EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2010 às 07h51.
Desenvolvidos precisam de aperto fiscal no ano que vem
Economias avançadas ainda precisam de alívio monetário
China deve impulsionar crescimento em outros emergentes
(Texto atualizado com mais informações)
Por Lesley Wroughton e Emily Kaiser
WASHINGTON, 6 de outubro (Reuters) - As economias
emergentes devem crescer em ritmo quase três vezes mais rápido
que as nações ricas neste ano, apontou o Fundo Monetário
Internacional (FMI) nesta quarta-feira.
A China será um motor de crescimento para muitas economias,
especialmente para nações exportadoras de commodities, mas o
mundo desenvolvido enfrenta perspectivas reduzidas, segundo o
relatório Perspectiva Econômica Mundial.
Para o FMI, a recuperação global continua frágil porque as
políticas econômicas ainda não estavam implementadas para
permitir uma transição suave do apoio estatal à demanda
privada.
"A recuperação global está continuando, mas sua força ainda
não está garantida", avaliou no relatório.
A necessidade de países ricos encerrarem o auxílio aos
setores financeiros e começarem a controlar os orçamentos
inflados dos governos pesará, no ano que vem, sobre o
crescimento das economias emergentes, que terão de incentivar a
demanda doméstica, previu o FMI.
O Fundo cortou sua previsão de crescimento global em 2011
para 4,2 por cento, frente à estimativa feita em julho de 4,3
por cento. Para este ano, a expectativa é de que a expansão
mundial seja de 4,8 por cento, acima do prognóstico anterior de
4,6 por cento.
O crescimento dos países emergentes deve desacelerar para
6,4 por cento em 2011, após taxa de 7,1 por cento neste ano,
acrescentou o organismo.
O FMI disse que as economias desenvolvidas com grandes
dívidas precisam começar o ajuste fiscal no início de 2011, mas
ponderou que os países com espaço fiscal devem adiar os cortes
de gastos se o crescimento ameaçar desacelerar mais que o
esperado.
O Fundo aconselhou que a política monetária deveria
continuar expansionista na maioria das economias avançadas,
dizendo que muitas nações com juro perto de zero podem ter de
recorrer a mais medidas extraordinárias se a demanda
enfraquecer inesperadamente.
ÁSIA IMPULSIONA RECUPERAÇÃO
Com o crescimento de 9,6 por cento previsto para a China no
ano que vem e a expansão de 8,4 por cento projetada para a
Índia, as economias asiáticas estão no comando da recuperação.
Mas o FMI disse que a China e outros países emergentes da
Ásia precisam permitir a apreciação de suas moedas para
ajudá-los a sair da dependência das exportações.
Tóquio interveio nos mercados de câmbio pela primeira vez
em seis anos no mês passado, para conter o fortelecimento do
iene.
O FMI considera que o valor do iene está "amplamente em
linha com os fundamentos de médio prazo", afirmando que o dólar
está "no lado forte".
De acordo com o Fundo, o crescimento econômico dos Estados
Unidos será bem mais fraco neste ano e em 2011, devido a um
gasto pessoal menor, diminuindo as perspectivas de redução no
desemprego.
Na Europa, o FMI disse que a recuperação deve seguir
moderada e desigual, ainda que tenha "ganhado algum vigor".