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Atuação do BC vai evitar queda do dólar?

Maioria dos analistas do mercado considera que os leilões do BC não têm força para se contrapor ao cenário político do país

Dólar: analistas acreditam que atuação do BC é insuficiente diante do quadro político, e que eventual impeachment teria mais peso do que atuação do órgão. (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2016 às 21h34.

O leilão de swap cambial reverso realizado pelo Banco Central hoje teve um efeito imediato pífio sobre as cotações. O dólar chegou a subir mais cedo, mas depois perdeu força.

A maioria dos analistas considera que os leilões do BC não têm força para se contrapor ao cenário político . Se a crise for superada, o interesse dos investidores pelo Brasil deve aumentar, gerando mais entrada de dólares e fortalecendo o real.

Assim como os leilões de swaps do BC não impediram o dólar de subir nos últimos anos e superar R$ 4,20 no pior momento da crise, eles não vão impedir a queda agora, diz John Welch, estrategista do Canadian Imperial Bank of Commerce.

Para ele, o impeachment é “muito mais importante” para o comportamento do câmbio do que a intervenção do BC.

“A apreciação do real reflete a avaliação do mercado que pressupõe mudança de governo”, diz Newton Rosa, economista da Sul América Investimentos. Para o economista, contudo, as incertezas ainda não foram eliminadas. “Mesmo com a eventual alteração política, o desfecho não é muito claro".

Após reduzir de 9.600 para 3.600 o volume para rolagem de swaps cambiais, BC anunciou na sexta-feira retomada de leilões de swap reverso depois de 3 anos. No leilão de hoje, o BC colocou 5.500 dos 20.000 contratos ofertados.

“O viés do dólar passou a ser de baixa”, diz Alfredo Barbutti, economista da corretora BGC Liquidez. Para o economista, o BC ganhou uma “janela de oportunidade” para reduzir sua exposição em swaps.

Segundo Barbutti, a queda recente do dólar também se deve à redução do déficit em conta corrente. O novo patamar de equilíbrio do câmbio deve ser “bem menor” do que R$ 4,00, diz o economista.

O BC acumulou um estoque de US$ 108 bilhões em swaps vendidos desde 2013, quando o dólar começou a acelerar a alta após o então presidente do Fed, Ben Bernanke, sinalizar que iria começar a reduzir os estímulos à economia americana.

A partir de 2014, a alta teve novo impulso com a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a deterioração da economia brasileira, que perdeu o grau de investimento no ano passado.

Maurício Auger, superintendente-executivo de câmbio do Banco Santander, considera que o leilão de swaps reverso traz mais equilíbrio ao mercado, que passou recentemente a contar com um fluxo positivo, com mais entradas originadas de exportadores e para investimento direto. “Há mais interesse do cliente por reais”.

Auger observa que a balança comercial brasileira está reagindo e, no exterior, as expectativas ficaram mais brandas em relação aos juros americanos e à economia chinesa, que vinham preocupando os investidores. “O mercado teve uma melhora. Pode ser apenas de curto prazo, mas é uma melhora”.

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O leilão de swap cambial reverso realizado pelo Banco Central hoje teve um efeito imediato pífio sobre as cotações. O dólar chegou a subir mais cedo, mas depois perdeu força.

A maioria dos analistas considera que os leilões do BC não têm força para se contrapor ao cenário político . Se a crise for superada, o interesse dos investidores pelo Brasil deve aumentar, gerando mais entrada de dólares e fortalecendo o real.

Assim como os leilões de swaps do BC não impediram o dólar de subir nos últimos anos e superar R$ 4,20 no pior momento da crise, eles não vão impedir a queda agora, diz John Welch, estrategista do Canadian Imperial Bank of Commerce.

Para ele, o impeachment é “muito mais importante” para o comportamento do câmbio do que a intervenção do BC.

“A apreciação do real reflete a avaliação do mercado que pressupõe mudança de governo”, diz Newton Rosa, economista da Sul América Investimentos. Para o economista, contudo, as incertezas ainda não foram eliminadas. “Mesmo com a eventual alteração política, o desfecho não é muito claro".

Após reduzir de 9.600 para 3.600 o volume para rolagem de swaps cambiais, BC anunciou na sexta-feira retomada de leilões de swap reverso depois de 3 anos. No leilão de hoje, o BC colocou 5.500 dos 20.000 contratos ofertados.

“O viés do dólar passou a ser de baixa”, diz Alfredo Barbutti, economista da corretora BGC Liquidez. Para o economista, o BC ganhou uma “janela de oportunidade” para reduzir sua exposição em swaps.

Segundo Barbutti, a queda recente do dólar também se deve à redução do déficit em conta corrente. O novo patamar de equilíbrio do câmbio deve ser “bem menor” do que R$ 4,00, diz o economista.

O BC acumulou um estoque de US$ 108 bilhões em swaps vendidos desde 2013, quando o dólar começou a acelerar a alta após o então presidente do Fed, Ben Bernanke, sinalizar que iria começar a reduzir os estímulos à economia americana.

A partir de 2014, a alta teve novo impulso com a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a deterioração da economia brasileira, que perdeu o grau de investimento no ano passado.

Maurício Auger, superintendente-executivo de câmbio do Banco Santander, considera que o leilão de swaps reverso traz mais equilíbrio ao mercado, que passou recentemente a contar com um fluxo positivo, com mais entradas originadas de exportadores e para investimento direto. “Há mais interesse do cliente por reais”.

Auger observa que a balança comercial brasileira está reagindo e, no exterior, as expectativas ficaram mais brandas em relação aos juros americanos e à economia chinesa, que vinham preocupando os investidores. “O mercado teve uma melhora. Pode ser apenas de curto prazo, mas é uma melhora”.

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