Arezzo &Co chega a 1.000 lojas de olho em faturamento recorde em 2022
Grupo inaugura terceira unidade da grife Carol Bassi; com foco em franquias,aberturas devem seguir em ritmo crescente em 2023
Raquel Brandão
Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 13h38.
Última atualização em 12 de dezembro de 2022 às 18h36.
Mirando no faturamento recorde neste ano, a Arezzo &Co (ARZZ3) intensificou sua expansão física. Em 2022, foram 70 inaugurações. Nesta segunda-feira,12, chega à loja número 1.000 de todo o grupo. De 2020 para 2022, a Arezzo aumentou. Em outubro de 2020 comprou a Reserva, entrando no mundo do vestuário e no guarda-roupa masculino e, por fim, acrescentou o &Co - simbolizando a mudança de grupo calçadista para um grupo de moda. Essa mudança se consolidou com lançamento da linha de roupas femininas da Schutz e com a aquisição da BAW Clothing e da Carol Bassi.
Para o número simbólico o grupo escolheu a cidade de Belo Horizonte (onde a Arezzo nasceu) como endereço da terceira loja da marca de luxo Carol Bassi, dedicada ao vestuário feminino. Adquirida pelo grupo no fim de 2021 por R$ 180 milhões, o faturamento médio da grife foi de R$ 58 milhões por loja naquele ano. A marca já tinha unidades no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e no Shopping Village, no Rio de Janeiro. A unidade mineira será a primeira loja de rua e reforça o posicionamento do grupo nos clientes das classes A e B.
"A loja física é onde o cliente pode vivenciar o contato com a física. A web não é uma substituição do varejo físico. No nosso ponto de vista, ela complementa", diz Marco Aurélio Vidal, diretor executivo de expansão da Arezzo&Co. Hoje, metade das vendas do grupo vem das lojas físicas (lojas próprias e franquias) e 22% das vendas digitais. O restante é vendido nas lojas multimarca. No entanto, o crescimento físico ajuda, também, a impulsionar as vendas digitais. De acordo com Vidal, o cliente "multicanal" compra 1,7 vez mais do que aquele que só vai à loja ou compra pela internet. Diante desse cenário, a expansão física do grupo se tornou mais relevante para chegar ao recorde de faturamento previsto para o ano. Ao fim do terceiro trimestre, a receita bruta da empresa somou R$ 5 bilhões em 12 meses. Ao longo de 2021, a receita bruta da empresa foi de R$ 3,65 bilhões. "Devemos manter um número de 50 a 70 lojas por ano de aberturas", afirma o diretor sobre 2023.
A estratégia de expansão é focada na abertura de franquias, em especial com Anacapri e Reserva. Hoje, das mil lojas,743 são franquias. "Deixamos a abertura de lojas próprias concentradas nas capitais do Sudeste e seus principais shoppings", explica Vidal.
Mas, ao longo de 2023, parte importante do avanço também deve vir pelas lojas próprias. Em apresentação a investidores e analistas de mercado, a empresa afirmou que espera chegar a 760 franquias e 310 lojas próprias (o que reduz a participação das franquias para algo em torno de 71% do total de lojas). A direção também mencionou que acredita que o mercado poderia acomodar 250 lojas Reserva, entre 60 e 70 Reserva Mini e 70 e 80 Reserva Go (dos atuais 131, 15 e 2, respectivamente), segundo relatório do bancoGoldman Sachs.
Com recomendação de compra pela maioria dos bancos que acompanham a ação, o papel da Arezzo&Co acumula alta de 8% desde janeiro, se aproximando do patamar de R$ 80. Com preço-alvo de R$ 121 e recomendação de compra, o Goldman Sachs vê a ação do grupo de moda negociando a 19 vezes o múltiplo de preço/lucro projetado para 2023. A média do setor de moda é de 17 vezes, segundo o banco.
"Vemos a Arezzo&Co bem posicionada para continuar impulsionando o crescimento acelerado da receita, com sua combinação de forte valor de marca, proposta de valor e foco predominante em faixas de renda mais alta que permitem que a empresa fique mais isolada dos ciclos e incertezas em torno do poder de compra", escreveram eles em relatório de novembro, destacando, também, a expansão física da empresa.