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ANÁLISE-Cúpula da UE perde oportunidade de acalmar mercados

Por Jan Strupczewski BRUXELAS, 17 de dezembro (Reuters) - Os líderes da União Europeia chegaram a um acordo sobre como resolver crises de dívida a partir de 2013, mas não conseguiram tranquilizar os mercados sobre o curto prazo, mantendo uma abordagem que o Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou "fragmentada". Em cúpula, os líderes aprovaram uma […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 11h00.

Por Jan Strupczewski

BRUXELAS, 17 de dezembro (Reuters) - Os líderes da União
Europeia chegaram a um acordo sobre como resolver crises de
dívida a partir de 2013, mas não conseguiram tranquilizar os
mercados sobre o curto prazo, mantendo uma abordagem que o
Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou "fragmentada".

Em cúpula, os líderes aprovaram uma mudança ao tratado da
UE para criar o Mecanismo Europeu de Estabilidade -- uma rede
de segurança financeira permanente para ajudar países com
problemas de liquidez e permitir a reestruturação da dívida de
países insolventes.

Mas as preocupações do mercado estão centradas em descobrir
se a zona do euro tem fundos suficientes disponíveis se
Portugal e Espanha precisarem de um resgate no ano que vem.

"O novo mecanismo deve salvaguardar a estabilidade
financeira da zona do euro no futuro. Porém, ele é, de certa
forma, uma distração, pois não resolve a crise atual", disse
Carsten Brzeski, economista sênior do banco ING.

O fundo atual -- o Instrumento Europeu de Estabilidade
Financeira -- pode tomar emprestado dos mercados com o apoio de
garantias da zona do euro e tem 440 bilhões de euros em crédito
disponível para governos sem acesso ao financiamento de
mercado.

Embora apenas uma pequena parte do mecanismo temporário
tenha sido usada para ajudar a Irlanda, muitos economistas
acreditam que os fundos possam ser insuficientes se mais países
precisarem de ajuda.

"Os líderes europeus não conseguiram abordar a questão de
sustentabilidade de dívida e dos possíveis problemas de
insolvência antes de 2013. Reestruturação de dívida, bônus
conjunto da zona do euro ou aumento do fundo de resgate
temporário? Nenhuma dessas questões foram abordadas. Mas elas
precisam ser", disse Brzeski.

O presidente da UE, Herman van Rompuy, disse que não há
necessidade de discutir um aumento do fundo temporário no
momento, mas garantiu que, se tal necessidade surgir no futuro,
os líderes europeus farão o que for preciso para garantir a
estabilidade da zona do euro.

Economistas disseram que declarações como essa não são o
bastante.

"A declaração é cheia de afirmações proclamando a unidade
da UE e o sucesso das medidas adotadas até agora para lidar com
a crise, mas há pouco em termos específicos", disse Ken
Wattret, economista-chefe do BNP Paribas para a zona do euro.

"As medidas tomadas foram fragmentadas, não convincentes e
reativas ao invés de preemptivas. Isso terá de mudar se
quiserem restaurar a confiança de maneira duradoura."

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Por Jan Strupczewski

BRUXELAS, 17 de dezembro (Reuters) - Os líderes da União
Europeia chegaram a um acordo sobre como resolver crises de
dívida a partir de 2013, mas não conseguiram tranquilizar os
mercados sobre o curto prazo, mantendo uma abordagem que o
Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou "fragmentada".

Em cúpula, os líderes aprovaram uma mudança ao tratado da
UE para criar o Mecanismo Europeu de Estabilidade -- uma rede
de segurança financeira permanente para ajudar países com
problemas de liquidez e permitir a reestruturação da dívida de
países insolventes.

Mas as preocupações do mercado estão centradas em descobrir
se a zona do euro tem fundos suficientes disponíveis se
Portugal e Espanha precisarem de um resgate no ano que vem.

"O novo mecanismo deve salvaguardar a estabilidade
financeira da zona do euro no futuro. Porém, ele é, de certa
forma, uma distração, pois não resolve a crise atual", disse
Carsten Brzeski, economista sênior do banco ING.

O fundo atual -- o Instrumento Europeu de Estabilidade
Financeira -- pode tomar emprestado dos mercados com o apoio de
garantias da zona do euro e tem 440 bilhões de euros em crédito
disponível para governos sem acesso ao financiamento de
mercado.

Embora apenas uma pequena parte do mecanismo temporário
tenha sido usada para ajudar a Irlanda, muitos economistas
acreditam que os fundos possam ser insuficientes se mais países
precisarem de ajuda.

"Os líderes europeus não conseguiram abordar a questão de
sustentabilidade de dívida e dos possíveis problemas de
insolvência antes de 2013. Reestruturação de dívida, bônus
conjunto da zona do euro ou aumento do fundo de resgate
temporário? Nenhuma dessas questões foram abordadas. Mas elas
precisam ser", disse Brzeski.

O presidente da UE, Herman van Rompuy, disse que não há
necessidade de discutir um aumento do fundo temporário no
momento, mas garantiu que, se tal necessidade surgir no futuro,
os líderes europeus farão o que for preciso para garantir a
estabilidade da zona do euro.

Economistas disseram que declarações como essa não são o
bastante.

"A declaração é cheia de afirmações proclamando a unidade
da UE e o sucesso das medidas adotadas até agora para lidar com
a crise, mas há pouco em termos específicos", disse Ken
Wattret, economista-chefe do BNP Paribas para a zona do euro.

"As medidas tomadas foram fragmentadas, não convincentes e
reativas ao invés de preemptivas. Isso terá de mudar se
quiserem restaurar a confiança de maneira duradoura."

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