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Ainda aposta no real? Este analista não está tão animado

Comprar reais com dólares emprestados não é mais atraente, disse Alejandro Hardziej, analista de renda fixa do Julius Baer, ​​em Zurique

Real: o real foi a moeda com melhor desempenho em 2016, graças ao grande retorno do carry trade (Bruno Domingos/Reuters)

Real: o real foi a moeda com melhor desempenho em 2016, graças ao grande retorno do carry trade (Bruno Domingos/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 20h23.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2020 às 12h22.

A redução agressiva de juros pelo Banco Central do Brasil prejudicou um dos mais atraentes carry trades nos mercados emergentes.

Comprar reais com dólares emprestados não é mais atraente, disse Alejandro Hardziej, analista de renda fixa do Julius Baer, ​​em Zurique. O real, que sofreu durante a recessão do Brasil, foi a moeda com melhor desempenho em 2016, graças ao grande retorno do carry trade.

"Após a forte apreciação do real desde o início de 2016 e a queda na taxa de juros, a atratividade hoje é mais baixa", disse Hardziej. O carry trade produziu um retorno de 12% nos últimos 12 meses, em comparação com 37% em 2016.

Hardziej prevê que isso fará com que o dólar se valorize para R$ 3,45 em três meses e para R$ 3,80 em um ano. No final de 2018, o banco vê o dólar em R$ 3,88, a previsão mais pessimista em uma pesquisa da Bloomberg.

O real se valorizou em 22% no ano passado em meio a um impulso reformista liderado pelo presidente Michel Temer. Tinha caído 33% no ano anterior em meio a um colapso de commodities, o rebaixamento da classificação de risco do Brasil para grau especulativo e a investigação generalizada de corrupção.

O risco político também está pesando sobre a previsão do Julius Baer, com a falta de clareza sobre quem o próximo presidente pode ser ou mesmo quais candidatos podem concorrer às eleições presidenciais de 2018.

As expectativas de preços mais baixos do petróleo e do minério de ferro também influenciam a projeção do Julius Baer para o real. "A experiência passada sugere que o real pode ser altamente influenciado pelo mercado de commodities", disse Hardziej.

Gráfico da Bloomberg

Gráfico da Bloomberg (Gráfico/Bloomberg)

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