Banco Santander e BTG Pactual rebaixaram a recomendação para as ações da companhia de Eike Batista de compra para manter; Itaú BBA reiterou preço-alvo e classificação acima da média do mercado (Daniela Dacorso)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2011 às 14h44.
São Paulo – As ações da OGX Petróleo (OGXP3), braço petrolífero do Grupo EBX, comandado pelo bilionário brasileiro Eike Batista, abriram em forte baixa na sessão desta segunda-feira (18), repercutindo a divulgação do relatório da consultoria especializada DeGolyer & MacNaughton (D&M) que atualiza para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) os recursos potenciais de óleo e gás da companhia.
Às 10h25 (horário de Brasília), os papéis ordinários da companhia despencavam 14,10%, negociados a 16,88 reais. Mais cedo, as ações atingiram a mínima de 16,35 reais, o que representa uma queda de 16,8%.
No pregão de sexta-feira (15), os papéis da empresa tinham subido 3,15%, para 19,65 reais, diante da expectativa dos investidores pela divulgação do relatório.
Segundo o documento, a OGX conta com um potencial líquido de 5,7 bilhões de barris na bacia de Campos; 1 bilhão de barris na bacia do Parnaíba; e 1,1 bilhão de barris na Colômbia. Esses números, somados à estimativa de 6,8 bilhões de boe divulgada em setembro de 2009, totalizam as novas reservas da OGX.
“Esses resultados, apresentados por uma consultoria independente e respeitada em todo o mundo, vêm comprovar o extraordinário sucesso de nossa estratégia de atuação”, afirmou Eike na mesma nota à imprensa.
O empresário destacou, ainda, que a maior parte das descobertas da OGX situa-se em águas rasas, o que reduziria os custos de exploração e produção, quando comparados ao pré-sal. Além disso, a tecnologia de extração em águas rasas seria “amplamente dominada.”
Avaliação
Na opinião do BTG Pactual, os recursos totais de petróleo e gás ficaram abaixo do esperado. Por conta disso, a instituição financeira rebaixou sua recomendação para OGX de compra para neutra. Os analistas Gustavo Gattass e Rafael Fonseca reduziram a estimativa para o preço-alvo em 12 meses de 27,63 reais para 21,63 de reais, segundo relatório obtido pela Bloomberg.
A mesma atitude foi tomada pelo Santander, que reduziu sua recomendação de compra para manter os papéis da OGX. Em relatório, os analistas Christian Audi e Vicente Falanga Neto diminuíram suas estimativas de preço-alvo de 33 reais para 25 reais até o final de 2011.
Segundo o Santander, a OGX apresentou um total de recursos potenciais e de contingentes menor que o esperado na Bacia de Campos. Além disso, os analistas criticam também o uso de uma nova classificação (recursos de delineação) no relatório. Por conta disso, eles optaram por não atribuir valor a estes recursos.
Os recursos de delineação na Bacia de Campos totalizaram 1,3 bilhão de boe, segundo relatório da OGX, e levam em consideração o limite geológico das estruturas encontradas, enquanto os recursos contingentes consideram apenas premissas relacionadas à distância do poço, independente da não ocorrência de barreiras geológicas evidenciadas pela sísmica.
Na contramão, os analistas Diego Mendes e Paula Kovarsky do Itaú BBA reiteraram a recomendação outperform (performance acima da média do mercado) para as ações da companhia, mantendo o preço-alvo de 33,30 reais até o final do ano. Segundo eles, os números divulgados pela OGX vieram em linha com as estimativas e “não trouxeram surpresas”
IPO em Londres
O empresário Eike Batista disse na sexta-feira que está em fase de conclusão o processo que vai listar as ações da OGX na Bolsa de Londres. Segundo ele, a listagem deverá estar concluída em no máximo três meses.