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Após impulso do BCE, bolsas europeias caem

Receio de que Federal Reserve possa começar a reduzir compras de bônus pressionou bolsas, que nas últimas duas horas da sessão operaram em território negativo

Presidente do BCE, Mario Draghi: logo após anúncio de corte de 0,25 pontos-base na taxa de juros, mercados operaram com ganhos sólidos nos pregões (Lisi Niesner/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 15h24.

São Paulo - As bolsas europeias começaram a sessão desta quinta-feira, 07, na expectativa pela decisão do Banco Central Europeu ( BCE ) e a decisão sobre a taxa de juros da zona do euro. Logo após o anúncio de corte de 0,25 pontos-base na taxa de juros, para 0,25%, os mercados operaram com ganhos sólidos nos pregões.

Contudo, após a divulgação do PIB dos Estados Unidos, que cresceu 2,8%, acima da previsão dos analistas, o receio de que o Federal Reserve possa começar a reduzir as compras de bônus pressionou as bolsas, que nas últimas duas horas da sessão operaram em território negativo.

O índice Europe Stoxx 600, que inclui ações de diversas bolsas europeias, encerrou em leve queda de 0,03%, aos 323,23.

A inesperada decisão do BCE de cortar a taxa básica de juros para 0,25% - mínima histórica - revirou os mercados no mundo todo ao final da manhã desta quinta.

Analistas só esperavam essa decisão para a reunião de dezembro. Para completar, em entrevista coletiva, o presidente da instituição, Mario Draghi, disse que o piso das taxas de juros ainda não foi atingido. "Podemos cortar mais", admitiu.

Além da taxa básica, o BCE reduziu também sua taxa de juros de empréstimos marginal, para 0,75%, de 1,00% anteriormente, mas manteve sua taxa de depósitos inalterada em 0%.

No comunicado introdutório de sua coletiva de imprensa, o presidente do BCE disse que a decisão de reduzir juros foi em linha com a diretriz futura anunciada em julho e destacou os recentes sinais de redução na pressão de preços na zona do euro no médio prazo, com a taxa anual de inflação recuando a 0,7% em outubro, bem aquém da meta do BCE, fixada ligeiramente abaixo de 2%.

Já o Banco da Inglaterra manteve seu programa de compra de títulos e não alterou sua taxa básica de juros de 0,5%, adotada desde março de 2009.


O índice DAX, de Frankfurt, foi o único a ir na contramão dos demais mercados europeus e fechou em alta de 0,4%, aos 9.081,03 pontos, com um recorde intraday de 9.193,98 pontos. A alta foi impulsionada por balanços positivos de empresas que integram o índice. As ações do Commerzbank subiram 10,3%, após resultados positivos no terceiro trimestre.

A Continuel fechou com ganhos de 6,8% também após a divulgação de resultados, assim como a Adidas, que subiu 4,0%. As ações da Siemens também registraram ganho, com alta de 3,38% depois de uma receita maior no trimestre. Na contramão, as ações da empresa de materiais de construção HeidelbergCement caíram 3,8%.

As maiores perdas do dia foram registradas na bolsa de Milão, que fechou em baixa de 2,07%, a 18.863,41 pontos. Os bancos italianos lideraram a queda desta quinta após a decisão do corte de juros pelo BCE.

Alguns investidores estão analisando que o corte na taxa de juros pelo BCE pode provocar uma queda na receita líquida dos bancos. "Os bancos italianos estão mais voltados para o NII (medida financeira dos bancos calculada pelos juros sobre ativos, subtraída dos juros dos passivos)e as perspectivas foram deterioradas após o anúncio de corte do BCE", disse uma fonte à Dow Jones Newswires.

As ações do Banca Popolare di Milano caíram 3,6%; Mediobanca teve perdas de 3%; UniCredit recuou 3,3% e Sanpaolo perdeu 2,8%.

O índice IBEX-35, de Madri, caiu 0,98%, a 9.740,40 pontos, no contexto de impulso dos investidores após a decisão inesperada do BCE e, logo depois, de receio pelas decisões futuras do Fed sobre a redução dos estímulos na economia.

As ações da Repsol caíram 3% após resultados fracos no balanço do terceiro trimestre, enquanto o BME perdeu 4,4% depois que o Banco da Espanha decidiu vender sua participação na empresa. Entre as altas estiveram a ArcelorMittal e a Amadeus, que subiram 4,1% e 2,1%, respectivamente.

Em Londres, o índice FTSE caiu pelo terceiro dia consecutivo, com queda de 0,66%, aos 6.697,22 pontos. Alguns investidores atribuem as perdas à valorização da libra esterlina, que poderia prejudicar as exportações do Reino Unido após o corte na taxa de juros.

Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 fechou em baixa de 0,14%, a 4.280,99 pontos. O banco Société Générale foi destaque na sessão, com as ações subindo 2,9% depois da melhora no lucro do terceiro trimestre, mesmo aquém das expectativas dos analistas. Em Lisboa, o índice PSI20 fechou em baixa de 0,12%, aos 6.402,13 pontos.

Fonte: Dow Jones Newswires

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São Paulo - As bolsas europeias começaram a sessão desta quinta-feira, 07, na expectativa pela decisão do Banco Central Europeu ( BCE ) e a decisão sobre a taxa de juros da zona do euro. Logo após o anúncio de corte de 0,25 pontos-base na taxa de juros, para 0,25%, os mercados operaram com ganhos sólidos nos pregões.

Contudo, após a divulgação do PIB dos Estados Unidos, que cresceu 2,8%, acima da previsão dos analistas, o receio de que o Federal Reserve possa começar a reduzir as compras de bônus pressionou as bolsas, que nas últimas duas horas da sessão operaram em território negativo.

O índice Europe Stoxx 600, que inclui ações de diversas bolsas europeias, encerrou em leve queda de 0,03%, aos 323,23.

A inesperada decisão do BCE de cortar a taxa básica de juros para 0,25% - mínima histórica - revirou os mercados no mundo todo ao final da manhã desta quinta.

Analistas só esperavam essa decisão para a reunião de dezembro. Para completar, em entrevista coletiva, o presidente da instituição, Mario Draghi, disse que o piso das taxas de juros ainda não foi atingido. "Podemos cortar mais", admitiu.

Além da taxa básica, o BCE reduziu também sua taxa de juros de empréstimos marginal, para 0,75%, de 1,00% anteriormente, mas manteve sua taxa de depósitos inalterada em 0%.

No comunicado introdutório de sua coletiva de imprensa, o presidente do BCE disse que a decisão de reduzir juros foi em linha com a diretriz futura anunciada em julho e destacou os recentes sinais de redução na pressão de preços na zona do euro no médio prazo, com a taxa anual de inflação recuando a 0,7% em outubro, bem aquém da meta do BCE, fixada ligeiramente abaixo de 2%.

Já o Banco da Inglaterra manteve seu programa de compra de títulos e não alterou sua taxa básica de juros de 0,5%, adotada desde março de 2009.


O índice DAX, de Frankfurt, foi o único a ir na contramão dos demais mercados europeus e fechou em alta de 0,4%, aos 9.081,03 pontos, com um recorde intraday de 9.193,98 pontos. A alta foi impulsionada por balanços positivos de empresas que integram o índice. As ações do Commerzbank subiram 10,3%, após resultados positivos no terceiro trimestre.

A Continuel fechou com ganhos de 6,8% também após a divulgação de resultados, assim como a Adidas, que subiu 4,0%. As ações da Siemens também registraram ganho, com alta de 3,38% depois de uma receita maior no trimestre. Na contramão, as ações da empresa de materiais de construção HeidelbergCement caíram 3,8%.

As maiores perdas do dia foram registradas na bolsa de Milão, que fechou em baixa de 2,07%, a 18.863,41 pontos. Os bancos italianos lideraram a queda desta quinta após a decisão do corte de juros pelo BCE.

Alguns investidores estão analisando que o corte na taxa de juros pelo BCE pode provocar uma queda na receita líquida dos bancos. "Os bancos italianos estão mais voltados para o NII (medida financeira dos bancos calculada pelos juros sobre ativos, subtraída dos juros dos passivos)e as perspectivas foram deterioradas após o anúncio de corte do BCE", disse uma fonte à Dow Jones Newswires.

As ações do Banca Popolare di Milano caíram 3,6%; Mediobanca teve perdas de 3%; UniCredit recuou 3,3% e Sanpaolo perdeu 2,8%.

O índice IBEX-35, de Madri, caiu 0,98%, a 9.740,40 pontos, no contexto de impulso dos investidores após a decisão inesperada do BCE e, logo depois, de receio pelas decisões futuras do Fed sobre a redução dos estímulos na economia.

As ações da Repsol caíram 3% após resultados fracos no balanço do terceiro trimestre, enquanto o BME perdeu 4,4% depois que o Banco da Espanha decidiu vender sua participação na empresa. Entre as altas estiveram a ArcelorMittal e a Amadeus, que subiram 4,1% e 2,1%, respectivamente.

Em Londres, o índice FTSE caiu pelo terceiro dia consecutivo, com queda de 0,66%, aos 6.697,22 pontos. Alguns investidores atribuem as perdas à valorização da libra esterlina, que poderia prejudicar as exportações do Reino Unido após o corte na taxa de juros.

Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 fechou em baixa de 0,14%, a 4.280,99 pontos. O banco Société Générale foi destaque na sessão, com as ações subindo 2,9% depois da melhora no lucro do terceiro trimestre, mesmo aquém das expectativas dos analistas. Em Lisboa, o índice PSI20 fechou em baixa de 0,12%, aos 6.402,13 pontos.

Fonte: Dow Jones Newswires

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