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Analistas ainda veem volatilidade na bolsa e pedem cautela em julho

O fluxo de notícias mais positivo sobre a Grécia e a economia americana ajuda, mas ainda não garante uma reversão de tendência

A bolsa caiu 10% no primeiro semestre afetada pelo aumento dos juros no país (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2011 às 10h48.

São Paulo – A melhora do noticiário sobre a economia internacional nos últimos dias ajudou a limpar um pouco o nebuloso cenário para os mercados, mas ainda não garante uma reversão de tendência para a bolsa no mês de julho, avaliam os analistas de mercado que ainda pedem cautela para os investidores. O Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, subiu 3,9% na semana passada.

Além da aprovação do plano de austeridade pelo parlamento grego, o índice ISM que mede a atividade industrial americana mostrou um aumento e impulsionou os mercados globais na sessão de sexta-feira. O indicador chegou a 55,3 pontos em junho, acima das estimativas de 51,8 pontos. O Dow Jones, principal referência da bolsa de Nova York, terminou a semana em alta de 5,4%.

“Ao que tudo indica iniciamos o mês com uma perspectiva de recuperação após 3 meses de quedas seguidas. Ainda assim não podemos dizer que o otimismo tomou lugar do receio no imaginário do investidor. De fato acreditamos apenas numa recuperação técnica e na correção de certos exageros. A tônica dominante ainda é a cautela”, ressalta o analista-chefe da XP Investimentos, Rossano Oltramari.

Para Mauro Schneider, economista do banco Banif, ao mesmo ao mesmo tempo em que o momento é de alívio, o último round da crise fez crescer, em todo o mundo, a convicção de que o país não escapará de uma reestruturação da sua dívida. “As medidas fiscais enfrentam grande resistência da população, o programa de privatização parece fadado ao fracasso e o endividamento do país permanecerá em nível insustentável em qualquer cenário”, diz.


Ricardo Tadeu Martins, analista-chefe da Planner Corretora, destaca que o mercado ainda tentará buscar, em parte, a recuperação em relação ao primeiro semestre, porém ele também não vê tantos motivos para uma melhora sustentada. “Ainda faltam argumentos fortes para justificar uma arrancada do mercado, mesmo diante de múltiplos e indicadores atrativos de diversas companhias de boa qualidade”, estima.

Novo semestre

A bolsa caiu 10% no primeiro semestre afetada pelo aumento dos juros no país, o que levou parte do mercado a investir em renda fixa, e também por crescentes problemas relacionados às dívidas soberanas de países europeus e até dos Estados Unidos. O país debate há meses o aumento do limite do endividamento público, o que poderia dar um novo fôlego para a economia americana.

“O primeiro semestre de 2011 se encerrou aquém das expectativas do início do ano. O Ibovespa amarga até o momento queda de 9,96%, tendo intensificado o desempenho negativo a partir de abril. Uma série de crises abalou a confiança dos investidores, entre elas: revoltas no Norte da África, dívidas soberanas dos países periféricos da Zona do Euro, terremoto no Japão e temores com relação ao desempenho das economias americana e chinesa”, lembra Osmar Cesar Camilo, analista da Socopa Corretora.

Para Mônica Araújo, estrategista da Ativa Corretora, depois de um primeiro semestre tão ruim, “só de não se esperar uma piora já poderemos ver ânimo nos investidores”, afirma. “Acreditamos que na medida em que tivermos um período de notícias e de dados macroeconômicos ligeiramente melhores do que os do final do semestre passado, não seria difícil que distorções e exageros fossem corrigidos. Mas lembramos que, para que essa melhoria vire tendência, há um caminho longo que não consideramos no cenário”, completa.

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Além da aprovação do plano de austeridade pelo parlamento grego, o índice ISM que mede a atividade industrial americana mostrou um aumento e impulsionou os mercados globais na sessão de sexta-feira. O indicador chegou a 55,3 pontos em junho, acima das estimativas de 51,8 pontos. O Dow Jones, principal referência da bolsa de Nova York, terminou a semana em alta de 5,4%.

“Ao que tudo indica iniciamos o mês com uma perspectiva de recuperação após 3 meses de quedas seguidas. Ainda assim não podemos dizer que o otimismo tomou lugar do receio no imaginário do investidor. De fato acreditamos apenas numa recuperação técnica e na correção de certos exageros. A tônica dominante ainda é a cautela”, ressalta o analista-chefe da XP Investimentos, Rossano Oltramari.

Para Mauro Schneider, economista do banco Banif, ao mesmo ao mesmo tempo em que o momento é de alívio, o último round da crise fez crescer, em todo o mundo, a convicção de que o país não escapará de uma reestruturação da sua dívida. “As medidas fiscais enfrentam grande resistência da população, o programa de privatização parece fadado ao fracasso e o endividamento do país permanecerá em nível insustentável em qualquer cenário”, diz.


Ricardo Tadeu Martins, analista-chefe da Planner Corretora, destaca que o mercado ainda tentará buscar, em parte, a recuperação em relação ao primeiro semestre, porém ele também não vê tantos motivos para uma melhora sustentada. “Ainda faltam argumentos fortes para justificar uma arrancada do mercado, mesmo diante de múltiplos e indicadores atrativos de diversas companhias de boa qualidade”, estima.

Novo semestre

A bolsa caiu 10% no primeiro semestre afetada pelo aumento dos juros no país, o que levou parte do mercado a investir em renda fixa, e também por crescentes problemas relacionados às dívidas soberanas de países europeus e até dos Estados Unidos. O país debate há meses o aumento do limite do endividamento público, o que poderia dar um novo fôlego para a economia americana.

“O primeiro semestre de 2011 se encerrou aquém das expectativas do início do ano. O Ibovespa amarga até o momento queda de 9,96%, tendo intensificado o desempenho negativo a partir de abril. Uma série de crises abalou a confiança dos investidores, entre elas: revoltas no Norte da África, dívidas soberanas dos países periféricos da Zona do Euro, terremoto no Japão e temores com relação ao desempenho das economias americana e chinesa”, lembra Osmar Cesar Camilo, analista da Socopa Corretora.

Para Mônica Araújo, estrategista da Ativa Corretora, depois de um primeiro semestre tão ruim, “só de não se esperar uma piora já poderemos ver ânimo nos investidores”, afirma. “Acreditamos que na medida em que tivermos um período de notícias e de dados macroeconômicos ligeiramente melhores do que os do final do semestre passado, não seria difícil que distorções e exageros fossem corrigidos. Mas lembramos que, para que essa melhoria vire tendência, há um caminho longo que não consideramos no cenário”, completa.

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