Ações ordinárias da Petrobras caem com mudança em dividendos
A ação da estatal caía 7,96 por cento às 17 horas
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2013 às 17h18.
São Paulo - A decisão da Petrobras de distribuir valores diferentes em dividendos para suas classes de ações, após ter registrado em 2012 seu pior lucro em oito anos, pesava nas ações ordinárias da petrolífera nesta terça-feira.
Às 17h00, o papel da empresa com direito a voto desabava 7,96 por cento com forte volume de negócios, para 16,66 reais. Na mínima da sessão, a ação chegou a afundar 9,17 por cento --no menor patamar desde dezembro de 2005.
O número de ações ordinárias da Petrobras que tinham trocado de mãos faltando pouco mais de 30 minutos para o fechamento do pregão era de cerca de 50 milhões, mais de sete vezes a média diária de 2012.
Já as preferenciais da empresa mostravam volatilidade: caíram nas primeiras horas de negociação, chegaram a subir e voltavam ao território negativo, com baixa de 0,83 por cento, a 17,85 reais. O Ibovespa --referencial da bolsa paulista-- recuava 0,53 por cento.
Segundo o estrategista Luis Gustavo Pereira, da Futura Corretora, observava-se muitos movimentos de troca de posição em Petrobras, com investidores vendendo ações ordinárias e comprando preferenciais.
A Petrobras surpreendeu o mercado ao anunciar mudança na distribuição de dividendos na noite de segunda-feira. Após anos pagando o mesmo valor em remuneração aos acionistas de ambas as classes de papéis, a estatal informou que pagará dividendo de 0,47 real por ação ordinária e de 0,96 real por preferencial.
"Isso mostra que de fato falta capacidade para a companhia conseguir entregar resultado e distribuir dividendo", avaliou a equipe de análise da XP Investimentos.
Nesta terça-feira, a Petrobras informou que a decisão de cortar dividendos para as ações ordinárias foi tomada para preservar caixa e permitir que a estatal mantenha seus investimentos, à medida que as perdas com combustível e refino continuam a aumentar.
Em relatório, analistas do Bank of America Merrill Lynch classificaram essa decisão como um "precedente negativo".
O mercado também reagia mal aos fracos resultados da Petrobras no quarto trimestre de 2012 e no acumulado do ano passado.
O lucro subiu 53,4 por cento de outubro a dezembro ante o mesmo trimestre de 2011, devido a ganhos financeiros. A área de Abastecimento, responsável pela venda de combustíveis, continuou operando no vermelho, com perdas bilionárias.
"A última linha foi positiva, mas o resultado operacional foi fraco, muito pressionado por aumento de despesas", disse o analista Luiz Otávio Broad, da Ágora Corretora no Rio de Janeiro.
A venda de combustíveis com prejuízo foi um dos fatores que pesaram no lucro anual, que recuou 36 por cento na comparação com 2011, para 21,18 bilhões de reais, configurando o menor lucro anual da empresa desde 2004.
Para o analista da Ágora Corretora, medidas como o recém-anunciado aumento dos preços de gasolina e diesel podem trazer algum alívio para o resultado da empresa em 2013, mas o cenário é preocupante.
"Tendo em vista os fortes investimentos planejados, esse será mais um ano de forte alavancagem para a empresa e isso continua a preocupar", avaliou Broad.
Analistas do JP Morgan também alertaram, em relatório a clientes, para indicações negativas para a Petrobras em 2013 --uma vez que a produção deve ser parecida com a de 2012, ao passo que os investimentos devem aumentar 16 por cento.
"Consideramos que essa combinação não será saudável para a companhia", escreveram.
No ano passado, a Petrobras amargou a sua primeira queda na produção anual no Brasil desde 2004 --para 1,98 milhão de barris por dia, queda de 2 por cento ante 2011.
São Paulo - A decisão da Petrobras de distribuir valores diferentes em dividendos para suas classes de ações, após ter registrado em 2012 seu pior lucro em oito anos, pesava nas ações ordinárias da petrolífera nesta terça-feira.
Às 17h00, o papel da empresa com direito a voto desabava 7,96 por cento com forte volume de negócios, para 16,66 reais. Na mínima da sessão, a ação chegou a afundar 9,17 por cento --no menor patamar desde dezembro de 2005.
O número de ações ordinárias da Petrobras que tinham trocado de mãos faltando pouco mais de 30 minutos para o fechamento do pregão era de cerca de 50 milhões, mais de sete vezes a média diária de 2012.
Já as preferenciais da empresa mostravam volatilidade: caíram nas primeiras horas de negociação, chegaram a subir e voltavam ao território negativo, com baixa de 0,83 por cento, a 17,85 reais. O Ibovespa --referencial da bolsa paulista-- recuava 0,53 por cento.
Segundo o estrategista Luis Gustavo Pereira, da Futura Corretora, observava-se muitos movimentos de troca de posição em Petrobras, com investidores vendendo ações ordinárias e comprando preferenciais.
A Petrobras surpreendeu o mercado ao anunciar mudança na distribuição de dividendos na noite de segunda-feira. Após anos pagando o mesmo valor em remuneração aos acionistas de ambas as classes de papéis, a estatal informou que pagará dividendo de 0,47 real por ação ordinária e de 0,96 real por preferencial.
"Isso mostra que de fato falta capacidade para a companhia conseguir entregar resultado e distribuir dividendo", avaliou a equipe de análise da XP Investimentos.
Nesta terça-feira, a Petrobras informou que a decisão de cortar dividendos para as ações ordinárias foi tomada para preservar caixa e permitir que a estatal mantenha seus investimentos, à medida que as perdas com combustível e refino continuam a aumentar.
Em relatório, analistas do Bank of America Merrill Lynch classificaram essa decisão como um "precedente negativo".
O mercado também reagia mal aos fracos resultados da Petrobras no quarto trimestre de 2012 e no acumulado do ano passado.
O lucro subiu 53,4 por cento de outubro a dezembro ante o mesmo trimestre de 2011, devido a ganhos financeiros. A área de Abastecimento, responsável pela venda de combustíveis, continuou operando no vermelho, com perdas bilionárias.
"A última linha foi positiva, mas o resultado operacional foi fraco, muito pressionado por aumento de despesas", disse o analista Luiz Otávio Broad, da Ágora Corretora no Rio de Janeiro.
A venda de combustíveis com prejuízo foi um dos fatores que pesaram no lucro anual, que recuou 36 por cento na comparação com 2011, para 21,18 bilhões de reais, configurando o menor lucro anual da empresa desde 2004.
Para o analista da Ágora Corretora, medidas como o recém-anunciado aumento dos preços de gasolina e diesel podem trazer algum alívio para o resultado da empresa em 2013, mas o cenário é preocupante.
"Tendo em vista os fortes investimentos planejados, esse será mais um ano de forte alavancagem para a empresa e isso continua a preocupar", avaliou Broad.
Analistas do JP Morgan também alertaram, em relatório a clientes, para indicações negativas para a Petrobras em 2013 --uma vez que a produção deve ser parecida com a de 2012, ao passo que os investimentos devem aumentar 16 por cento.
"Consideramos que essa combinação não será saudável para a companhia", escreveram.
No ano passado, a Petrobras amargou a sua primeira queda na produção anual no Brasil desde 2004 --para 1,98 milhão de barris por dia, queda de 2 por cento ante 2011.