São Paulo – O mercado parece estar mais confiante sobre uma possível recuperação das ações do BicBanco (BICB4) a partir dos resultados. O lucro líquido da instituição financeira cresceu 36,8% no primeiro trimestre na comparação com o ano passado, para 41,1 milhões de reais. As operações de crédito, contudo, atingiram o seu menor patamar, fechando em 11,3 milhões de reais, recuo de 1,8% e 19,5% ante o trimestre e o ano anterior, respectivamente. 

Segundo o analista Aloisio Villeth Lemos, da Ágora Corretora, o banco está começando a dar sinais de recuperação, aumentando a carteira de crédito e reduzindo o excesso de liquidez, cujo custo é elevado. A recomendação para os papéis foi elevado de manter para compra e o preço-alvo subiu de 9 reais para 10 reais. No ano, as ações do banco acumulam uma desvalorização 16,6%.

Lemos incorporou em sua análise um cenário pior de crescimento em resultados com intermediações financeiras, parcialmente ofuscado pela melhora na performance em termos de qualidade de crédito. “Entretanto, ainda vemos que o banco está com múltiplos atrativos mesmo com essa revisão para baixo das estimativas”, ressalta o analista. Ele estima um crescimento de 14,7% da carteira de crédito em 2012 e de 19,3% em 2013.

Em teleconferência realizada após os resultados, o banco disse que espera um crescimento da carteira de crédito em linha com a do mercado, entre 15% e 20%. Além disso, para reduzir as provisões, o BicBanco espera focar mais em grandes empresas. Os analistas Henrique Navarro e Renato Schuetz, do Santander, acompanharam a teleconferência e reiteraram a recomendação de compra e o preço-alvo de 12,80 reais.

“A participação na teleconferência mostrou que a história do BicBanco ainda pode ser interessante para os investidores; entretanto, acreditamos que o mercado irá aguardar o início da apresentação de resultados satisfatórios por parte do banco, antes de demonstrar alguma convicção”, explicam.