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Americanos ricos tentam blindar ativos do resultado eleitoral

Diante do cenário de incertezas, integrantes do clube de investidores multimilionários Tiger 21 partiram para investir em ouro e bitcoin

Integrantes do clube de investidores Tiger 21 contam como tentam blindar seus ativos do resultado da eleição dos EUA (AFP/AFP)

Integrantes do clube de investidores Tiger 21 contam como tentam blindar seus ativos do resultado da eleição dos EUA (AFP/AFP)

PB

Paula Barra

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 17h53.

Última atualização em 3 de novembro de 2020 às 20h28.

(Bloomberg) - Os integrantes do clube de investidores multimilionários Tiger 21 aguardam os resultados da eleição presidencial nos EUA, mas já vêm se preparando para uma mudança.

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Além de buscar oportunidades de investimento em um território reconfigurado pela pandemia e por incertezas políticas, eles também focam em se proteger contra as medidas tributárias de um eventual governo democrata, por meio de planejamento patrimonial cuidadoso.

Conversas com presidentes de grupos Tiger 21 em Miami, Nashville, Nova York e Los Angeles revelaram onde integrantes do clube estão investindo e o que estão fazendo para proteger seus ativos.

Bitcoin e mineradoras de ouro: “Entre a falta de retorno no universo da renda fixa e a incerteza, muita gente partiu para ouro e Bitcoin”, disse Avi Weintraub, presidente da imobiliária The Weintraub Companies e comandante de um grupo Tiger 21 em Miami.

Pessoas que faziam piada com Bitcoin há oito meses agora veem manchetes sobre investidores que apostam alto na criptomoeda, que comparam ao ouro, segundo Weintraub.

Prata: Alguns integrantes têm comprado prata com base na razão com o ouro — ou seja, quantas onças de prata são necessárias para comprar uma onça de ouro, disse Jeff Hays, presidente da Arlington Family Offices em Nashville e presidente de um grupo Tiger 21 na cidade. O aumento dessa razão significa que o ouro subiu mais que a prata, portanto os investidores acham que a prata pode oferecer um valor melhor.

Empresas que vendem diretamente ao consumidor: membros do Tiger 21 em Los Angeles estão de olho em negócios que vendem diretamente ao consumidor e se deram bem devido à Covid-19 (como lojas de roupas confortáveis e terapia online para saúde mental).

“São as companhias que não estão passando pela Amazon, e sempre houve essa ideia de que a Amazon seria dona de tudo”, disse a consultora e investidora Renée LaBran, que dirige um grupo Tiger 21 em Los Angeles.

Imóveis: Os integrantes do clube estão acumulando o dinheiro oriundo de vendas de imóveis e distribuição de fundos — em parte por segurança, mas também para ter artilharia quando surgirem oportunidades envolvendo imóveis comerciais ou residenciais problemáticos em Nova York, disse a investidora Lorine Pendleton, presidente de um grupo Tiger na cidade.

Planejamento sucessório: Se o democrata Joe Biden vencer a eleição, os membros temem que a isenção que permite repassar US$ 23 milhões por casal para herdeiros sem pagamento de impostos volte aos níveis de 2017, ou cerca de metade do valor atual. Essa perspectiva levou membros do Tiger 21 a contratar advogados para aprontar a papelada para transferências de ativos. Se Biden ganhar, eles poderiam agir rapidamente antes do final do ano.

“Tem havido muita discussão sobre a melhor maneira de maximizar o impacto da isenção, porque os filhos de algumas pessoas são muito jovens, outras pessoas ainda pretendem ter mais filhos, alguns têm filhos adultos e a maneira de estruturar as coisas é diferente”, disse LaBran.

Versão em português:
Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net

© 2020 Bloomberg L.P.
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