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As 12 ações mais confusas da Bovespa

As empresas que desorientam o mercado com planos incertos, elevado endividamento e outros problemas

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2012 às 07h44.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h24.

Desempenho em 12 meses: -63,85% As reclamações de usuários que compram e não recebem da B2W ( BTOW3 ) são a ponta dos problemas da empresa que vem apanhando forte na bolsa. O problema de logística, que a empresa garante que ficou para trás, afeta os resultados da companhia. No quarto trimestre, a B2W registrou prejuízo de 28,8 milhões de reais, marcando o quinto resultado trimestral negativo consecutivo. Teoria do touro: A empresa pode estar prestes de atingir o ponto de virada. Em relatório, analistas da corretora Concórdia estimaram que a empresa retome lucros ainda neste ano, crescendo gradualmente nos períodos seguintes. Teoria do urso: Ainda assim, o preço-alvo para as ações foi rebaixado. “Seguimos com a nossa recomendação de manutenção para a B2W, tendo em vista que o cenário ainda é muito desafiador para ela, resultando em uma recuperação lenta, gradual e onerosa”, afirmaram os analistas Leonardo Zanfelicio e Karina Sanches em relatório para clientes.
  • 2. CSN e Usiminas: tudo certo, até chegar o Cade

    2 /11(Alexandre SantAnna/Veja Rio)

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    Desempenho em 12 meses: CSN -27,70% e Usiminas PNA -33,05%
    Estava tudo dando certo no plano da CSN ( CSNA3 ). O mercado já tinha se acostumado com a ideia de ver a empresa comprando, de pouquinho em pouquinho, ações da Usiminas ( USIM3; USIM5 ) e aumentando sua participação na empresa. Até que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se manifestou e proibiu a continuidade da estratégia. Além disso, limitou a atuação nas decisões da Usiminas com a impossibilidade de indicar membros do Conselho de Administração. Teoria do touro: Os planos da CSN foram interrompidos, mas os fundamentos continuam. “Os ativos da empresa ainda são mais atrativos e com maior potencial de geração de valor do que os da Usiminas e Gerdau”, avalia João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos. Teoria do urso: O mercado tinha alguma ideia sobre qual era a estratégia da CSN, mas agora nem isso está mais claro.
  • 3. Eletrobras: é hora da retomada?

    3 /11(Divulgação)

  • Desempenho em 12 meses: -30,74% (ELET3) e -21,46% (ELET6)
    Com queda de 11,7%, as ações preferenciais de classe B da Eletrobras ( ELET6 ) foram os papéis do Ibovespa que mais caíram no primeiro trimestre. Na ocasião, a preocupação de que a companhia pudesse atuar para resgatar a Celpa da recuperação judicial empurrou o papel para baixo. Agora, novas notícias dão o norte para os papéis. A empresa teve um lucro líquido de 3,7 bilhões de reais em 2011, 66,1% acima dos 2,25 bilhões de reais apurados em 2010. Além disso, divulgou uma meta de distribuir 50% de seu lucro para acionistas em dividendos. A proposta, porém, não foi formalizada. Teoria do touro: A notícia dos dividendos pode ser positiva. Em relatório distribuído para clientes, o analista Marcelo Britto do Citi estima que as ações sem direito a voto têm direito a um mínimo de 6% de prioridade dos dividendos, com um dividendo por ação 10% mais alto em relação às ações com direito a voto. O preço-alvo para os papéis é de 27 reais, um potencial de valorização de 22%. Teoria do urso: Ainda assim, o Citi é comprador da ação ELET3, com direito a voto, apesar de classificada pelo banco como um papel de alto risco. Entre os riscos para a ação, o analista destaca as condições para renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição. Além disso, aponta possíveis mudanças das condições macroeconômicas do Brasil e o preço da eletricidade no longo prazo.
  • 4. Gafisa compra Tenda e leva problemas de brinde

    4 /11(CLAUDIO ROSSI)

    Desempenho em 12 meses: -60,55%
    A Gafisa ( GFSA3 ) fez um mau negócio ao comprar a Tenda. Com a aquisição, acabou herdando obras em atraso e uma montanha de contratos feitos com pagadores duvidosos. Ainda por cima, a empresa enfrenta um alto endividamento. Tais fatores influenciaram a decisão das agências de classificação de risco Standard & Poor’s e Moody’s de rebaixar o rating da empresa. A ação tem o pior desempenho do setor em 12 meses. Teoria do touro: A empresa pode reduzir seu tamanho para resolver seus problemas. Em sua apresentação sobre resultados de 2011, a Gafisa informou que vai rever orçamento de custos de projetos, desfazer contratos e reavaliar se terrenos que a empresa tem são estratégicos. Teoria do urso: A empresa pode não conseguir reduzir seu endividamento num nível satisfatório. “Acreditamos que a alavancagem da Gafisa vai se manter mais elevada do que projetávamos, mesmo assumindo que a geração de caixa da empresa vai se fortalecer neste ano, como reflexo das medidas que tomou para melhorar seus resultados”, afirmaram os analistas da S&P em relatório ao mercado na época do rebaixamento.

  • 5. A GOL decola ou não na bolsa?

    5 /11(Divulgação/EXAME)

    Desempenho em 12 meses: -51,83% Preço do querosene e da mão de obra nas alturas. Resultados financeiros parados na pista de pouso. O cenário para o setor de aviação é desafiador e reflete pesado nas ações da GOL ( GOLL4 ). Demissões, redução de voos e promoção nas passagens são algumas das ferramentas que a empresa tem usado para tentar se sair bem dessa e voltar a ver seus papéis decolando. Como se a situação não fosse o bastante para que sentisse a pancada em suas ações, uma matéria no jornal Valor Econômico do dia 17 de abril dava conta de que o governo poderia lançar um pacote de bondades para o setor, resolvendo boa parte dos problemas da companhia. Até ai, tudo (muito) bem, obrigada. O papel subiu 11,02% com a notícia. Mas durou pouco. Após o fechamento do mercado, naquele mesmo dia, o Ministério da Fazenda negou o projeto. Resultado: queda de 7,64% para os papéis da empresa no pregão seguinte. Teoria do touro: Não há muitos touros por perto. Um deles é a corretora Prosper, que espera que resultados das mudanças promovidas pela empresa possam ser colhidos no segundo semestre. Teoria do Urso: A aviação tem desafios demais para um investimento valer a pena. Pelo menos na opinião de Rodolfo Amstalden, analista da Empiricus Research. “A dinâmica do setor é justamente essa, notícias pontuais vazem parecer que as empresas vão mudar o jogo, mas as condições estruturais do setor são muito mais complicadas”, afirma. Além disso, o analista espera que a questão do preço do querosene deve continuar permeando os resultados, e que Copa e Olimpíadas não representam um “milagre” para as empresas e suas ações.
  • 6. Loja Hering

    6 /11(Divulgação)

    Desempenho em 12 meses: 43,31%
    As ações da Hering ( HGTX3 ) dispararam no ano passado e começaram 2012 no mesmo embalo. Só no primeiro trimestre, a valorização foi de 45,26%. Mas duas dúvidas rondam a empresa. Primeiro, se o papel ainda tem espaço para subir. Segundo, se a desaceleração nas vendas nos três primeiros meses veio para ficar. Teoria do touro: O cenário continua positivo para o setor e fatores como a queda de juros ainda podem ajudar a companhia, segundo o analista Cauê Pinheiro, da corretora SLW. A recomendação para os papéis é de manutenção, com preço-alvo de 46 reais. Embora a estimativa esteja num nível menor que o atual, ainda representaria uma alta de 41% sobre o preço atingido em dezembro do ano passado. Teoria do urso: “A base de comparação da empresa é alta. Embora ela ainda tenha perspectivas de crescer, deve desacelerar em relação ao ano passado”, afirma o analista.
  • 7. Hypermarcas e seus ajustes

    7 /11(Germano Luders)

    Desempenho em 12 meses: -41,20%
    A Hypermarcas ( HYPE3 ) é outra que tem um desempenho estelar no início deste ano. Os papéis foram a maior alta do Ibovespa no primeiro trimestre, ao subir 51,2%. A empresa realizou ao longo do ano passado uma série de ajustes em seu negócio, especialmente para tentar normalizar os estoques de seus produtos entre os representantes da área de alimentos e direcionou o foco para a área de farmácia e higiene pessoal. Este ano é definitivo para que a Hypermarcas mostre que se encontrou e o mercado diga o que achou. Teoria do touro: “O primeiro trimestre da empresa já não deve vir tão ruim e os resultados podem melhorar ao longo do ano”, espera Cauê Pinheiro, analista de varejo e consumo da corretora SLW. Ele recomenda a manutenção do papel, com preço-alvo de 13,44 reais. Teoria do urso: A melhora nos resultados é só uma expectativa e é preciso esperar os números para se ter certeza de que a empresa conseguiu fazer as mudanças.
  • 8. Uma luz para a Lupatech

    8 /11(Germano Lüders/EXAME)

    Desempenho em 12 meses: -61,69% A endividada Lupatech ( LUPA3 ) deixou o mercado feliz com a recente notícia sobre seu aumento de capital. A operação será de 700 milhões de reais, por meio da emissão de 175 milhões de novas ações ordinárias, ao preço de 4 reais por papel. A transação envolve ainda a BNDESpar e o fundo de pensão Petros. A esperança de que a empresa tenha um fôlego impulsionou os papéis, que subiram 11,18% no primeiro pregão após a formalização do acordo. As dúvidas sobre o alto endividamento da empresa foram o principal motivo para a queda das ações no final do ano passado. Teoria do touro: “Positivo, fundamental e extremamente necessário”. É assim que o analista Mario Bernardes Junior, do BB Investimentos, define a operação. “A empresa vinha com uma estrutura comprometida por seu alto endividamento e essa capitalização com certeza vai fortalecer a estrutura capital e dar fôlego para a Lupatech”, diz. Teoria do urso: Não há ainda como saber qual é o efeito exato que operação pode surtir. “O que vai comprovar isso é a entrega de resultados”, afirma. A expectativa é que os possíveis efeitos comecem a aparecer a partir do terceiro trimestre. Até que esteja claro como ficará a estrutura de capital da empresa, o preço-alvo para os papéis é mantido em revisão pelo analista.


  • 9. A endividada Marfrig

    9 /11(Divulgação)

    Desempenho em 12 meses: -33,01% A Marfrig ( MRFG3 ), que está em meio ao processo de incorporação de ativos permutados com a BRF, está com dívidas em seu balanço que colocam seu desempenho em dúvida. Esse foi, inclusive, um dos pontos de destaques num relatório recente do J.P.Morgan sobre o setor de carnes. No final de 2011, a alavancagem da empresa tinha um índice de 4,39 vezes (relação entre dívida líquida e ebitda). A meta da companhia é reduzir esse indicador para algo entre 2 e 2,5 vezes no médio prazo. Teoria do touro: O analista Alexandre Ruiz Miguel, do Itaú BBA, ainda aposta numa potencial valorização do papel no médio prazo. Em relatório distribuído para clientes, ele afirma que o panorama para carnes bovinas continua propício e que a Seara trabalha para obter sinergias e minimizar interrupções nas trocas de ativos. “Mantemos nossa preferência relativa pela Marfrig em relação à BRF, devido à menor exposição da primeira às exportações de carnes de aves e ao risco menor de uma redução nos ganhos”, acrescenta. Teoria do urso: Ruiz Miguel afirma que no curto prazo a empresa ainda tem desafios pela frente. “A companhia irá enfrentar resultados desafiadores, determinados principalmente pelas condições difíceis do mercado de exportação de carnes de aves e pelas despesas não recorrentes relativas à incorporação dos ativos da BRF”, diz.
  • 10. Oi: uma ação nova ou uma ação velha?

    10 /11(Marcelo Correa/EXAME)

    Desempenho desde a estreia: 0,08% (OIBR3) e 3,41% (OIBR4) As ações OIBR3 e OIBR4 estrearam em abril na bolsa, mas a base delas já estava lá há um bom tempo. Os papéis começaram a operar em substituição a outras sete ações de classes e empresas diferentes dentro do grupo. A troca aconteceu com um plano de reestruturação da empresa finalmente aprovado – na quarta tentativa. As primeiras estimativas para o papel não são as mais positivas. Uma análise do Santander, por exemplo, levantava a hipótese de risco para as ações por conta da redução das estimativas para o ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) combinada com o aumento de investimentos, e a expectativa de que um fluxo significativo de dividendos no curto prazo venha apenas se a companhia aumentar sua alavancagem. Recentemente, a empresa afastou um pouco essa hipótese ao divulgar suas perspectivas para o ano e a informação de que pretende pagar 8 bilhões de reais em dividendos até 2015. Teoria do touro: a empresa pode cumprir as metas e reverter a tendência negativa esperada por analistas. Teoria do urso: os números divulgados são apenas expectativas.
  • 11. Vale e os impostos

    11 /11(Agência Vale/Divulgação)

    Desempenho em 12 meses: -13,42% (VALE3) e -5,38% (VALE5) A Vale ( VALE3, VALE5 ) está em meio a uma disputa bilionária sobre tributos e ainda não está claro o que a empresa pode ter que pagar ou não. Em relatório enviado para clientes, o analista do Citi Alexander Hacking destaca que a empresa divulgou em seu relatório anual 20-F algumas atualizações sobre o assunto. Ele destaca três mudanças: a disputa em torno da cobrança de CFEM foi reduzida em 1,7 bilhão de dólares (de 4,7 bilhão de dólares, para 3,0 bilhão de dólares), uma nova cobrança tributária ocorre na Suíça (226 milhões de dólares), e existe uma nova disputa com Minas Gerais relacionada à cobrança de ICMS sobre vendas. Teoria do touro: Para o analista, as mudanças não são significativas e a maioria das possíveis obrigações tributárias da Vale está relacionada a impostos de subsidiárias no exterior. Além disso, a Vale é a melhor empresa para ganhar com a China e seus papéis podem ser beneficiados com isso, segundo uma outra análise, do Deutsche Bank. Teoria do urso: Apesar das disputas sobre impostos no exterior não preocupar, a questão interna é sim um alerta. “A nova cobrança de ICMS por parte do governo de Minas Gerais poderia preocupar os investidores em relação a várias outras disputas tributárias desconhecidas envolvendo a Vale”, afirma o analista do Citi. Além disso, Hacking afirma que a preocupação mais imediata dos investidores deveria ser com os fluxos de caixa da Vale “especificamente com quanto o lucro operacional recorde da empresa pode ser revertido em fluxo de caixa livre ou em aumento dos investimentos em expansão da produção”, diz.
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