Ação do IRB cai após anúncio de aumento de capital de mais de R$ 2 bilhões
Cada papel será emitido por R$ 6,93, 25% abaixo dos R$ 9,30 do encerramento do pregão. Será que há risco de diluição do pequeno investidor?
Natália Flach
Publicado em 9 de julho de 2020 às 17h15.
Última atualização em 9 de julho de 2020 às 18h52.
O grupo ressegurador IRB anunciou que o conselho de administração aprovou um aumento de capital de 2,1 bilhões de reais a 2,3 bilhões de reais. A ideia é enquadrar a companhia nas regras de provisões técnicas do regulador, a Superintendência de Seguros Privados, e fortalecer a estrutura de capital. O anúncio – a princípio – deveria fazer com o que o investidor ficasse otimista, e as ações subissem no pregão desta quinta-feira, 9. Mas caíram 0,21% para 9,30 reais. Na mínima do dia, chegou a recuar 10,84%.
O preço que a companhia pretende negociar os novos papéis – 6,93 reais – equivale a 75% do preço de fechamento. Essa discrepância de preços tem um motivo: atrair investidores interessados em ganhar com esse hiato. O problema é se o investidor achar que 6,93 reais é o preço justo ou se achar que vai ser diluído com aumento da participação da Bradesco Seguros e Itaú Seguros.
O receio não é por um acaso. Os dois se comprometeram a acompanhar o aumento de capital de forma proporcional às suas participações, respectivamente de 15,4% e 11,3%, e também manifestaram a intenção de subscrever quaisquer quantidades que eventualmente sobrarem após a primeira rodada de oferta, de forma a assegurar a subscrição do valor mínimo de 2,1 bilhões de reais.
O prazo de exercício do direito de preferência para subscrição de ações terá início no pregão do dia 14 de julho e vai até 12 de agosto. Os acionistas terão direito de preferência para subscrever ações na proporção de 0,35938828 nova ação ordinária para cada ação da qual que forem titulares – ou seja, cada acionista poderá subscrever uma quantidade de novas ações que representem 35,938828% do número de ações de que for titular no fechamento do pregão da B3 no dia 13 de julho.
“O aumento de capital é a melhor alternativa para a Companhia buscar o seu reenquadramento nas regras de Provisões Técnicas da Superintendência de Seguros Privados (Susep), além de fortalecer a estrutura de capital do IRB Brasil RE e melhorar a sua posição de caixa”, diz o presidente do Conselho de Administração e atual Diretor Presidente, Antonio Cassio dos Santos, em nota. “Esta é uma solução equânime, equilibrada e de longo prazo, que garante o futuro desta Companhia de tanta tradição no mercado brasileiro e latino-americano. É uma nova fase para o IRB Brasil RE.”