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Agência Moody's mantém negativa perspectiva sobre bancos espanhóis

Má situação da economia, constante deterioração da qualidade dos ativos e planos de austeridade fiscal do Governo espanhol contribuíram para a estabilidade negativa

Moody's destacou a disposição do Estado espanhol para socorrer os bancos (Eduardo Parra/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2010 às 06h48.

Madri - A agência de medição de riscos Moody's manteve nesta segunda-feira negativa sua perspectiva sobre os bancos espanhóis devido às dificuldades de acesso ao financiamento e às pressões que persistem sobre a capitalização e a rentabilidade.

Segundo o relatório "Banking System Outlook for Spain", as razões desta decisão se baseiam na má situação da economia, na constante deterioração da qualidade dos ativos e nos planos de austeridade fiscal do Governo espanhol.

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A agência estima que os bancos espanhóis terão que fazer frente a "perdas econômicas" de até 176 bilhões de euros devido a dotações e reservas, um número da qual as entidades "só reconheceram a metade".

Segundo o autor do relatório e analista sênior da Moody's, Alberto Postigo, os bancos terão que enfrentar um déficit de capital de cerca de 17 bilhões de euros.

Postigo explica que "não é previsível que a receita dos bancos consigam compensar suas necessidades de capital em todos os casos, o que obrigará muitas entidades a solicitarem capital através de fontes externas".

Deste modo, prossegue o analista, os bancos terão que recorrer ao Fundo de reestruturação ordenada bancária (FROB), cujos 99 bilhões de euros "permitiria às entidades reforçarem suas distribuições de capital acima dos níveis utilizados nas provas de resistência da própria agência".

No que diz respeito a dívida sênior a longo prazo dos bancos espanhóis, prossegue o relatório, sua qualificação poderia ser afetada negativamente pela piora da solvência da Espanha ou pelas dúvidas sobre o apoio estatal às entidades financeiras.

A Moody's destaca a "disposição" do Estado espanhol para socorrer os bancos, com o que se mantém o apoio aos credores, tanto seniores como subordinados.

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