Exame Logo

As 10 ações que bateram (ou não) o mercado com os resultados do 3º trimestre

Das 63 companhias do Ibovespa, 38 apresentaram um desempenho abaixo do mercado

(Luiz Iria/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 05h12.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h29.

São Paulo – A maioria das empresas listadas no Ibovespa, o principal índice de ações da bolsa brasileira, teve uma reação negativa das suas ações na sessão que seguiu ao anúncio dos resultados do terceiro trimestre. Das 63 companhias com ações no benchmark, 38 apresentaram um desempenho abaixo do mercado. “A temporada foi mais fraca do que o esperado, mas não muito”, avaliam os analistas do BTG Pacutal, Bernardo Miranda e Antonio Junqueira, em um relatório publicado ontem. Em comum a todos setores no período, vale destacar o efeito da desvalorização do real em relação ao dólar de 18,8% entre os meses de julho e setembro. No setor de consumo, os resultados mostraram um enfraquecimento das vendas mesmas lojas e aumento na inadimplência. Das cinco na ponta negativa, quatro estão ligadas de alguma forma ao varejo. Do lado positivo, destaque para as duas líderes do setor agropecuário. Acompanhe nas páginas a seguir a lista com as 10 ações que bateram ou ficaram abaixo do mercado:
  • 2. Top 5 - 1º - Marfrig

    2 /11(Divulgação)

  • Veja também

    O frigorífico Marfrig ( MRFG3 ) deu a volta por cima no terceiro trimestre e mostrou um resultado que surpreendeu o mercado. As ações dispararam 16,67% em um dia de alta de 2,14% da bolsa e deram um alívio para os investidores que ainda amargam uma perda de quase 50% no ano. A empresa apresentou um avanço de 687,2% no prejuízo líquido no terceiro trimestre de 2011 em comparação com o mesmo período de 2010. O resultado, contudo, registrou um aumento de 169,3% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações), para 637 milhões de reais. “Apesar do novo prejuízo líquido registrado no trimestre, decorrente principalmente do efeito não-caixa do câmbio sobre a dívida, o desempenho operacional da Marfrig surpreendeu positivamente”, destacou o analista Henrique Koch do BB Investimentos, em um relatório. “As ações do Marfrig caíram 50% no ano e podem já ter atingido o fundo. Esperamos que elas se recuperem dos níveis atuais baseadas na melhora da perspectiva para as margens e no valuation atual”, ressaltaram Daniela Bretthauer e Joseph Giordan, analistas da Raymond James em um relatório recente. A recomendação às ações foi elevada de underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para market perform (performance em linha com a do mercado).
  • 3. 2º - JBS

    3 /11(Germano Lüders/EXAME.com)

  • A JBS ( JBSS3 ), outro frigorífico, está na lista top 5 das empresas que bateram o mercado no terceiro trimestre. As ações subiram 6,48% na sessão de 16 de novembro, quando o Ibovespa avançou 0,52%. A empresa encerrou o período com um prejuízo de 182,7 milhões de reais, revertendo um lucro de 166,4 milhões no ano anterior. A receita líquida chegou à casa dos 15,564 bilhões de reais, alta de 10,6% frente ao mesmo período do ano passado. O Ebitda, contudo, caiu 24,1% na mesma comparação. “A JBS, entretanto, tem reforçado a sua preocupação com a geração de caixa. Algumas medidas foram anunciadas nos últimos meses no sentido de otimizar sua estrutura operacional, como o fechamento de unidades menos produtivas e aumento do valor agregado dos produtos comercializados”, avalia Henrique Koch, do BB Investimentos.
  • 4. 3º Rossi Residencial

    4 /11(Divulgacao/EXAME.com)

    A construtora Rossi ( RSID3 ) é a única do setor a figurar entre as cinco que ficaram acima do mercado após a apresentação dos resultados. Os papéis subiram 6,04% em 11 de novembro, dia em que o Ibovespa cresceu 2,14%. A empresa apresentou um lucro líquido de 96 milhões de reais, um aumento de 3% na comparação com o mesmo período de 2010. Junto aos resultados, a Rossi disse ter iniciado um plano para reduzir as despesas administrativas para melhorar a eficiência operacional e rentabilidade. "O valor absoluto de 2012 deverá ser igual ao valor das despesas reportado no final de 2011. Com isso, será possível acelerar a diluição destas despesas em 2012", afirmou a Rossi. “O resultado não alterou nossa visão sobre a Rossi: a incorporadora continua a mostrar resiliência às pressões de custos, com margem bruta entre as mais consistentes do setor”, disse o analista Iago Whately, da Fator Corretora.
  • 5. 4º AmBev

    5 /11

    A fabricante de bebidas AmBev ( AMBV4 ) não teve um salto das ações no dia, mas o desempenho ficou bastante acima do mercado. Os papéis subiram 1,4% em 9 de novembro, enquanto o Ibovespa caiu 2,5%. A companhia que integra a maior cervejaria do mundo fechou o terceiro trimestre com lucro líquido 7% menor que o obtido um ano antes, em 1,687 bilhão de reais, impactado por maiores despesas e custos de produtos vendidos. “O que nos deixou mais animado foi o aumento nas margens (Bruta 1,0% e EBITDA 1,9%), dado a eficiente estratégia da companhia na redução dos custos e despesas, além disso, destacamos o crescimento no market share em todas as regiões”, ressaltou a analista da Coinvalores, Sandra Peres.
  • 6. 5º Klabin

    6 /11(MARCELO MIN)

    Assim como a Ambev, as ações da Klabin ( KLBN4 ) não dispararam no dia da publicação dos resultados, mas ficaram substancialmente acima do mercado. Os papéis avançaram 1,44%, enquanto a bolsa recuou 1,97% em 31 de outubro. A fabricante de papéis especiais apresentou um prejuízo líquido de 243 milhões de reais no período, ante um lucro líquido de 225,7 milhões de reais um ano antes. “A Klabin apresentou um bom resultado operacional no terceiro trimestre de 2011. O Ebitda totalizou R$ 277,4 milhões, 12,3% acima do projetado. O prejuízo líquido apresentado foi de R$ 243,1 milhões, 10,6% acima da nossa expectativa em função da maior perda financeira”, afirma o analista Luiz Otávio Broad, da Ágora Corretora.
  • 7. 5 piores – 1º - Hypermarcas

    7 /11(Lia Lubambo)

    A fabricante de bens de consumo Hypermarcas ( HYPE3 ) tropeçou mais uma vez. As ações despencaram 8,57% no dia 7 de novembro, quando o Ibovespa subiu 0,9%. A empresa apresentou um prejuízo líquido de 190,5 milhões de reais, revertendo um lucro líquido de 78 milhões de reais no mesmo período do ano anterior. A receita líquida cresceu 10,4%, para 908 milhões de reais. “Os resultados da empresa foram decepcionantes em todos os aspectos”, afirmaram os analistas do HSBC Francisco Chevez e Manisha Chaudhry. “Depois de 3 trimestres decepcionantes, acreditamos que o mercado precisará de uma evidência clara do retorno a um crescimento estável da receita antes que a ação possa se recuperar”, destacaram. O preço-alvo foi rebaixado de 14 reais para 9 reais. A recomendação de manutenção das ações foi reafirmada. A Hypermarcas reduziu a estimativa de lucro operacional (Ebitda) para 2011 de 900 milhões de reais para 700 milhões de reais – a projeção já tinha sido reduzida de 1 bilhão de dólares. Para 2012, o guidance foi estabelecido em 850 milhões de reais.
  • 8. 2º Gafisa

    8 /11(Germano Luders)

    A Gafisa ( GFSA3 ) também decepcionou os mercados. A empresa trouxe os resultados para o mercado no dia 14 de novembro, véspera do feriado no Brasil, mas o efeito foi sentido já nas negociações em Nova York no dia seguinte. Na volta das operações por aqui, as ações despencaram 8,5%. A bolsa avançou 0,52% naquele dia. A incorporadora registrou uma queda superior a 50% no lucro líquido na comparação com o mesmo período do ano passado, para 46,2 milhões de reais. A empresa também revisou para baixo a estimativa de lançamentos para 2011 de uma faixa entre 5 a 5,6 bilhões de reais para 3,5 a 4 bilhões de reais. A expectativa é de um fluxo de caixa positivo durante os próximos trimestres e uma dívida líquida sobre patrimônio líquido abaixo de 60%. “O novo plano estratégico da Gafisa engloba uma empresa menor no curto prazo em uma tentativa de se tornar mais rentável no longo prazo”, explicaram Paulo Renelli Neto e Matheus Corradi, analistas do Banco J. Safra, em um relatório. “Compreendemos perfeitamente que esta estratégia pode afetar o tamanho da nossa empresa nos próximos anos”, disse Duilio Calciolari, CEO da Gafisa em comentários publicados no release de resultados.
  • 9. 3º Lojas Renner

    9 /11(Alexandre Battibugli/EXAME.com)

    A Lojas Renner ( LREN3 ) é a representante das varejistas de vestuário na lista das piores após a publicação dos resultados. As ações da empresa recuaram 7,53% em 28 de outubro, quando o Ibovespa subiu 0,41%. Os investidores avaliaram com apreensão o aumento das perdas com o crédito ao consumidor e a desaceleração nas vendas no período. A empresa mostrou um crescimento de 3,8% nas vendas na comparação com o mesmo período do ano passado. O percentual representa uma forte desaceleração com o avanço de 10,5% atingido um ano antes. “As vendas nas mesmas lojas [abertas há 12 meses] ficaram para trás das concorrentes brasileiras”, destacou Robert Ford, analista do BofA Merrill Lynch. Para ele, o rápido aumento na renda pode estar movendo as preferências dos consumidores para opções de roupas com um tipo de moda mais sofisticada.
  • 10. 4º Natura

    10 /11(Fabiano Accorsi/EXAME.com)

    A fabricante de cosméticos Natura ( NATU3 ) viu as suas ações caírem 3,96% após a publicação dos resultados em um dia no qual o mercado avançou 3,72%. O lucro líquido ficou em 201,6 milhões de reais no período, acima dos 191,7 milhões atingidos um ano antes. A receita líquida cresceu 7,8%, para 1,38 bilhão de reais. Foi a mais lenta expansão desde 2007 na receita líquida de um terceiro trimestre. “Acreditamos que levará uns dois meses para que as vendas tenham aceleração significativa, ao mesmo tempo que os desafios de concorrência continuam altos e a visibilidade relativamente baixa”, disseram os analistas Joaquin Ley e Tobias Stingelin, do Banco Santander.
  • 11. 5º B2W

    11 /11(Lia Lubambo /EXAME.com)

    A B2W ( BTOW3 ) é uma empresa que definitivamente precisa esquecer 2011. As ações estão em queda livre em 2011 (-68%) e despencaram 5,02% após a publicação dos resultados. O Ibovespa subiu 2,14% na mesma sessão. A empresa reverteu o lucro líquido de 15,9 milhões de reais no terceiro trimestre do ano passado e registrou um prejuízo de 37,9 milhões entre julho e setembro deste ano. “O valor da empresa está desaparecendo, pois o modelo de negócio está entrando em colapso”, disse o analista Francisco Chevez, do HSBC, em um relatório. “Acreditamos que o fraco desempenho operacional reflete os contínuos problemas de logística que impedem a entrega dos produtos em tempo hábil para os clientes”, avaliou. O analista derrubou em 60% o preço-alvo dos papéis em 12 meses, de 10 para 4 reais.
  • Acompanhe tudo sobre:Alimentos processadosAmbevAnálises fundamentalistasB2WB3Bebidasbolsas-de-valoresCarnes e derivadosComércioConstrução civilEmpresasEmpresas abertasEmpresas belgasEmpresas brasileirasEmpresas de internetGafisaHypera Pharma (Hypermarcas)Indústriaindustria-de-cosmeticosJBSKlabinMadeiraMarfrigMercado financeiroNaturaPapel e CeluloseRennerRossiVarejo

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mercados

    Mais na Exame