Analistas veem câmbio a R$ 1,90 no curto prazo
Moeda poderá bater nesse nível nas próximas três semanas, repetindo o patamar de maio de 2010
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2011 às 10h51.
São Paulo - A desvalorização do real deverá ganhar força no curto prazo, segundo analistas internacionais. Entre os fatores que poderão enfraquecer o real frente ao dólar, os analistas citam o aumento na aversão a risco, com o agravamento da crise da dívida soberana da zona do euro, e a perspectiva de corte da taxa básica de juros no Brasil, o que poderá arrefecer o fluxo de capitais de curto prazo em busca de ganhos com a diferença dos juros domésticos e internacionais.
"Como estou pessimista em relação aos problemas da zona do euro, eu vejo uma maior pressão para desvalorização não apenas do real, mas também de outras moedas de países emergentes", disse à Agência Estado Win Thin, diretor de pesquisa para mercados emergentes da Brown Brothers Harriman em Nova York. Segundo ele, o real e outras moedas emergentes deverão voltar ao patamar de maio de 2010, quando estourou pela primeira vez o problema da dívida da Grécia. Na ocasião, o real chegou a ultrapassar o patamar de R$ 1,91 frente ao dólar. Ele acredita que o câmbio poderá bater nesse nível nas próximas três semanas.
"Normalmente, o real estava conseguindo atravessar turbulências recentes melhor do que outras moedas latino-americanas em razão da perspectiva de crescimento da sua economia e até mesmo porque o IOF é tão alto que os investidores ficavam relutantes em sair dos ativos brasileiros, pois ficaria muito caro para voltar ao Brasil", disse Eduardo Suarez o estrategista de câmbio para América Latina do Scotia Capital em Toronto. "Mas agora eu vejo um certo grau de fadiga dos investidores internacionais por causa da constante intervenção do governo brasileiro (com as medidas de controle de capital), o que deixa muito difícil prever o que acontecerá a seguir", explicou. Ele acredita que o real poderá cair até R$ 1,90 frente ao dólar nas próximas três a quatro semanas, se persistir um cenário de deterioração da aversão ao risco que afetará os mercados emergentes como um todo.
Além da piora do humor dos investidores internacionais, que buscam refúgio no dólar para se proteger de um eventual calote na dívida soberana da Grécia ou de um maior contágio da crise para outros países da zona do euro, a desvalorização do real também tem como fator o recente corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual para 12%, que surpreendeu o mercado, segundo Thin. "Os mercados estão punindo os países que cortaram as taxas de juros visando enfraquecer as suas moedas, como o Brasil e a Turquia", explicou o estrategista.
Na opinião do vice-presidente para mercados emergentes da MF Global, Michael Roche, baseado em Nova York, fatores técnicos deverão manter o real no nível de R$ 1,80 no curtíssimo prazo, mas a pressão será de desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar. "As condições técnicas vão colocar mais pressão sobre o real no sentido de desvalorização", afirmou Roche, que não descarta o real atingir o patamar de R$ 1,90 nos próximos 60 dias. "Há outros fatores, ligados a fundamentos, como os preços de commodities, a desaceleração do crescimento mundial, o aumento na aversão a risco pelos investidores internacionais e, principalmente, o afrouxamento da política monetária no Brasil."
São Paulo - A desvalorização do real deverá ganhar força no curto prazo, segundo analistas internacionais. Entre os fatores que poderão enfraquecer o real frente ao dólar, os analistas citam o aumento na aversão a risco, com o agravamento da crise da dívida soberana da zona do euro, e a perspectiva de corte da taxa básica de juros no Brasil, o que poderá arrefecer o fluxo de capitais de curto prazo em busca de ganhos com a diferença dos juros domésticos e internacionais.
"Como estou pessimista em relação aos problemas da zona do euro, eu vejo uma maior pressão para desvalorização não apenas do real, mas também de outras moedas de países emergentes", disse à Agência Estado Win Thin, diretor de pesquisa para mercados emergentes da Brown Brothers Harriman em Nova York. Segundo ele, o real e outras moedas emergentes deverão voltar ao patamar de maio de 2010, quando estourou pela primeira vez o problema da dívida da Grécia. Na ocasião, o real chegou a ultrapassar o patamar de R$ 1,91 frente ao dólar. Ele acredita que o câmbio poderá bater nesse nível nas próximas três semanas.
"Normalmente, o real estava conseguindo atravessar turbulências recentes melhor do que outras moedas latino-americanas em razão da perspectiva de crescimento da sua economia e até mesmo porque o IOF é tão alto que os investidores ficavam relutantes em sair dos ativos brasileiros, pois ficaria muito caro para voltar ao Brasil", disse Eduardo Suarez o estrategista de câmbio para América Latina do Scotia Capital em Toronto. "Mas agora eu vejo um certo grau de fadiga dos investidores internacionais por causa da constante intervenção do governo brasileiro (com as medidas de controle de capital), o que deixa muito difícil prever o que acontecerá a seguir", explicou. Ele acredita que o real poderá cair até R$ 1,90 frente ao dólar nas próximas três a quatro semanas, se persistir um cenário de deterioração da aversão ao risco que afetará os mercados emergentes como um todo.
Além da piora do humor dos investidores internacionais, que buscam refúgio no dólar para se proteger de um eventual calote na dívida soberana da Grécia ou de um maior contágio da crise para outros países da zona do euro, a desvalorização do real também tem como fator o recente corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual para 12%, que surpreendeu o mercado, segundo Thin. "Os mercados estão punindo os países que cortaram as taxas de juros visando enfraquecer as suas moedas, como o Brasil e a Turquia", explicou o estrategista.
Na opinião do vice-presidente para mercados emergentes da MF Global, Michael Roche, baseado em Nova York, fatores técnicos deverão manter o real no nível de R$ 1,80 no curtíssimo prazo, mas a pressão será de desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar. "As condições técnicas vão colocar mais pressão sobre o real no sentido de desvalorização", afirmou Roche, que não descarta o real atingir o patamar de R$ 1,90 nos próximos 60 dias. "Há outros fatores, ligados a fundamentos, como os preços de commodities, a desaceleração do crescimento mundial, o aumento na aversão a risco pelos investidores internacionais e, principalmente, o afrouxamento da política monetária no Brasil."