Ásia consegue amortecer fortes perdas após abrir em meio ao pânico
Segundo analistas, as quedas só podem parar se os Estados Unidos e a Europa diminuirem seus problemas fiscais
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2011 às 08h29.
Tóquio - As bolsas asiáticas viveram nesta terça-feira um novo dia de pânico entre os investidores após o baque global da véspera, embora Tóquio, Seul e Xangai tenham conseguido moderar as perdas nos últimos instantes de negociações.
Na abertura, os investidores se lançaram a vender depois das fortes quedas de segunda-feira nos pregões mundiais, entre elas o nova-iorquino Dow Jones, que perdeu 5,54% com o rebaixamento por parte da agência Standard & Poor's dos bônus americanos de AAA para AA+.
Nem o compromisso dos chefes financeiros do Grupo dos Sete (G7, que reúne os países mais industrializados do mundo) de manter a estabilidade dos mercados, nem a compra de bônus da dívida italiana e espanhola pelo Banco Central Europeu (BCE) conseguiu frear na véspera a queda generalizada que nesta terça-feira se traduziu em novas quedas na Ásia.
Os recuos ganharam maior força depois da publicação, no meio da manhã, do IPC chinês de julho, que registrou o pior dado em 37 meses com alta de 6,5% da inflação anualizada, e que levou alguns investidores a pensar em uma possível alta das taxas de juros na China como medida para aplacar a alta de preços.
No meio do dia, o Nikkei japonês chegava a cair mais de 4%, enquanto Xangai cedia 3,5% e o pregão de Hong Kong recuava em torno de 6%.
Por sua vez, o Kospi sul-coreano retrocedia em média 10%, até atingir a barreira dos 1.700 pontos pela primeira vez em 13 meses.
Salvo o Hang Seng de Hong Kong, que fechou com queda de 5,66%, os outros três índices de referência conseguiram amortecer as perdas.
No caso de Tóquio, por volta do final da negociação os investidores optavam pela cautela e indicavam compasso de espera até o desenrolar da reunião desta terça-feira do Comitê Federal de Mercado Aberto dos Estados Unidos, órgão que decide as políticas do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Os analistas japoneses também especularam com a possibilidade de o Banco do Japão adquira fundos cotados na bolsa e que se repitam ações similares por parte de outras autoridades monetárias asiáticas.
Neste sentido, "parece existir algum tipo de apoio em nível estatal na Ásia", assinalou nesta terça-feira Masayoshi Okamoto, analista de Jujiya Securities, à agência "Kyodo".
Em Seul, os investidores institucionais fizeram compras com a intenção de moderar quedas que desde 2 de agosto superaram os 15%, sem que isso servisse para frear a queda do seletivo Kospi.
Com os mercados asiáticos aparentemente incapazes de parar o encadeamento de perdas, os analistas acham que tudo depende ainda do rumo que decidam tomar os Estados Unidos e os países da zona do euro para diminuir seus problemas fiscais.
Principalmente porque economias fortemente dependentes das exportações, como a chinesa, a japonesa e a sul-coreana, demonstram maior vulnerabilidade a este tipo de fator externo.
"A cooperação internacional não vai impulsionar os investidores. Só os sinais que demonstrem que a economia global não está tão mal poderiam reativar o mercado", indicou com pessimismo Lim Tae-geun, analista sul-coreano de Shinyoung Securities.
Às perdas que registraram os exportadores asiáticos é preciso somar no Japão o novo fortalecimento do iene frente ao dólar e ao euro, isso significa redução dos lucros das empresas japonesas na hora de repatriá-los.
O dólar, debilitado pela situação fiscal dos Estados Unidos, se movimentava no fechamento de Tóquio por volta dos 77 ienes, muito perto dos níveis que levaram o Ministério das Finanças e o Banco Central do Japão a intervir no mercado de divisas na última quinta-feira.
O ministro de Finanças japonês, Yoshihiko Noda, disse nesta terça-feira que, além destas intervenções, são necessárias "medidas sólidas para enfrentar a alta do iene", em um indicativo de que o Governo poderia estar pensando novas medidas de estímulo para a economia japonesa diante da instabilidade dos mercados.
Tóquio - As bolsas asiáticas viveram nesta terça-feira um novo dia de pânico entre os investidores após o baque global da véspera, embora Tóquio, Seul e Xangai tenham conseguido moderar as perdas nos últimos instantes de negociações.
Na abertura, os investidores se lançaram a vender depois das fortes quedas de segunda-feira nos pregões mundiais, entre elas o nova-iorquino Dow Jones, que perdeu 5,54% com o rebaixamento por parte da agência Standard & Poor's dos bônus americanos de AAA para AA+.
Nem o compromisso dos chefes financeiros do Grupo dos Sete (G7, que reúne os países mais industrializados do mundo) de manter a estabilidade dos mercados, nem a compra de bônus da dívida italiana e espanhola pelo Banco Central Europeu (BCE) conseguiu frear na véspera a queda generalizada que nesta terça-feira se traduziu em novas quedas na Ásia.
Os recuos ganharam maior força depois da publicação, no meio da manhã, do IPC chinês de julho, que registrou o pior dado em 37 meses com alta de 6,5% da inflação anualizada, e que levou alguns investidores a pensar em uma possível alta das taxas de juros na China como medida para aplacar a alta de preços.
No meio do dia, o Nikkei japonês chegava a cair mais de 4%, enquanto Xangai cedia 3,5% e o pregão de Hong Kong recuava em torno de 6%.
Por sua vez, o Kospi sul-coreano retrocedia em média 10%, até atingir a barreira dos 1.700 pontos pela primeira vez em 13 meses.
Salvo o Hang Seng de Hong Kong, que fechou com queda de 5,66%, os outros três índices de referência conseguiram amortecer as perdas.
No caso de Tóquio, por volta do final da negociação os investidores optavam pela cautela e indicavam compasso de espera até o desenrolar da reunião desta terça-feira do Comitê Federal de Mercado Aberto dos Estados Unidos, órgão que decide as políticas do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Os analistas japoneses também especularam com a possibilidade de o Banco do Japão adquira fundos cotados na bolsa e que se repitam ações similares por parte de outras autoridades monetárias asiáticas.
Neste sentido, "parece existir algum tipo de apoio em nível estatal na Ásia", assinalou nesta terça-feira Masayoshi Okamoto, analista de Jujiya Securities, à agência "Kyodo".
Em Seul, os investidores institucionais fizeram compras com a intenção de moderar quedas que desde 2 de agosto superaram os 15%, sem que isso servisse para frear a queda do seletivo Kospi.
Com os mercados asiáticos aparentemente incapazes de parar o encadeamento de perdas, os analistas acham que tudo depende ainda do rumo que decidam tomar os Estados Unidos e os países da zona do euro para diminuir seus problemas fiscais.
Principalmente porque economias fortemente dependentes das exportações, como a chinesa, a japonesa e a sul-coreana, demonstram maior vulnerabilidade a este tipo de fator externo.
"A cooperação internacional não vai impulsionar os investidores. Só os sinais que demonstrem que a economia global não está tão mal poderiam reativar o mercado", indicou com pessimismo Lim Tae-geun, analista sul-coreano de Shinyoung Securities.
Às perdas que registraram os exportadores asiáticos é preciso somar no Japão o novo fortalecimento do iene frente ao dólar e ao euro, isso significa redução dos lucros das empresas japonesas na hora de repatriá-los.
O dólar, debilitado pela situação fiscal dos Estados Unidos, se movimentava no fechamento de Tóquio por volta dos 77 ienes, muito perto dos níveis que levaram o Ministério das Finanças e o Banco Central do Japão a intervir no mercado de divisas na última quinta-feira.
O ministro de Finanças japonês, Yoshihiko Noda, disse nesta terça-feira que, além destas intervenções, são necessárias "medidas sólidas para enfrentar a alta do iene", em um indicativo de que o Governo poderia estar pensando novas medidas de estímulo para a economia japonesa diante da instabilidade dos mercados.