Mercados

Ações da Vale batem maior cotação desde Brumadinho

Alta ocorre após conselho de administração ter aprovado juros sobre capital próprio no valor de 7,25 bilhões de reais

Vale: até ontem (19), ação da mineradora acumula alta de 27,42% desde tragédia de Brumadinho (Washington Alves/File photo/Reuters)

Vale: até ontem (19), ação da mineradora acumula alta de 27,42% desde tragédia de Brumadinho (Washington Alves/File photo/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 17h42.

Última atualização em 20 de dezembro de 2019 às 17h43.

As ações da mineradora Vale atingiram nesta sexta-feira uma máxima desde o rompimento de uma de suas barragens em Brumadinho, em 25 de janeiro, após o conselho de administração da empresa ter aprovado na véspera juros sobre capital próprio (JCP) no valor de 7,25 bilhões de reais, ou 1,414 real por ação.

Às 16h22, as ações da companhia operavam em alta de 1,3%, a 54,70 reais. Mais cedo na sessão, os papeis atingiram 54,99 reais por ação, máxima desde o desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, que deixou mais de 255 mortos.

A empresa ressaltou, no entanto, que a aprovação dos juros sobre capital próprio, um tipo de distribuição de recursos aos acionistas, "não modifica a decisão do Conselho de Administração de suspender a política de remuneração ao acionista", de acordo com a ata, divulgada na quinta-feira.

A mineradora decidiu suspender pagamentos de dividendos e remuneração aos acionistas em 28 de janeiro, após o colapso da barragem. Bônus para executivos também foram suspensos.

Questionada pela Reuters nesta sexta-feira sobre o motivo da aprovação, apesar da suspensão de pagamentos, a empresa afirmou que "a declaração foi feita com base no dever fiduciário de aproveitamento fiscal, dado que o fato gerador deveria ocorrer ainda em 2019".

"O pagamento só poderá ocorrer após o restabelecimento da Política de Remuneração aos Acionistas", disse a empresa.

Apenas no caso de obter um resultado positivo no balanço financeiro de 2019, a companhia deverá pagar 25% do lucro líquido como dividendo obrigatório, conforme prevê seu estatuto, explicou a Vale, acrescentando que o resultado financeiro só será apurado em fevereiro.

A Vale pontuou também que ainda não há uma previsão para retornar a ter uma política de remuneração aos acionistas acima do mínimo obrigatório.

"Estamos focados na reparação das consequências do rompimento da barragem em Brumadinho", frisou a companhia.

As ações da Vale estão agora a pouco mais de 1 real da cotação de fechamento na véspera do desastre de Brumadinho, quando alcançaram 56,15 reais.

Os papéis da mineradora brasileira acumulam alta de cerca de 16% nos últimos 24 dias. No ano, as ações têm ganho acumulado de 7,5%.

Acompanhe tudo sobre:Brumadinho (MG)Vale

Mais de Mercados

O plano da Reag para reerguer a GetNinjas (NINJ3)

Bolsas da Europa fecham em baixa, devolvendo parte dos ganhos em dia de CPI da zona do euro

Gavekal: inflação machuca, mas é a pobreza o maior problema dos EUA

Ibovespa fecha perto da estabilidade dividido entre Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)

Mais na Exame