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Americanos favorecerem ações ligadas a maconha e armas

Os profissionais de finanças dos EUA se sentem muito mais à vontade com empresas produtoras de maconha e armas do que seus colegas da Europa e da Ásia

Maconha: nos EUA os estigmas sociais ficam em 2º plano quando o assunto é ganhar dinheiro (Gilles Mingasson/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 14h37.

Nova York - Os profissionais de finanças dos EUA, lugar de criação do rifle Winchester e dos filmes de Cheech Chong, se sentem muito mais à vontade com empresas produtoras de maconha e armas do que seus colegas da Europa e da Ásia, apontou a Bloomberg Global Poll.

Quase três quartos dos consultados nos EUA disseram que investir em empresas relacionadas à maconha era aceitável do ponto de vista moral, enquanto apenas metade na Europa e 35 por cento na Ásia responderam que não tinham problemas com elas, segundo uma pesquisa trimestral com 562 investidores, analistas e operadores assinantes da Bloomberg.

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As porcentagens foram semelhantes para aqueles que consideraram moralmente aceitável investir em empresas fabricantes de armas, mostrou a pesquisa.

Nos EUA os estigmas sociais ficam em segundo plano quando o assunto é ganhar dinheiro, segundo Benjamin Dunn, presidente da Alpha Theory Advisors em Crested Butte, Colorado, onde o uso recreativo de maconha foi legalizado neste ano.

“Eu acho que não existe nenhum gestor de fundos vivo que não investiria em algo como maconha, a menos que sua base de investidores dissesse que não”, disse Dunn, que participou da pesquisa. “Se é possível gerar um bom retorno neste espaço, eles não deixam que o senso de moralidade atrapalhe o caminho”.

Entre os participantes americanos, 19 por cento disseram que era inaceitável investir em empresas relacionadas à maconha, contra 37 por cento na Europa e 43 por cento na Ásia, mostrou a pesquisa. Apenas 16 por cento dos americanos que responderam disseram que era inaceitável investir em empresas de armas, contra 39 por cento na Europa e 45 por cento na Ásia.

A Bloomberg Global Poll foi realizada nos dias 15 e 16 de julho pela Selzer Co., uma empresa com sede em Des Moines, Iowa, e tem uma margem de erro de 4,1 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Os americanos estão mudando de ideia em relação à maconha à medida que a opinião pública se volta contra as leis que proíbem a maconha desde os anos 1930.

‘Do início’

O uso recreativo da erva agora é legal em Washington e Colorado, e com a derrota em 16 de julho de uma emenda proposta na Câmara dos Representantes que buscava evitar que as empresas relacionadas à maconha usassem o sistema bancário dos EUA, o momento é favorável para investir.

É o que pensa Michael Berger, um jovem de 25 anos de idade de Miami que deixou um cargo de analista na Raymond James Financial Inc. para criar a Technical420, uma empresa de pesquisas para ações relacionadas à maconha.

Um índice de 17 ações relacionadas à maconha identificadas por Berger subiu 30 por cento em relação à sua baixa em abril após sofrer um golpe em março quando a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA interrompeu a negociação de várias ações devido a atividades suspeitas.

A GW Pharmaceuticals PLC, que desenvolve medicamentos sob prescrição com base na cannabis para o tratamento de câncer e outras doenças, saltou 94 por cento neste ano, para US$ 80,70.

“Você só tem algumas poucas chances na vida para entrar em um setor desde seu início”, disse Berger.

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