Argentina: dólar blue dispara mais de 10% e fica acima dos 1.000 pesos
Índice Merval, principal referência das ações de empresas da Argentina, também disparou e abriu a sessão com alta de 21,23%
Repórter de finanças
Publicado em 21 de novembro de 2023 às 14h48.
Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 15h26.
O primeiro dia útil após as eleições para presidência da Argentina, com a vitória de Javier Milei, é marcado por grande agito entre os investidores. Por volta das 13h30 desta terça-feira, 21, o dólar blue, cotação paralela e não oficial, mas que melhor representa a relação entre oferta e demanda, subia mais de 10,47%, sendo negociado,um dólar estava cotado em 1.0005 pesos para compra e 1.055 pesos para venda, segundo o jornal La Nácion.
Este preço é 182,12% acima do dólar oficial (como liquidez regulada pelo Banco Central). No mesmo período, a cotação oficial girava em torno de 354,56 pesos para compra e 373,96 pesos para venda, conforme informado pelo Banco Nación.
Às 14h04, o índice Merval, principal referência das ações de empresas da Argentina, subia 17,30% aos 756.686,65 pontos. Na máxima do dia, o índice chegou a avançar 22,12%, atingindo a máxima de 787.802,89 pontos. O ETF ARGT, que representa as ações de empresas listadas em Buenos Aires e negociadas na bolsa de Nova York, avançava no pré-mercado +1,21%. Contudo, ao longo da tarde, recuou e caiu 1,05% a US$ 46,49.
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Desafios para Milei
Apesar do otimismo inicial da bolsa argentina, que perdura até esta tarde, especialistas ouvidos pela EXAME Invest dizem que o otimismo pode ser passageiro, visto que Milei possui desejos ambiciosos para a economia do país. O recém eleito presidente enfatiza, em suas falas, a vontade de privatização, além de já ter citado a saída da Argentina no Mercosul, o fim do Banco Central do país e a dolarização da economia.
Além disso, a Argentina vive um momento delicado em relação à inflação, o que pode dificultar os passos para Milei. “Vejo uma alta até exagerada nos ativos, para um governo novo que não assumiu ainda e que vai ter muita dificuldade, porque estamos falando um país que tem 140% de inflação ao ano, uma taxa de juros absurda, uma moeda que perde valor, uma dívida muito alta e que vem aumentando a cada ano, e um país que tem uma pobreza muito grande também. A tarefa dele não vai ser fácil”, pontua Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos.