu valor
antes da capitalização e, segundo analistas, não há como prever
em que piso ela deverá reagir.
Para o analista Marco Antonio Saravalle, da Coinvalores,
houve uma grande decepção por parte dos minoritários, "que
ficaram com uma conta alta" e a percepção de que existem outras
oportunidades. Isto estaria levando à liquidação das posições
em Petrobras para comprar papéis de outros setores.
"Tem outros papéis melhores, o papel (da Petrobras) não tem
reagido ao preço do petróleo, isso decepciona um pouco, porque
mostra claramente que sofre influências de que não é o negócio
dela em si", disse Saravalle à Reuters.
Ele explicou que daqui para frente --após a capitalização e
o valor de mercado da companhia ter crescido-- o investidor
deve avaliar bem o retorno que tem com a Petrobras comparada a
outras ações.
"(Petrobras) não é a nossa melhor opção no curto e médio
prazo, não é a nossa preferência", disse o analista.
Segundo ele, além da diluição pela avalanche de novas ações
da capitalização, a operação fez com que o retorno com os
projetos da companhia caísse para algo em torno de 8,5 a 9 por
cento, enquanto outros projetos prometem mais.
"Fui a uma apresentação da Transnordestina pela CSN
e o retorno é de 13 a 14 por cento, um projeto na
terra, que já tem licença ambiental...porque vou comprar um
papel com retorno mais baixo e influência política?", disse o
analista.
O analista Erick Scott, da SLW Corretora, citou a questão
eleitoral.
"Além do ajuste, tem uma especulação de que pode estourar
escândalo da Petrobras envolvendo PT em revistas semanais",
afirmou.
Questionada sobre esse tema, a Petrobras informou que não
comentaria.
O PT informou que não foi procurado por qualquer veículo de
imprensa a respeito de eventual reportagem sobre a Petrobras,
acrescentando que não comentaria sobre rumores.
"Durante o período eleitoral, se apresentam todo tipo de
especulações", afirmou Alexandre Padilha, ministro licenciado
de Relações Institucionais e um dos coordenadores da campanha
da Dilma Rousseff à Presidência.
"Existe um clima de confiança dos investidores
internacionais de que vão ter continuidade na política
econômica do presidente Lula e continuidade no esforço de
fortalecimento da Petrobras, com boa governança e
transparência", acrescentou.
No final desta tarde o presidente da Petrobras, José Sergio
Gabrielli, e o diretor financeiro, Almir Barbassa, concedem
coletiva à imprensa para falar sobre a capitalização após o
encerramento do período de silêncio.
(Reportagem adicional de Raymond Colitt, em Brasília)
(Texto e edição de Marcelo Teixeira)